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Provável futuro presidente da Argentina na ficção, o ator Ricardo Darín, de 59, disse nesta terça-feira (21) que seu país pode sair até o fim do ano do momento "muito crítico" em que se encontra, "se a economia acompanhar".

Em entrevista à AFP em Paris, Darín falou sobre o filme "Truman", ganhador de vários prêmios Goya e que estreia em julho na França.

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Também falou de seu novo filme - "Nieve Negra", drama familiar de Martín Horada que chega às telonas em setembro - e de um projeto: "La cordillera", de Santiago Mitre, no qual deve encarnar o presidente da Argentina.

O longa poderá começar a ser rodado este ano, na Cordilheira dos Andes, comentou o ator, esclarecendo: "ainda não estou certo".

"Me propuseram ser o presidente da Argentina, me parece divertido", comentou.

O roteiro se concentra em uma cúpula de presidentes latino-americanos que tratam de um projeto regional sobre petróleo.

"A história vai pelo lado dos bastidores do poder", contou Darín, acrescentando que mostra "as inter-relações de como são as delegações e de como se tratam entre elas".

Há presidentes de Brasil, Venezuela, México, Chile, Bolívia e Uruguai. E, entre eles, várias chefes de Estado. Qualquer semelhança com a realidade, porém, é mera coincidência.

"É ficção pura: o presidente da Argentina não é baseado em nenhum em especial", garante o ator.

Política real

Na conversa com a AFP, Darín respondeu a perguntas sobre a situação do país, após seis meses de governo do liberal Mauricio Macri.

"Há indícios de coisas que estão funcionando melhor. Sobretudo em relação à justiça. Sendo sincero sobre qual é a realidade da Argentina hoje", disse.

Segundo o ator de "Nove rainhas" (2001), "havia muitas coisas subvencionadas, e isso gerou esse momento, em que há um aumento de tarifas e uma grande sensação de desconforto social, como é lógico. É um momento muito crítico".

"Se a economia acompanhar, é provável que, no fim deste ano, as coisas fiquem um pouco melhor", afirmou.

"Tento ser positivo e compreender que há mudanças, e as mudanças às vezes podem ser dolorosas. Se propuserem um plano de um futuro melhor, espero que fique bem, mas não ao custo de que a parte mais desfavorecida da população tenha de pagar esse preço", ressaltou.

Sobre os escândalos de corrupção da administração peronista anterior, Darín opinou que "é um problema global".

"Mas quando se transforma em algo mais do que isso, quando há estruturas de poder que permitem isso, aí se transforma em uma situação muito perversa e muito difícil de controlar. Uma das propostas dessa nova administração é exatamente essa: tentar deter os fluxos de corrupção, embora se veja corrupção por todos os lados", observou.

Vida e morte

Darín participou, em Paris, do ciclo de cinema "Diferent 9! El otro cine español", que apresentou "Truman", em uma pré-estreia, e homenageou o ator.

Coprotagonizado pelo espanhol Javier Cámara, "Truman" conta, com humor e drama, a história de um ator em situação-limite e de sua relação com os demais na hora de enfrentá-la.

"Truman é uma despedida e, dentro disso, há muitas coisas, incluindo a amizade", disse à AFP o diretor e roteirista Cesc Gay.

O terceiro protagonista do filme é um velho cão bulmastife, de 80 kg, Truman, tão grande quanto manso, hoje falecido.

Segundo Darín, o filme "fala muito mais da vida do que da morte".

"Fala do direito a decidir sua própria vida, que ninguém venha dizer a você como reagir diante das coisas fortes da vida. Cada um faz o que pode. A vida em si é muito mais difícil do que a morte", filosofou.

O filme argentino "Relatos selvagens", do diretor Damián Szifrón, conquistou neste domingo à noite o Bafta de melhor filme estrangeiro, na festa anual do maior prêmio do cinema britânico.

Indicado ao Oscar de 2105, "Relatos selvagens" disputava a estatueta britânica com "A assassina" (Taiwan), "Força maior" (Suécia, Dinamarca, França e Noruega), "O lobo do deserto" (Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Reino Unido) e "Timbuktu" (França e Mauritânia).

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O ator argentino Ricardo Darín declarou neste sábado que sabia que não havia se enganado ao aceitar fazer "Truman", um filme sobre a amizade de um homem e seu cão e que emocionou no Festival de San Sebastián.

"É difícil saber se teria me atrevido a fazer este papel há 15 ou 20 anos, mas, neste caso, soube que não estava enganado porque entendi o que Cesc (Gay, diretor) estava falando ao me oferecer o filme", declarou o ator aos jornalista.

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"Truman" conta a história de Julián (Darín), que passa por momentos muitos difíceis com uma doença terminal e que decide visitar Tomás, vivido por Javier Cámara.

Ao longo de quatro dias, Tomás acompanhará Julián e seu cachorro "Truman" buscando apoiá-lo na difícil decisão que tomou. Uma das preocupações de Julián é o que fazer com seu grande amigo, o cachorro que dá título ao filme.

Darín não esconde que elaborar seu personagem foi um processo difícil.

"A gente mexe com muitas fibras internas, geralmente dolorosas, e nosso trabalho é lidar com isso".

O ator também comentou ter se envolvido com o cachorro com quem contracenou, e que sofreu muito ao saber que, semanas depois de concluídas as filmagens, ele havia morrido.

Apesar do tema difícil, o filme consegue manter sempre um equilíbrio entre momentos dramáticos e o humor que ajuda a conduzir a trama.

"Foi preciso encontrar esse ponto para não se cair numa espécie de pântano emocional", explicou Darín.

"Infelizmente, como muitos, é uma experiência difícil acompanhar alguém em um processo de doença e de morte de um ente querido, e passei por essa experiência quando comecei a escrever", afirmou, por sua parte, o diretor Cesc Gay.

O filme, que disputa a Concha de Ouro, o principal prêmio do festival, foi exibido neste sábado na mostra oficial.

Foi exibido, nesta segunda (7) o capítulo final da novela Avenida Brasil em Buenos Aires, no estádio Luna Park. Na coletiva de imprensa, estiveram Cauã Reymond, Marcos Caruso, Alexandre Borges, Vera Holtz e Débora Falabella.

Protagonista que interpretou Jorginho (ou Jorgito na versão arentina) em Avenida Brasil, Cauã Reymond afirmou que adoraria trabalhar na Argentina. "Recebi algumas propostas. Terei algumas reuniões a respeito", afirmou o ator. Cauã falou ainda que admira o trabalho do diretor de cinema Pablo Trepero (Elefante Blanco, 2012) e do ator Ricardo Darín.

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Cauã está no ar no Brasil na série O Caçador e está confirmado, desde abril, no elenco da novela Favela Chique, obra de João Emanuel Carneiro que estreia na Globo em 2015, às 21h.

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