A Sony se prepara para lançar seu novo capacete de realidade virtual PSVR, como já fizeram Facebook, Samsung e Google, em um mercado que os analistas consideram que impulsionará o setor dos videogames.
A companhia japonesa, que se apoia no negócio dos videogames para recuperar os lucros, começará a vender seu capacete de realidade virtual PlayStation (PSVR) na quinta-feira no mercado local japonês e no americano. Com um preço de 399 dólares, o novo dispositivo de realidade virtual da Sony é significativamente mais barato do que as ofertas das empresas rivais, motivo pelo qual se espera que o produto seja rapidamente vendido na próxima temporada de férias.
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Os capacetes PlayStation VR operam com os consoles PS4, que já venderam 40 milhões de unidades em todo o mundo. Já existem dezenas de jogos prontos para seu uso, que tornam possível voar como uma águia, conduzir automóveis esportivos em alta velocidade e explorar castelos. A norma tem sido a de jogos de realidade virtual com segmentos que duram apenas poucos minutos. Os criados estão tentando determinar até quanto podem estender a duração desses jogos sem causar cansaço nos usuários.
A Sony prometeu que mais de 50 jogos ficarão disponíveis no mercado para o capacete PlayStation VR a poucos meses de seu lançamento, incluindo o "Resident Evil", sobre zumbis assassinos, e jogos baseados na franquia cinematográfica "Star Wars". Alguns dos títulos já disponíveis nas lojas são "Batman: Arkham VR" e "Until Dawn: Rush of Blood". Aqueles que já aprovaram esses jogos dizem que usam os dispositivos de realidade virtual com sucesso para aumentar a surpresa e o suspense nos jogadores.
A Sony leva vantagem porque já tem uma linha PlayStation muito bem implantada e os capacetes operam com consoles que já estão em milhares de casas, dizem analistas. No começo deste ano, a empresa Oculus, do Facebook, começou a vender seus capacetes Rift de realidade virtual por 599 dólares, preço que não inclui o custo do console. A taiwanesa HTC cobra 799 dólares por seu capacete Vive VR Gear.
Já a Google anunciou seu capacete de realidade virtual Daydream View, que é compatível com smartphones e é um concorrente direto para o Samsung Gear VR. A Microsoft anunciou na última quarta-feira que já recebe pedidos antecipados para seu HoloLens - capacete de realidade virtual que, segundo a empresa, facilita os usuários a interagirem com hologramas -, e afirma que enviará o dispositivo a seus clientes em novembro.
'A alvorada da realidade virtual'
"Este ano será o da alvorada dos jogos de realidade vitual", afirmou Hiroshi Sakai, analista no centro de pesquisa SMBC. "O lançamento de amanhã será a marca do dia em que a VR se tornará a tendência principal", acrescentou. A Sony não informou suas previsões de vendas globais de seus capacetes de realidade virtual.
A tecnologia, que continuará sendo pouco familiar para muitos consumidores, será mais um suplemento para a indústria ao invés de transformá-la, acrescentou Sakai. "Em vez de significar uma mudança para os jogos, a VR impulsionará a indústria de videogames", explicou Sakai. Segundo um jornalista da AFP que experimentou o novo capacete, ele é rápido e confortável, mas complicado para instalar, devido aos numerosos cabos necessários para que funcione.
Para os jogadores, será inicialmente confuso adaptar seu estilo de jogo à realidade virtual, acrescentou o jornalista, e os usuários terão ainda que comprar uma câmera PS4, que não é fornecida com o capacete. Para a Sony, o novo capacete será determinante para impulsionar a marca PlayStation e recuperar assim suas finanças afetadas por anos de perdas por causa da crise nos setores de televisão e de eletrônica.
O capacete PSVR "poderá ser um fator muito significativo se projetarmos com futuros negócios de Sony desde uma perspectiva muito mais ampla", concluiu Sakai.