Tópicos | Quem não tem não faz universidade

Com depoimento polêmico e que gerou críticas nas redes sociais, o deputado Nelson Marquezelli (PTB) foi o personagem principal de um vídeo divulgado pela União Nacional dos Estudantes (UNE). No entanto, o próprio deputado, durante sua vida acadêmica, usufruiu o direito de cursar uma graduação em instituição de ensino pública, sem pagar nada.

No vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, Marquezellii opinou sobre o ingresso dos brasileiros nas universidades. “Quem pode pagar vai ter que pagar. Meus filhos vão pagar. Quem não tem não faz universidade. Quem não tem dinheiro não faz. Vai estudar na USP porque é de graça”. 

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De acordo com o site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas, Marquezelli cursou direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Segundo o CODOC, o ingresso na graduação foi em 1964 e a conclusão ocorreu em 1968. No perfil do deputado publicado pela Câmara dos Deputados, também há o informe de que sua formação é em direito pela UFU. Confira uma imagem do CPDOC:

Já na página oficial de Marquezelli no Facebook, existem inúmeras informações sobre a carreira política do deputado e acerca das experiências profissionais no ramo empresarial. Mas, assim como nos registros do CPDOC e da Câmara dos Deputados, a página também informa que ele é formado em direito pela UFU, no período de 1963 a 1968.

A polêmica declaração do deputado ocorreu quando ele foi questionado sobre possíveis cortes financeiros na educação. Ele votou favorável a PEC 241, que estabelece teto de gastos para o setor público. Em resposta à declaração feita no vídeo, inúmeros internautas criticaram veemente a posição do deputado federal. “Por que não cortam benefícios próprios como auxílio moradia, carro e combustível custeados por nós, auxílio paletó, verba de gabinete, os altos salários?”, questionou um dos internautas.

Nessa terça-feira (11), Nelson Marquezelli emitiu uma nota, por meio da sua conta oficial no Facebook, explicando seu apoio à PEC 241, que define o teto dos gastos públicos. O deputado usou como argumento que o “Estado não pode gastar mais do que arrecada”. Mas diferente do depoimento dado no vídeo divulgado pela UNE, o parlamentar procurou defender a educação gratuita para a população pobre.

“Defendo a gratuidade para a população de baixa renda em instituições públicas, mas subsidiar quem tem condições de pagar a universidade sou totalmente contra. O ajuste da PEC não retira nenhum centavo da educação e saúde, mas por outro lado, a aprovação da matéria possibilita um freio em orçamentos inflados, aumentos irreais e expectativas financeiras que destruirá a previdência pública”, informou a nota. Veja o vídeo com a polêmica declaração:

 

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