Tópicos | queda de barreiras

O filme sul-coreano "Parasita", ao mesmo tempo suspense e sátira ácida sobre as desigualdades sociais, conseguiu quebrar as barreiras linguísticas e obter imenso sucesso em todo o mundo, até conquistar quatro prêmios no Oscar, inclusive o de melhor filme.

É uma consagração para "Parasita", primeiro filme coreano premiado no Oscar. Coroação excepcional de um ano de 2019 que marcou o centenário do cinema coreano.

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Primeiro, seu diretor Bong Joon-ho recebeu a estatueta de melhor roteiro original. Em seguida, a produção foi coroada melhor filme internacional, ele próprio recebeu o Oscar de melhor diretor e, finalmente, para surpresa de todos, o Oscar de melhor filme.

O trabalho de Bong Joon-ho já havia vencido a Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado e o Globo de Ouro de "melhor filme em língua estrangeira" em janeiro, dois prêmios de prestígio que já constituíam a primeira vez para um filme sul-coreano.

"Parasita" também foi o primeiro filme em língua estrangeira a receber o prêmio de melhor elenco, o mais popular do Screen Actors Guild, além de dois prêmios Bafta do cinema britânico.

Se este longa-metragem conquistou uma audiência internacional "é porque aborda problemas comuns a todas as sociedades", explica Jason Bechervaise, professor da Universidade Sul-Coreana de Soongsil Cyber.

"Existe muita raiva política em todo o mundo, e é agravada por um sentimento palpável de crescente desigualdade social. A palavra 'parasita' realmente se encaixa nisso", disse ele à AFP.

Pobreza e riqueza "indissociavelmente ligadas"

A comédia sombria "Parasita" conta como quatro membros de uma família de desempregados - que vegetam em um apartamento escuro e sórdido invadido por baratas - conseguem entrar no cotidiano de uma família rica de Seul.

Suas vidas começam a mudar radicalmente no dia em que o filho se torna o professor particular de inglês da filha dessa família rica, que vive em uma suntuosa mansão contemporânea cercada por um magnífico jardim.

O filme de Bong Joon-ho, conhecido por seus thrillers camuflando sátiras da sociedade sul-coreana, mostra "muito bem como a pobreza e a riqueza estão indissociavelmente ligadas", explica à AFP John Lie, professor de Sociologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

"Os ricos são parasitas dos pobres, como os pobres são dos ricos", resume.

O sucesso internacional desse trabalho, especialmente nos Estados Unidos, é ainda mais notável, pois o idioma inglês domina o cinema internacional e o êxito de filmes em outro idioma que não o inglês é raro.

Na França, "Parasita" se tornou o filme vencedor da Palma de Ouro mais visto nos cinemas dos últimos 15 anos.

Durante a cerimônia do Globo de Ouro, Bong - que assina seu sétimo filme - falou aos espectadores americanos: "Depois que superarem a barreira das legendas, vocês se abrirão para muitos outros filmes incríveis".

Para Bao Nguyen, diretor vietnamita-americano, o Oscar de Bong é "um exemplo a seguir para futuros cineastas asiáticos e americanos".

"Parasita" é um filme "profundamente enraizado em sua representação da sociedade coreana, e de maneira alguma cedeu às expectativas de uma audiência estrangeira", disse ele à AFP.

Seu sucesso abrirá novos horizontes para outros filmes, quer acreditar Deborah Shaw, professora de Estudos Cinematográficos da Universidade de Portsmouth, na Grã-Bretanha.

Isso deve "tornar mais produtores e distribuidores internacionais propensos a investir em filmes que não falam inglês", disse ela.

Mas, de qualquer forma, é uma prova de que uma "boa história, contada de maneira excelente e com interesse universal, pode transcender" as barreiras linguísticas, ressalta.

Gestores das Defesas Civis da Região Metropolitana do Recife (RMR) e Mata Sul do Estado se reuniram, nesta quinta-feira (9), para avaliar os impactos do inverno em Pernambuco e as medidas necessários para prevenir acidentes. Do encontro nascerá um relatório destinado ao Ministério da Integração Nacional, com a expectativa de angariação de novos investimentos para áreas de riscos. 

Não há prazo para o documento estar pronto e ser encaminhado à Brasília. Chefe da Casa Militar de Pernambuco, o coronel Mário Cavalcanti explicou que a reunião servirá para realizar os ajustes necessários, a partir da exposição das várias entidades envolvidas, como Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) Corpo de Bombeiros e Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). 

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“Até ontem, cerca de 150 pessoas estavam desabrigadas em todo o Estado. Na proporção que os dias passam, o número vai diminuindo. Monitoraremos até o mês de agosto”, afirmou o coronel, ao lembrar que, nos próximos 15 dias, a expectativa da Apac é chuva de “fraca a moderada”. “Todos os anos chove em Pernambuco. A população precisa entender que, quando chove mais intensamente, é necessário sair o mais rápido possível dos lugares de risco”. 

Para o secretário executivo de Defesa Civil do Recife, coronel Cássio Sinomar, o “trabalho de prevenção continua, através do monitoramento das áreas e os graus de vulnerabilidade de cada local”. Segundo a Apac, não foi a capital pernambucana a cidade mais atingida pelas águas. “Em São Lourenço da Mata registramos cerca de 194 mm de chuva, quando a previsão do mês é 360 mm. Precisamos entender que trabalhamos com a previsão de chuva acumulada. Com isso, choveu um pouco acima da média”, disse o diretor-presidente da Apac, Marcelo Asfora. 

Lado positivo das chuvas

Em contraponto aos estragos e mortes provocadas pela chuva na RMR, há um motivo a se comemorar no período. As barragens e represas estão com bons níveis, de acordo com a Apac, situação equivalente à temporada de inverno do ano passado. “Sistema Pirapama está vertendo, ou seja, está cheia, com 70% da capacidade. Em Tapacurá, o nível subiu de 40% para 63%. Em Botafogo, que é o ’patinho feio’ da região, também aumentou: de 15 a 30%. É, portanto, um saldo positivo no meio disso tudo”, avaliou Asfora. 

Depois do Recife, os municípios de São Lourenço da Mata e Ipojuca também decretaram estado de alerta, neste sábado (4), após os efeitos negativos das chuvas dos últimos dias. Em São Lourenço, um homem morreu devido a deslizamento de barreira (o primeiro óbito do tipo desde 2009) no bairro de Várzea Fria.

O decreto de estado de alerta foi assinado pelo prefeito, Ettore Labanca, no início da tarde. Segundo a gestão, uma licitação prevê a construção de 60 muros de arrimo na cidade (que já está em curso desde o final do ano passado). “Infelizmente estamos enfrentando um quadro muito atípico, com a maior chuva dos últimos 29 anos, e o nosso papel agora é fazer o possível e o impossível para evitar novas tragédias”, disse Gino Albanez, vice-prefeito de São Lourenço da Mata. 

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No caso de Ipojuca, o índice pluviométrico foi de 85 mm nas últimas 24 horas e foram registrados 15 deslizamentos, com quedas de barreiras na PE-60 e PE-51. O rio Ipojuca chegou a transbordar, mas a situação está sob controle, de acordo com a Prefeitura. A equipe técnica está trabalhando para identificação de outros possíveis locais de risco. Caso haja necessidade será realizada a transferência de famílias para casa de parentes ou abrigos. Duas famílias já estão abrigadas.

 

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