Um espírito anos 1970 inundou nessa quinta-feira (2) o último desfile da estilista Clare Waight Keller para Chloé, que apresentou sua coleção outono-inverno em um clima de "otimismo psicodélico" no terceiro dia da Semana de Moda de Paris.
As golas são longas e arredondadas, acompanhadas de gravatas largas, com uma paleta que mistura tons pastéis de menta e lilás com cores mais vivas como vermelho e mostarda, ou quentes como tabaco. Os vestidos são curtos em renda misturados com longos leves e transparentes com babados. Nos pés, scarpins de fivela em verniz.
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Para se proteger do frio, as opções da Chloé vão de pesados casacos a mantôs com ares de lenhador. As calças são amplas, inspiradas no guarda-roupa masculino e esportivo.
O presidente da Chloé, Geoffroy de La Bourdonnaye, prestou uma homenagem ao trabalho da estilista britânica, que deixa no fim de março a marca de propriedade do grupo suíço Richemont, após seis anos como diretora artística. No posto, ela sucedeu a três outras britânicas, Stella McCartney e Phoebe Philo, além de Karl Lagerfeld.
"Ela rejuvenesceu o espírito de Gaby [Aghion, fundadora da marca] com uma atitude chique e 'cool', com grandes vestidos difusos, leves, e um lado um pouco 'tomboy', uma mistura feminino-masculina", disse ele em entrevista à AFP, falando também de sua contribuição com peças de couro, setor muito importante para a marca, conhecida por suas "it bags".
"Depois de Karl, que ficou 20 anos, Clare é a estilista que permaneceu mais tempo na Chloé", acrescentou De La Bourdonnaye, indicando que será "um pouco paciente" até a anúncio do sucessor.
Segundo a publicação especializada em moda Women's Wear Daily, a substituta poderia ser Natacha Ramsay-Levi, braço direito de Nicolas Ghesquière na Louis Vuitton.
- Manish Arora cósmico
Manish Arora celebrou seus dez anos de desfiles em Paris com uma coleção batizada de "cosmic love", que oscila entre inspirações tribais e astronômicas, com cores vivas queridas pelo estilista indiano e uma profusão de estampas.
Com turbantes nos cabelos, as modelos tinham os braços e o rosto cobertos de pérolas e usavam gargantilhas de material plástico. Carregavam pequenas bolas esféricas em forma de planetas, que também estampavam saias com ares de vidente.
Nessa profusão psicodélica, as listras hipnóticas apareceram ao lado de estampas de inspiração asteca que lembram as obras de Sonia Delaunay, pintora e designer, além de patchworks em lã.
- Paco Rabanne: metal esportivo
Na passarela da Paco Rabanne, o diretor artístico Julien Dossena revisitou o vestido metálico emblemático da marca, transformando-o em um tipo de casaco de malha leve, usado com sapatos grossos dourados, ou prateados, e luvas longas.
O metal se torna fluido na passarela Rabanne, com saias longas e tops assimétricos que deixam o abdômen à mostra em um toque esportivo. A suavidade fica por conta dos conjuntos de lã em cores sóbrias, que também brincam com a assimetria, com fendas nas costas e tiras que caem ao longo do corpo.