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A Justiça francesa emitirá em 10 de dezembro seu acórdão sobre o caso de fraude das próteses mamárias PIP, cujo julgamento foi concluído nesta sexta-feira com o pedido da defesa em um tribunal de Marselha (sul).

A decisão será conhecida neste dia, indicou o presidente do tribunal, Claude Vieillard, encerrando o julgamento que durou um mês.

Uma pena de quatro anos de prisão em regime fechado foi requisitada terça-feira contra Jean-Claude Mas, fundador da empresa francesa PIP.

Nesta sexta-feira, o advogado de defesa do fundador da PIP, acusado de fraude juntamente a quatro ex-executivos da empresa, pediu a absolvição parcial de seu cliente.

O advogado, Yves Haddad, justificou ter enviado ao procurador testes realizados com o gel usado para o preenchimento dos implantes PIP, que não estaria em conformidade com as regras sanitárias e que poderia ter provocado a rupturas das próteses.

"Vocês irão ver que não há perigo", afirmou Haddad, que contesta o caráter "agravante" da fraude realizada pelo seu cliente.

No final da audiência, os cinco réus puderam falar, mas apenas Jean-Claude Mas expressou algumas palavras, enquanto os outros não tiveram "nada a acrescentar".

Aos demais réus, Mas disse: "desculpe a maneira como terminou (a empresa) PIP."

"Uma grande porcentagem das vítimas têm gel Nusil (o único gel aprovado) em seus implantes", assegurou, lembrando que o seu próprio gel "não é tóxico, não é perigoso". "Espero ter aliviado um pouco a dor das vítimas", acrescentou.

A importação de próteses mamárias de silicone ficará suspensa no País a partir de quinta-feira. A interrupção deverá se estender até a implantação das novas regras aprovadas nesta terça-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a liberação das novas remessas dos implantes que chegam ao Brasil.

A resolução determina que somente podem ser vendidas próteses que receberem certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). As regras para concessão desse certificado, no entanto, ainda estão em fase de análise pelo instituto. A resolução começou a ser estudada em janeiro, logo depois do escândalo das próteses mamárias feitas com silicone adulterado, das marcas Poly Implant Protheses (PIP) e Rofil.

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Até agora, para serem comercializadas no País as próteses precisavam apresentar registro na Anvisa e um certificado de boas práticas de fabricação. Os lotes do produto não eram analisados. A ideia, com a mudança, é fazer uma inspeção do produto que chega ao País.

No auge do escândalo, o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, havia anunciado que a inspeção seria feito lote a lote - assim como ocorre com luvas descartáveis e preservativos. No entanto, conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou em fevereiro, essa ideia foi descartada. Técnicos do Inmetro alertaram não haver um padrão de lote por fabricante, o que impossibilitaria uma regra geral. Além disso, a inspeção lote a lote seria inviável financeiramente.

Uma das alternativas é fazer uma análise periódica nos lotes. O formato oficial de como será feita a análise deverá ser divulgado pelo Inmetro nos próximos dias. Um texto com um padrão de inspeção foi colocado em consulta pública em fevereiro. Agora, integrantes do instituto analisam as contribuições e trabalham no texto final.

A proposta colocada em consulta pública pelo Inmetro previa que o controle de qualidade seria feito por meio de auditorias. As análises ficariam sob a responsabilidade de laboratórios cadastrados pelo instituto nas produtoras das próteses. A Anvisa, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a estimativa é de que a resolução do Inmetro seja divulgada nas próximas duas semanas.

O escândalo das próteses mamárias veio à tona no fim do ano passado, com a comprovação de que o fabricante francês PIP usava silicone impróprio para humanos. As próteses adulteradas têm maior risco de ruptura e de causar inflamações nas pacientes. O registro do produto - cuja venda já havia sido suspensa no ano passado - foi cancelado em janeiro pela Anvisa. Dias depois, a Anvisa também cancelou o registro das próteses holandesas Rofil, cuja fabricação havia sido terceirizada para a PIP.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje o cancelamento do registro de próteses mamárias PIP (Poly Implants Protheses). A decisão, que deverá ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias, foi tomada diante da comprovação de que o silicone usado nas bolsas não era para uso em saúde e dos registros de rompimento dos implantes.

O uso dos implantes no Brasil já estava suspenso desde abril de 2010, quando foi constatada que a fabricante do produto, uma empresa francesa, havia usado silicone sem registros. De acordo com a Anvisa, das 34.631 unidades importadas, 24.534 foram comercializadas.

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A recomendação é de que mulheres que receberam tais implantes procurem seus médicos para saber qual melhor procedimento a ser adotado. "Caso a paciente não saiba a procedência do implante recebido, o melhor é procurar o médico, a clínica ou hospital onde o procedimento foi feito. Eles têm obrigação de manter registros", afirmou o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

A prótese que agora será proibida foi comercializada no Brasil entre 2005 e abril de 2010. De acordo com Barbano, embora registros de reações adversas tenham sido feitos em outros países, a Anvisa não recebeu nenhuma comunicação de problemas relacionados ao implante no Brasil.

Pelo menos 12 mil mulheres no Brasil usaram essas próteses em seus implantes mamários. Nos próximos dias, a Anvisa deve concluir um mapeamento sobre o uso dos implantes das próteses PIP no País. "A ideia é fazer um rastreamento, descobrir onde foi feita a distribuição do material e orientar vigilâncias locais para ficarem atentas", disse;

Barbano informou que estudos apresentados até agora não comprovaram a suspeita, apresentada na França, de que o material usado nas próteses aumentava o risco do desenvolvimento de câncer. "Os estudos não identificaram essa possibilidade. O que sabemos é que há maior risco de reações, de infecções."

O produto no Brasil foi importado pela Emi Importação e Distribuição. A empresa ficará encarregada de fazer a coleta das próteses e o descarte do material. A destruição do material será feito somente depois de autoridades sanitárias conferirem a quantidade dos implantes. "Não há como saber se houve uso irregular das bolsas desde o período em que determinamos a suspensão do produto. Isso seria uma atividade criminosa", disse Barbano. A fabricante do produto pediu o encerramento da empresa para o governo Francês.

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