Durante este período pandêmico, diversos projetos sociais buscam minimizar os impactos do novo coronavírus na educação dos jovens vestibulandos, principalmente os que vivem em periferias do País. Um desses projetos é da pernambucana Brenda Teixeira, de 23 anos, graduanda do curso de direito na Universidade de Pernambuco (UPE).
O projeto Help, que começou no ano passado, surgiu da inquietude da jovem com relação ao ensino nas escolas durante a pandemia. “Havia acabado de perder meu avô, o estágio e as aulas na faculdade estavam suspensas por causa da Covid-19 e, por ter o privilégio de estudar em uma rede superior de ensino público, me fez sentir a necessidade de devolver à sociedade de alguma forma [a educação]”, contou em entrevista ao LeiaJá.
##RECOMENDA##Brenda, que reside no Bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, montou o projeto solidário, junto com alguns amigos, no intuito de dar aulas a estudantes interessados em se preparar para o Enem. “Como sempre ajudei meus amigos em português e redação, decidi fazer um post no Twitter para convidar alunos dos terceiros anos da rede pública interessados em aprender redação para o Enem”, disse.
A iniciativa teve, rapidamente, mais de 20 alunos interessados. As aulas foram realizadas remotamente, com dicas de gramática, produção e correção de redações, além de rodas de debates com profissionais de várias áreas para ampliar o conhecimento dos participantes. O projeto alcançou vestibulandos de Pernambuco, Rio de Janeiro, Alagoas, Acre, Pará e até mesmo do Panamá. Desse total, a maioria conseguiu alcançar boas notas na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado este ano.
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Brenda comemora as notas que seus alunos alcançaram. Mas, para ela, a dificuldade em outras disciplinas fizeram muitos deles não serem aprovados no vestibular. “A realidade é que o déficit deles é para além da redação. Muitos não foram aprovados pelas outras competências, mas essa nota de redação fez com que eles se sentissem vitoriosos e instigou o estudo novamente esse ano”, comentou.
Segundo a jovem, o projeto vai continuar e já está sendo organizado para este ano. As vagas serão divulgadas em seu perfil no Instagram, porém, como ela corrige sozinha as redações, a quantidade de vagas será limitada e terão prioridade os alunos que já vinham tendo sua assistência.
Com a iniciativa, ela tem esperança que mais pessoas possam se juntar para ajudar o máximo de estudantes. “Meu intuito também é despertar em outras pessoas, que sejam boas em outras matérias, a ajudar quem precisa, porque faria total diferença.” Os interessados em ensinar alguma das áreas do conhecimento cobradas no Enem, e ajudar os vestibulandos, também podem entrar em contato com Brenda pelo seu perfil no Instagram.
Para a jovem, a mensagem que fica é que "todos podemos contribuir, do nosso jeito, para um mundo melhor, naquilo que somos bons, seja qual for o meio" E completa: “Conhecimento válido é conhecimento compartilhado! A gente não pode morrer com ele, precisamos disseminar e o processo é lento, mas recompensador. Só a educação é capaz de salvar nosso país”, conclui a futura advogada.