Mais de 80% dos profissionais de RH apontam o cumprimento da Lei de Cotas como o principal fator para a contratação de pessoas com algum tipo de deficiência. Somente 2% dos contratantes indicam a valorização da diversidade como causa das contratações. Além disso, potencial do profissional e o perfil adequado para ocupar a vaga foram indicados como principal fator para contratação em somente 3% e 9% das repostas, respectivamente. Essas foram as conclusões de uma pesquisa realizada pela Catho e consultoria iSocial, divulgadas nesta segunda-feira (28).
Para o sócio diretor da iSocial, Jaques Heber, a Lei de Cotas “é de fundamental importância para a inclusão do profissional com deficiência no mercado de trabalho, mas é preocupante que ela ainda seja vista como principal razão para a contratação”. Quem também compactua da ideia de que as empresas precisam olhar mais o potencial dos candidatos deficientes e não a deficiência propriamente dita é o diretor de gente e gestão da Catho, Murilo Cevellucci. “O profissional tem de ser avaliado primeiramente pelas qualidades que o credenciam a ocupar o cargo, independentemente da deficiência”, diz Cavellucci, conforme informações da assessoria de imprensa.
##RECOMENDA##O estudo também apontou que 68% dos profissionais de RH acreditam que a acessibilidade é o principal fator que torna uma vaga de emprego atrativa para uma pessoa com deficiência. Já entre as pessoas deficientes, plano de carreira e salário surgem entre os itens mais valorizados: quase 60% dessas pessoas concordam com essa ideia.
“Fica evidente que, ao contrário do que a área de RH avalia, os principais anseios do profissional com deficiência são muito parecidos com os de qualquer pessoa no mercado de trabalho. Ser bem remunerado e ter boas perspectivas profissionais também é fundamental para o PcD, mais até mesmo do que a questão da acessibilidade”, complementa Haber, da iSocial, de acordo com a assessoria.
Dados mais preocupantes
A pesquisa também mostrou que 60% dos contratantes acreditam que os deficientes sofrem preconceito oriundo de colegas, clientes ou gestores. Além disso, mais da metade dos gestores assumem que chegam a entrevistar pessoas com deficiência, porém apresentam resistência para contratá-las.
O estudo – Realizada de 9 a 27 de maio deste ano, a pesquisa entrevistou mais de 1,5 mil profissionais. Confira a análise na íntegra.