O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte prestou depoimento nesta sexta-feira (12) ante magistrados do Ministério Público da cidade de Bérgamo (norte), como parte da investigação sobre sua gestão da crise do coronavírus, informou seu gabinete.
O chefe de Governo prestou declaração por três horas na sede do governo em Roma, o Palazzo Chigi, como parte da investigação aberta sobre a demora na declaração dos municípios de Nembro e Alzano Lombardo "zona vermelha", em março, em plena expansão da pandemia, que causou mais de 34.000 mortes em todo o país.
A equipe de magistrados, liderada pela promotora Maria Cristina Rota, ouviu o primeiro-ministro "como uma pessoa informada dos fatos", sem atribuir nenhum crime a ele.
A Promotoria também ouviu o testemunho na mesma sede da ministra do Interior, Luciana Lamorgese, e do ministro da Saúde, Roberto Speranza.
O objetivo é estabelecer tecnicamente quem foi responsável por declarar as "zonas vermelhas" durante o início da epidemia, colocando o governo central contra as autoridades da região da Lombardia.
A disputa entre o governo central, formado pelo Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrata (PD, centro-esquerda), e as autoridades da região da Lombardia, das quais depende Bergamo e onde a Liga de direita governa, pela administração da epidemia tem sido constante durante a crise.
Conte, que reconheceu na quarta-feira passada que tomou todas as decisões "com consciência", garantiu em várias ocasiões que a região da Lombardia "tinha todos os instrumentos" para agir, como outras regiões.
Tanto a associação de parentes das vítimas do coronavírus, quanto alguns partidos e sindicatos, atribuem o atraso aos interesses econômicos, por se tratar de uma área industrial próspera, com mais de 400 fábricas.
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