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O câmbio voltou a piorar nesta quarta-feira, 13, e o dólar terminou em alta de 1,04%, a R$ 3,7533. O fortalecimento da moeda americana no exterior, contrastando com a fraqueza observada na terça, e preocupações com os rumos da reforma da Previdência estão entre os fatores que fizeram os investidores buscarem proteção no dólar. O real foi a segunda moeda que mais perdeu valor ante a divisa dos Estados Unidos nesta quarta-feira, atrás apenas do rand, da África do Sul, onde o dólar subiu quase 2%.

No mercado doméstico, o foco se manteve na reforma da Previdência. A agência de classificação de risco Moody's acredita que o governo de Jair Bolsonaro conseguirá aprovar "algum tipo de reforma" no Congresso, mas não antes do terceiro trimestre. A previsão dos analistas Samar Maziad, Patrick Cooper e Mauro Leos, que assinam o relatório, é que Bolsonaro consiga aprovar uma reforma que gere economia fiscal na casa dos R$ 600 bilhões a R$ 800 bilhões em 10 anos. Um texto com economia menor que esse patamar pode ser negativo para o perfil de crédito soberano do Brasil, alertam eles.

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Para o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold, era de se esperar que com a alta de Bolsonaro nesta quarta do hospital, após 17 dias internado, o câmbio ficasse menos pressionado, pois a expectativa é que agora a reforma comece de fato a andar. Mas o que ocorreu foi o oposto, talvez, avalia ele, porque a percepção é de que o texto pode demorar mais que o esperado para avançar no Congresso. "Não é uma reforma rápida, a tramitação leva tempo."

Os estrategistas da gestora inglesa Ashmore avaliam que as deterioradas contas fiscais brasileiras, pela falta de uma reforma da Previdência, permanecem como maior obstáculo para uma volta firme dos investimentos estrangeiros no Brasil. Para eles, é positivo que a equipe econômica tenha metas ambiciosas para a reforma, embora as negociações no Congresso devem certamente desidratar o texto original.

Para o diretor de uma corretora paulista, após o dólar cair 1,33% na terça, o segundo maior recuo do ano, uma correção nesta quarta era esperada, especialmente sem fator novos sobre a Previdência e com um exterior negativo. O dia no mercado financeiro internacional foi de fuga de ativos de risco. Um dos indicativos é que o índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, voltou a subir e a operar próximo ao pico de 2018, batido em dezembro.

O petróleo opera em alta na manhã desta quarta-feira, recuperando-se após a forte queda da sessão anterior. Os contratos continuam, porém, com volatilidade, o que impede a ocorrência de um rali mais significativo.

Às 9h57 (de Brasília), o Brent para abril subia 1,78%, a US$ 30,86 o barril, na ICE, em Londres. O contrato para março de petróleo avançava 1,65%, a US$ 28,40 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

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Na terça-feira, porém, o contrato em Nova York caiu 5,9% e o Brent chegou a recuar 8%, fechando em baixa de 7,78%. Analistas citaram como causa o relatório da Agência Internacional de Energia, que voltou a retratar um mercado com excesso de oferta.

A queda recente nos preços podem também ter sido causada pela ausência do apoio dos operadores chineses, disse a Phillip Futures em relatório. Os mercados da China não funcionam nesta semana, por causa do feriado do Ano Novo Lunar.

O diretor de commodities do Standard Chartered Bank, Paul Horsnell, afirmou que, após a forte queda de ontem, o mercado passa hoje por uma consolidação.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgou relatório hoje, dizendo que os preços baixos da commodity começam a prejudicar a economia global. Além disso, o grupo afirmou que o cenário não tem elevado a demanda por derivados.

Em sessões recentes, o petróleo subiu diante de especulações de que poderia haver um corte na produção. Hoje, os preços eram apoiados em parte por declarações do ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zangeneh. A autoridade declarou que seu país está disposto a negociar com a Arábia Saudita sobre as atuais condições dos mercados da commodity. Não há, porém, sinais claros de que os sauditas poderiam caminhar nessa direção, o que contém o apetite. Fonte: Dow Jones Newswires.

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