Tópicos | Poluição plástica

A ONU concordou nesta quarta-feira (2) em iniciar as negociações para o primeiro acordo global contra a poluição plástica, uma iniciativa histórica na luta pela preservação da biodiversidade.

A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ANUE), o máximo órgão internacional sobre o assunto reunido na capital queniana de Nairóbi, adotou uma moção que cria um "Comitê Intergovernamental de Negociação" encarregado de preparar um texto juridicamente vinculativo até 2024.

"É um dia para entrar nos livros de história", disse o presidente da Assembleia, o ministro norueguês do Ambiente, na abertura do último dia de trabalho.

"Vamos iniciar o processo extremamente importante de negociação de um tratado forte para proibir a poluição plástica", acrescentou, lembrando o vínculo entre as crises climática e natural, "ambas tão importantes (...) que não devemos resolver uma em detrimento da outra".

O texto deve estabelecer uma agenda muito ampla e os negociadores vão focar, por exemplo, no "ciclo de vida" completo do plástico, ou seja, os impactos de sua produção, uso, descarte e reciclagem.

Implicitamente, podem existir medidas de limitação, em um momento em que cada vez mais países do mundo proíbem os sacos de plástico descartáveis, bem como outros produtos descartáveis.

O tratado também prevê a negociação de metas globais em números com medidas que podem ser obrigatórias ou voluntárias, mecanismos de controle, o desenvolvimento de planos de ação nacionais levando em conta as especificidades dos diferentes países e um sistema de ajuda aos países pobres.

Diz respeito a todas as formas de poluição terrestre ou marinha, incluindo microplásticos.

- Maior avanço -

As negociações devem começar no segundo semestre deste ano e estarão abertas a todos os países-membros da ONU.

Essa decisão “histórica” representa o maior avanço ambiental desde o acordo de Paris para combater o aquecimento global em 2015.

A inclusão nas negociações de todas as suas preocupações torna as ONGs cautelosamente otimistas, ainda que ressaltem, como muitos observadores e participantes, que será preciso monitorar.

O compromisso expresso por grandes multinacionais, inclusive algumas que utilizam muito embalagens plásticas, como Coca-Cola ou Unilever, em favor de um tratado que estabeleça regras comuns reforça o otimismo, apesar de essas empresas não terem se manifestado por medidas precisas.

O texto futuro deve dar a elas visibilidade e evitar distorções na concorrência de uma indústria que movimenta bilhões de dólares, segundo seus promotores.

Dos cerca de 460 milhões de toneladas de plásticos produzidos em 2019 em todo o mundo, menos de 10% são atualmente reciclados e 22% foram abandonados em aterros sanitários improvisados, queimados ao ar livre ou despejados no meio da natureza, de acordo com as últimas estimativas da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta terça-feira (5), tem como tema este ano  “#AcabeComAPoluiçãoPlástica”. O objetivo da ONU Meio Ambiente é chamar a atenção da sociedade para reduzir a produção e o consumo excessivo de produtos plásticos descartáveis.

Em 2018, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a data soma esforços à campanha #MaresLimpos (http://cleanseas.org/), para combater o lixo marinho e mobilizar todos os setores da sociedade global no enfrentamento deste problema, que se não for solucionado poderá resultar em mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050.

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Segundo as Nações Unidas, a poluição plástica é considerada uma das principais causas atuais de danos ao meio ambiente e à saúde. Por ano, são consumidas até 5 trilhões de sacolas plásticas em todo o planeta.

Ainda segundo a ONU Meio Ambiente, a cada minuto, são compradas 1 milhão de garrafas plásticas e 90% da água engarrafada contêm microplásticos. De acordo com o organismo internacional, metade do plástico consumido no mundo é descartável e pelo menos 13 milhões de toneladas vão parar nos oceanos anualmente, afetando 600 espécies marinhas, das quais 15% estão ameaçadas de extinção.

Mais de 100 países se uniram sob o slogan do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano e se comprometeram com atividades, como mutirões de limpeza de praias e florestas, e anúncios de políticas públicas voltadas ao descarte e consumo responsável do plástico.

Para o diretor executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, este é um momento crucial para reverter a maré de poluição global. “Precisamos encontrar soluções melhores e mais rápidas do que nunca. Desistir não é uma opção para nós. Agora é a hora de agir juntos - independentemente da nossa idade - pelo bem do nosso planeta”, disse, em nota.

Lixo Zero

De hoje até quinta-feira (7), Brasília vai sediar o 1º Congresso Internacional Cidades Lixo Zero. O evento reunirá especialistas estrangeiros e brasileiros para apresentar e debater as melhoras práticas e tecnologias usadas para o gerenciamento de resíduos sólidos.

O presidente do Instituto Lixo Zero Brasil e coordenador do evento, Rodrigo Sabatini, disse que o objetivo do congresso é mostrar para as prefeituras que podem adotar uma política de lixo zero. “Lixo zero quer dizer que vamos fazer de tudo para que os resíduos não sejam enviados para aterros. Vamos reciclar, compostar, reduzir”.

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