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Em seis anos, mais de 45 milhões de brasileiros passaram a usar a internet no País. O Brasil alcançou a marca de 161,6 milhões de habitantes conectados em 2022, o equivalente a 87,2% da população de 10 anos ou mais de idade, estimada em 185,4 milhões de pessoas. Entre os internautas, 93,4% declararam que usavam a internet todos os dias.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O acesso à internet avançou mais entre os idosos do que entre as crianças nos últimos seis anos.

O número de pessoas com 60 anos ou mais que usavam a internet mais que triplicou no período, subindo de 6,5 milhões em 2016 para 20,4 milhões em 2022.

Entre as crianças de 10 a 13 anos, esse contingente de conectados avançou de 8,1 milhões para 9,8 milhões no período.

Inclusão digital

Desde 2016, quando começou a série histórica da pesquisa do IBGE, o contingente de excluídos digitais foi reduzido em mais de 60%: havia 59,7 milhões de brasileiros sem acesso à internet naquele ano, 35,9 milhões a menos que os atuais 23,8 milhões de desconectados registrados atualmente.

O número de domicílios conectados à internet ficou 21,1 milhões maior em seis anos: em 2016, havia 47,8 milhões de lares com utilização da internet, subindo a 68,9 milhões em 2022.

A proporção de usuários conectados alcançou 89,4% entre os habitantes de áreas urbanas no ano passado, e 72,7% entre os moradores da área rural.

Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,9% dos conectados, seguido pela televisão (47,5%), pelo microcomputador (35,5%) e pelo tablet (7,6%).

O IBGE lembra que já vinha de anos anteriores a tendência de queda no uso de microcomputador e de tablete, acompanhada de aumento da utilização da televisão para acessar a internet.

Em 2022, a maioria dos usuários usou a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%). A segunda finalidade mais relatada de uso foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%), seguida por assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%), usar redes sociais (83,6%), ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%), ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (72,3%), acessar banco(s) ou outras instituições financeiras (60,1%), enviar ou receber e-mails (59,4%), comprar ou encomendar bens ou serviços (42,0%), usar algum serviço público (33,4%), jogar (32,4%), e vender ou anunciar bens ou serviços (12,0%).

Uso ampliado da internet

O IBGE investigou ainda o uso ampliado da internet, ou seja, aquela utilização por indivíduos que efetivaram tarefas sem o conhecimento que as mesmas demandavam conexão à internet.

"Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma pessoa acessa redes sociais, troca mensagens por meio de determinados aplicativos ou instala aplicativos no telefone celular, especialmente no caso de serviços da internet ofertados gratuitamente. Tais pessoas são usuárias da internet, mesmo sem ter ciência deste fato", explicou o IBGE.

Considerando o indicador ampliado de uso da Internet, 88,7% das pessoas de 10 anos ou mais de idade usaram a internet no período de referência da pesquisa, fatia que subia a 90,8% entre moradores de área urbana e ficava em 74,9% entre os residentes em área rural.

"Constata-se, portanto, uma diferença de 1,5 p.p. entre o indicador ampliado de uso da internet (88,7%) e o indicador padrão (87,2%). Entre as pessoas que moravam em área rural, essa diferença foi maior (2,2 p.p.) ao passo que em área urbana foi de 1,4 p.p., concluindo-se que entre a população rural havia maior proporção de usuários da Internet não cientes desse uso", concluiu o IBGE.

Em 2022, 160,4 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular para uso pessoal no País, 86,5% da população com 10 anos ou mais. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção de usuários de telefone móvel celular foi de 88,9% entre os habitantes de áreas urbanas e de 71,2% entre os moradores da área rural. A fatia de mulheres com telefone celular foi de 88,0%, ante uma proporção de 85,0% entre os homens.

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O IBGE frisa que a pesquisa mostrou expansão contínua da posse de telefone celular desde o início da série histórica, em 2016, quando 77,4% da população de 10 anos ou mais de idade possuíam o aparelho. Essa fatia subiu a 81,4% em 2019, passando a 84,4% em 2021, até alcançar os atuais 86,5% vistos em 2022.

Entre os 25,0 milhões de brasileiros sem telefone móvel celular para uso pessoal em 2022, o equivalente a 13,5% da população de 10 anos ou mais de idade, 54,1% eram homens e 45,9%, mulheres. Quanto à faixa etária, 34,5% tinham 60 anos ou mais de idade, e outros 20,9% tinham de 10 a 13 anos.

"Por nível de escolaridade, nota-se que 78,8% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental", informou o IBGE.

Os motivos mais citados para a ausência de telefone celular foi não saber usar o aparelho (motivo citado por 26,5%), o aparelho telefônico era caro (24,8%), falta de necessidade (22,0%), costumava usar o telefone móvel celular de outra pessoa (11,6%), preocupação com privacidade ou segurança (4,7%), o serviço era caro (3,1%), e o serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (1,0%).

O acesso à internet no Brasil manteve a tendência de expansão nos últimos anos, mas 6,4 milhões de famílias permaneciam sem conexão à rede em casa em 2022. Cerca de 23,792 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não usavam a internet, sendo 2,923 milhões deles estudantes. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os excluídos digitais representavam 12,8% da população com 10 anos ou mais de idade. Mais da metade deles eram idosos (52,3% tinha 60 anos ou mais de idade). O grupo também era majoritariamente constituído por pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, o equivalente a 78,5% das pessoas sem acesso à internet.

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"No País, o rendimento médio mensal real per capita nos domicílios em que havia utilização da internet (R$ 1.760) foi quase o dobro do rendimento nos que não utilizavam essa rede (R$ 944). A grande diferença entre esses dois rendimentos foi observada em todas as Grandes Regiões, com destaque para a Região Norte, cujo rendimento nos domicílios em que havia utilização da Internet foi maior que o dobro do rendimento registrado nos domicílios que não utilizavam o serviço", ressaltou o IBGE.

Entre os excluídos digitais, 16,2% apontaram motivos financeiros para a falta de acesso à internet: 11,1% disseram que o acesso à rede era caro, e outros 5,1% declararam que o equipamento eletrônico necessário era caro. Os dois motivos mais mencionados para a falta de conectividade foram não saber usar a internet (47,7%) e falta de necessidade (23,5%). Outros 3,6% disseram que o serviço não estava disponível nos locais que frequentavam, sendo que essa proporção subia a 9,7% entre os excluídos digitais da região Norte. Na média do Brasil, 8,0% dos desconectados em área rural mencionaram a ausência de internet nos locais frequentados, contra uma fatia de apenas 1,8% dos excluídos digitais de áreas urbanas.

Entre os estudantes que não tinham internet, a maioria esmagadora frequentava a rede pública de ensino: 93,7%. Os estudantes de 10 anos ou mais que ainda eram excluídos digitais em 2022 relataram maior peso da questão financeira para o problema: 19,9% consideravam o serviço caro e 14,8% afirmaram que o equipamento necessário para o acesso era caro.

ACESSO GRATUITO À INTERNET

A pesquisa mediu ainda o alcance do acesso gratuito à internet (Wi-Fi) em locais públicos, como estabelecimentos públicos de educação e bibliotecas públicas, estabelecimentos públicos de saúde, praças e parques: 8,9% das pessoas que utilizaram a internet no período de referência afirmaram ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas; 5,2%, em estabelecimentos públicos de saúde, como postos de saúde e hospitais públicos; e 5,5%, em praças ou parques públicos. A Região Sul apresentou os maiores porcentuais de acesso gratuito à internet para os três tipos de locais públicos pesquisados: 11,7%, 7,9% e 8,1%, respectivamente.

"Nota-se que o acesso gratuito à internet em estabelecimentos públicos de educação ou bibliotecas públicas foi maior entre os grupos etários mais jovens: 19,1%, para as pessoas de 10 a 13 anos de idade; 24,7%, entre as pessoas de 14 a 19 anos; e 11,5%, para o grupo de 20 a 24 anos", apontou o IBGE.

Entre os estudantes conectados, 24,2% fizeram uso de internet gratuita em estabelecimentos de ensino públicos e bibliotecas públicas. Considerando a rede de ensino de origem, 26,7% dos estudantes da rede pública que utilizaram internet acessaram o serviço de forma gratuita em escolas, universidades ou bibliotecas públicas, fatia superior à dos estudantes conectados que cursavam a rede privada de ensino (19,0%).

A pandemia de covid-19 acelerou nos últimos dois anos o acesso à internet no Brasil, mas 7,280 milhões de famílias permaneciam sem conexão à rede em casa em 2021. Cerca de 28,2 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não usavam a internet, sendo 3,6 milhões deles estudantes. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2021, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os excluídos digitais representavam 15,3% da população com 10 anos ou mais de idade. Dois em cada dez apontaram motivos financeiros para a falta de acesso à internet: 14,0% disseram que o acesso à rede era caro, e outros 6,2% declararam que o equipamento eletrônico necessário era caro. Os dois motivos mais mencionados para a exclusão digital foram não saber usar a internet (42,2%) e falta de interesse em acessar a internet (27,7%).

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Entre os estudantes que não tinham internet, a maioria esmagadora frequentava a rede pública de ensino: 94,7%. Os estudantes de 10 anos ou mais que ainda eram excluídos digitais em 2021 relataram maior peso da questão financeira para o problema: 25,1% consideravam o serviço caro e 18,3% afirmaram que o equipamento necessário para o acesso era caro. As demais razões apontadas para a falta de acesso à rede foram ausência de interesse (17,5%), não saber utilizar (15,9%) e falta de disponibilidade do serviço nos locais que costumava frequentar (10,6%).

A exclusão digital era mais grave no pré-pandemia, quando havia 37 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade sem acesso à internet, 8,8 milhões de pessoas a mais que em 2021. Em 2019, 11,365 milhões de lares estavam desconectados da rede, 4,085 milhões a mais que em 2021.

No ano passado, entre os 183,9 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade, 84,7%, ou 155,7 milhões, utilizaram a internet. Entre as mulheres, 85,6% estavam conectadas, ante uma proporção de 83,7% dos homens.

Acesso pelo celular

Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,8% dos conectados, seguido pela televisão (45,1%), pelo microcomputador (41,9%) e pelo tablet (9,3%).

"É a primeira vez que a televisão supera o microcomputador no acesso à internet, a primeira vez que a televisão fica em segundo lugar no acesso à internet", disse Flávia Vinhaes, analista do IBGE.

A principal finalidade da internet foi conversar por chamadas de voz ou vídeo (mencionada por 95,7% dos usuários), ultrapassando assim o envio ou recebimento de mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos (com 94,9% das menções), seguida pela opção de assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (89,1%) e enviar e receber e-mail (62,0%).

Os domicílios com internet que utilizavam a conexão discada eram apenas 0,1% do total conectado em 2021.

"Até 2019, ambos os tipos de conexão por banda larga mostraram gradual sentido de crescimento nos domicílios, ao passo que, em 2021, a banda larga móvel (3G ou 4G) se reduziu e a fixa aumentou, fazendo com que, pela primeira vez na série, a proporção de domicílios com acesso à banda larga fixa superasse a da banda larga móvel", apontou o IBGE, em nota.

Nos domicílios com internet, o porcentual com banda larga móvel passou de 81,2% em 2019 para 79,2% em 2021, enquanto a fatia com banda larga fixa aumentou de 78,0% para 83,5%. Na Região Norte, a banda larga fixa avançou de 54,7% dos domicílios conectados em 2019 para 70,5% em 2021.

No ano passado, 155,2 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular no País, 84,4% da população com 10 anos ou mais. Entre os 28,7 milhões sem telefone celular, 8,9 milhões eram estudantes, sendo 91,6% deles da rede pública de ensino. O principal motivo para a ausência de telefone nesse nicho da população também foi financeiro, 40% dos estudantes do ensino público sem celular disseram que o aparelho telefônico era caro, e outros 4,7% relataram que o serviço era caro.

Televisão em casa

Durante a pandemia, aumentou o número de domicílios particulares permanentes no País, de 71,12 milhões em 2019 para 72,9 milhões em 2021, mas diminuiu a proporção deles com televisão, de 96,2% para 95,5%. O total de lares sem televisão aumentou de 2,7 milhões em 2019 para 3,2 milhões em 2021.

"O número de domicílios cresce mais rápido que o número de domicílios com televisão", explicou Vinhaes.

Na passagem de 2019 para 2021, o número de domicílios com televisão de tela fina subiu de 55,9 milhões para 61,4 milhões, enquanto o total com televisão de tubo diminuiu de 17,6 milhões para 11,0 milhões.

A proporção de lares apenas com televisão de tela fina cresceu de 74,3% em 2019 para 84,2% em 2021, e a fatia que possuía somente televisão de tubo caiu de 18,3% para 11,9%. A proporção com ambos os tipos de televisão teve redução de 7,4% para 3,9%.

Embora venha melhorando o acesso da população a aparelhos de TV mais modernos, antenas ou conversores para recebimento do serviço digital, ainda havia 1,539 milhão de famílias no ano passado sem alternativa à televisão analógica aberta, sendo 80,6% delas em área urbana, o equivalente a 1,2 milhão de domicílios.

"O processo de implantação do sinal digital para acesso aos canais de televisão aberta em substituição ao analógico, transmitido por antenas terrestres, ainda estava em andamento em 2021. Quando a transmissão do sinal analógico for inteiramente desligada, as televisões sem conversor para receber o sinal digital não terão acesso direto aos canais de televisão aberta, a não ser por meio de televisão por assinatura ou antena parabólica", lembrou o IBGE.

Em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, o IBGE não coletou informações na Pnad Contínua sobre acesso à internet, televisão e posse de telefone celular. Por questões sanitárias, a coleta da pesquisa passou de presencial a remota, feita por telefone, forçando um enxugamento do questionário para que contemplasse somente os temas do núcleo básico da pesquisa, justificou o instituto. Por este motivo, a série histórica sobre as informações de televisão e internet, iniciada em 2016, foi interrompida em 2020, e as análises sobre os resultados de 2021 têm como base de comparação o ano de 2019, no pré-pandemia.

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