Tópicos | Plantas medicinais

O uso de ervas e plantas medicinais remete a um conhecimento que vem desde o início da humanidade. Com o auxílio de Celia Lasakosvitsch Longobardi, especialista em farmacologia e autora do livro "Plantas Medicinais: Seus Contos e Encantos", o LeiaJá apresenta algumas dicas para quem pretende iniciar o cultivo em casa.

Segundo Celia, é preciso ter e colocar vazos em um local da residência que receba, pelo menos, quatro horas de sol. "É importante aguar os vasos pelo menos uma vez ao dia, em temperatura natural, ou duas vezes em dias muito quentes e secos. Esse processo deve ser feito pela manhã e à tarde", orienta.

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A preparação do solo para o cultivo de plantas medicinais ou comestíveis é importante. Celia afirma que a terra, mesmo a disponível na versão adubada, nem sempre está com o tratamento correto. "Mesmo aquelas bem escuras, muitas vezes tem pó de carvão que vai drenar a terra rapidamente e não é o que queremos", explica. O primeiro cuidado é desacidificar o solo. Para isso é necessária uma quantidade de terra que será misturada com algumas colheres de calcáreo (carbonato de cálcio), pó de rocha ou cinza de uma churrasqueira, por exemplo. A especialista indica misturar bem e deixar no vaso reservado sem plantar nada por pelo menos uma semana. "Assim o material produz o efeito desejado. A adubação também é importante e devemos tomar cuidado, pois o adubo que temos pode não estar totalmente fermentado e pode queimar a planta", complementa.

O adubo deve ser colocado em um local coberto, molhando por pelo menos dez dias ou até que o cheiro desapareça. "Esse adubo vai ser usado em pequena quantidade na terra que preparemos anteriormente", diz Célia. 

A orientação é escolher vasos de tamanho médio, sempre com um furo no fundo para escorrer o excesso de água. A especilista indica colocar uma camada pequena de pedras no fundo do vaso para tampar os furos e ajudar na drenagem. Em seguida, a indicação é colocar uma camada de folhas já meio secas para que elas se deteriorem e, em seguida, possam passar para o solo os nutrientes que tiraram dele enquanto vivas.

O próximo passo é adicionar a terra que foi preparada junto a um buraco que deve ser feito no centro do vaso para receber a muda da planta. "Esta não deve ficar muito profunda para que não sufoque. Depois de plantada, devemos apertar delicadamente o solo ao redor da muda para fixá-la e tirar o ar ao seu redor", orienta Célia. "Um cuidado importante é colocar sempre folhas cobrindo toda a terra ao redor da muda. Um vaso limpo pode ser mais bonito, mas não é bom para a planta. Com esta cobertura, mantemos a terra mais úmida e fofa para que o biossistema da terra possa fazer o seu papel", complementa.

Propriedades

Entre as plantas que podem ser cultivadas em casa estão a espinheira santa, que ajuda no aparelho digestivo, e o alecrim, que fortalece o sistema nervoso central e auxilia no tratamento da depressão. O cultivo do alecrim necessita de sol e pouca água.

A erva doce também está na lista das que podem ser cultivadas no lar. "Ela dissolve os gases gastrointestinais e aumenta o leite materno. Também é digestiva", diz Celia.

Carqueja, que consegue baixar a gliecemia de pessoas não diabéticasm, lavanda, que tem efeito calmante, e capim cidreira, usado como relaxante muscular, são outras possibilidades plantar em casa.

 

Faculdade de Medicina de Petrópolis/Fase (FPM/Fase), do Rio de Janeiro, promoverá, do dia 6 a 13 de abril, o Curso de Extensão em Farmacologia das Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O objetivo da qualificação é disseminar informações gerais e atualizadas sobre farmacologia das plantas medicinais e fitoterápicos.

As aulas são direcionadas para estudantes e profissionais da área biológica ou de saúde. Os encontros ocorrerão no horário das 13h às 17h, sempre aos sábados, e o investimento no curso é de R$ 40.

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Os interessados em participar da extensão devem se inscrever por meio da internet. No mesmo endereço eletrônico é possível encontrar outras informações sobre o curso. A faculdade fica na Avenida Barão do Rio Branco. 1.003, área central de Petrópolis.

Brasília - Técnicos da Farmácia Viva, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, contam com a ajuda de dez detentos do Complexo Penitenciário da Papuda para o cultivo de guaco, boldo nacional e erva baleeira, plantas medicinais usadas no tratamento fitoterápico. O projeto, coordenado pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), abastece a rede pública de saúde, oferecendo matéria-prima para tratamentos alternativos de doenças que podem ser curadas com medicamentos fitoterápicos.

O chefe do Núcleo de Suporte à Assistência Farmacêutica em Terapias Não Convencionais, Nilton Netto, ressalta a importância do cultivo de plantas medicinais para abastecer a rede pública de saúde. "O consumo de plantas fitoterápicas é um meio alternativo para a cura de muitas doenças, e é preciso explorar isso. O empenho tanto dos técnicos quanto dos detentos garante a produção de fitoterápicos de qualidade, que ajudará a população, além de ser muito mais econômico que um remédio tradicional", disse.

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A diretora executiva da Funap, Verlúcia Cavalcante, explica que projeto é importante não só para o abastecimento de plantas fitoterápicas para a rede de saúde pública do Distrito Federal, mas também para a ressocialização dos detentos, além de garantir a redução de suas penas. "Eles plantam, colhem e garantem a continuidade de produção [das plantas]. A cada três dias de trabalho, eles [detentos] têm um dia a menos nas penas", disse.

O xarope de guaco, usado no tratamento de excreção de muco, é o medicamento fitoterápico mais prescrito na rede pública no DF. Desde a implantação do projeto, em 2009, já foram produzidos 64.657 frascos do xarope. O boldo nacional é utilizado no tratamento para auxiliar a digestão, e a erva baleeira para dores associadas aos músculos e tendões.

A Farmácia Viva também produz outros seis tipos de plantas medicinais reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em seu Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, como alecrim, babosa e confrei.

Os dez presos que participam do projeto cumprem regime semi-aberto, ou seja, durante o dia trabalham no cultivo das plantas e à noite retornam para a Papuda. O Programa Farmácia Viva abrange 21 unidades de saúde: 17 centros de saúde; um Núcleo de Atenção à Saúde da Família; dois Hospitais e uma unidade especializada. De 2001 a 2011, foram produzidos 182.217 fitoterápicos.

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