Plantas aquáticas cobrem grandes extensões do Rio Tietê e de outros rios importantes do interior de São Paulo, como o Pardo e o Jacaré-Pepira. A vegetação forra a superfície dos rios com mantos verdes que impedem a pesca e atrapalham a navegação. Os aguapés se acumulam nas barragens e causam o entupimento de comportas em hidrelétricas. O fenômeno, associado à poluição e ao calor, está ocorrendo numa época em que faz frio.
Em Ibitinga, região central do Estado, a presença de aguapés já interrompeu o serviço de balsas do rio Jacaré-Pepira, próximo da foz com o Rio Tietê, segundo a prefeitura. As plantas se acumulam também na barragem da Usina Hidrelétrica de Ibitinga, no Rio Tietê, prejudicando as operações. Pescadores de Ibitinga reclamam que os pontos de pesca nos dois rios estão cobertos de plantas e já começam a aparecer peixes mortos.
##RECOMENDA##O acúmulo de aguapés também era observado, nesta quarta-feira, 24, no reservatório da Hidrelétrica de Barra Bonita, próximo de Anhembi, e em trechos do Rio Piracicaba, perto do distrito de Artemis.
No Rio Pardo, em Santa Rosa do Viterbo, além dos tapetes de plantas aquáticas, grande quantidade de algas conferia um tom esverdeado à água. O fenômeno é o mais drástico em 40 anos, segundo pescadores locais. Na Usina Hidrelétrica Limoeiro, em Mococa, as comportas tiveram de ser abertas para evitar que a vegetação entupisse as grades ou atingisse as turbinas.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o principal motivo para o aumento na quantidade de plantas é a maior presença de nutrientes na água. O Rio Tietê recebe esgotos de 32 milhões de habitantes de cerca de duzentas cidades e a matéria orgânica desse poluente serve de alimento às plantas. Esse problema é intensificado na época de estiagem, pois o volume de água diminui, o que acarreta maior concentração dos nutrientes.
Em quantidade moderada, o aguapé ajuda a depurar a água, mas em excesso prejudica a qualidade do rio, reduzindo o índice de oxigênio na água. Uma das consequências pode ser a mortandade de peixes.