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A Pontifícia Academia para a Vida provocou polêmica nesta segunda-feira (14) ao publicar em sua conta no Twitter uma reprodução da Pietà, famosa escultura do artista italiano Michelangelo que se encontra na Basílica de São Pedro, no Vaticano, segurando um Jesus negro.

A fotografia foi compartilhada com a frase "Uma imagem que vale um discurso" como uma mensagem contra qualquer tipo de racismo.

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Apesar de receber diversos comentários positivos e centenas de curtidas, a iniciativa foi criticada por usuários e, principalmente, por alguns sites católicos americanos conservadores, como o "Novus Ordo Watch" e "Church militant", que relacionaram a publicação a uma apologia ao movimento "Black Lives Matter".

"Não existe um 'Jesus negro' ou um 'Jesus branco' (neste caso, um Jesus de mármore): existe apenas um Cristo, verdadeiramente nascido da Virgem Maria", escreveu um dos usuários.

O portal Church militant, por sua vez, ressaltou que o "vandalismo do Vaticano imita o iconoclasta louco Laszlo Toth", um geólogo húngaro que em 1972 vandalizou a estátua de Pietà.

Após a polêmica, o porta-voz da Pontifícia Academia para a Vida, Fabrizio Mastrofini, rebateu as críticas. "Não há nenhum tipo de ligação com o movimento 'Black Lives Matter' , é uma manipulação politizada. Essa imagem quer ser uma mensagem de 360 graus contra o racismo", explicou.

"Estes comentários nunca são casuais, mas eu respondo de uma ordem estável à qual todos seguem sem raciocinar com a própria tristeza. É uma triste situação eclesial", concluiu.

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Da Ansa

Oculta atrás de um biombo branco, uma atriz sul-coreana acusou o conhecido diretor de cinema Kim Ki-Duk de agredi-la sexualmente durante uma filmagem, uma denúncia muito pouco comum em um país extremente conservador, onde as vítimas temem a vergonha pública.

Kim é um dos cineastas mais proeminentes da Coreia do Sul e seu currículo inclui um Leão de Ouro no Festiva de Veneza por "Pieta" e um Urso de Ouro no Festival de Berlim por "Samaritan Girl".

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Kim é conhecido por contratar atrizes pouco conhecidas.

Mas a atriz, que pediu para manter o anonimato, afirmou aos jornalistas que sua participação no filme "Moebius" (2013) - um thriller sobre o incesto - a deixou "profundamente traumatizada".

Ela acusou Kim de abusos físicos e sexuais, afirmando que ela bateu nela durante as filmagens e a obrigou a fazer cenas de nudez e sexo que não estavam no roteiro.

"Estava morrendo de modo. Tinha medo que voltasse a me pegar se dissesse algo contra ele", declarou.

Por fim, ela acabou não aparecendo no filme, o que pôs fim a sua carreira de 20 anos como atriz. Durante muito tempo buscou ajuda de advogados, que sugeriram que ela esquecesse o caso.

No entanto, conseguiu apresentar uma denúncia e, na semana passada, Kim, de 56 anos, foi condenado a pagar 4.600 dólares por agressão física. No entanto, outras acusações foram arquivadas, incluindo a de assédio sexual por alegação de falta de provas.

Sua denúncia acontece em um momento em que o movimento "#MeToo" continua expondo em todo mundo casos de agressão e assédio sexual em vários setores da sociedade, principalmente na indústria cinematográfica americana, como os casos envolvendo o megaprodutor Harvey Weinstein e o ator Kevin Spacey.

A assessoria da Fundação Joaquim Nabuco divulgou uma nota em que esclarece o cancelamento da sessão das 16h45 do filme Pietá em sua sala de cinema. O motivo seria uma pane em seu projetor digital, no lugar do filme é exibido o longa Francisco Brennand, em 35mm. 

O problema também forçou o cancelamento da pré-estreia do filme Super-Nada, que ocorreria na noite do sábado (6), mas a estreia de Cabra Marcado para Morrer foi mantida. Entra em sessões especiais exibições de Jardim Atlântico e altera toda a programação entre os dias 5 e 11 de abril.

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Confira abaixo como ficam os horários do Cinema da Fundação:

Quinta (4):

15h10 - Francisco Brennand

16h45 - Francisco Brennand

18h45 - Francisco Brennand

20h20 - O Som ao Redor (em 35mm)

 

5 a 11 de abril:

Cabra Marcado para Morrer

Sexta: 20h15

Sábado : 18h20

Domingo e Quinta-feira: 18h

Terça : 16h30, 20h15

Quarta : 16h10, 18h45

 

Jardim Atlântico

Sábado : 20h40

Domingo e Quinta-feira: 20h20

 

Francisco Brennand

Sexta: 16h10, 18h40

Sábado : 16h45

Domingo e Quinta-feira: 15h, 16h30

Terça : 15h, 18h45

Quarta : 15h, 21h

O filme Pietá, do diretor sul-coreano Kim Ki-Duk, estreia nos cinemas nesta sexta-feira (15) trazendo como tema central o sentimento de vingança. Kim Ki-Duk, que possui filmes premiados em vários festivais por crítica e público, como Primavera, Verão, Outono, Inverno... I Primavera e Casa Vazia, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza de Melhor Longa-metragem em 2012, com seu décimo oitavo filme, Pietá.

O roteiro cria surpresas na narrativa. Quando menos se espera, uma reviravolta conclusiva fecha a trama apresentada, experimentando ângulos, tabus sociais e sentimentos dos personagens. Na tragédia, Kim deixa de lado o pensamento da causa sem efeitos dos seus filmes anteriores e parte para a desgraça alheia como moeda de troca.

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Pietá conta a história do protagonista Kang-Do, vivido pelo ator Lee Jung-jin. Um jovem que vive uma rotina violenta com momentos de tédio como um cobrador de dívidas no distrito industrial de Cheonggyecheon, em Seul. Dos trabalhadores que não conseguem pagar, ele usa suas próprias máquinas para mutilá-los, pois o dinheiro do seguro paga a dívida cobrada por ele. A estratégia vira rotina (há operários que já pedem para ser mutilados pensando em sacar a indenização), tornando Kang-Do ainda mais miserável.

Tudo muda quando o personagem tem seu cotidiano interrompido por uma misteriosa mulher (Mi-Son). Ela diz ser sua mãe, que o abandonou quando ele ainda era recém-nascido. Apesar da agressividade inicial, pelo sentimento de dúvida e de raiva, Kang-Do acaba se afeiçoando à mulher e tornando-a parte de seu cotidiano. Ele decide largar seu emprego e mudar de vida.

Pouco depois, sua 'mãe' é 'sequestrada'. A busca faz Kang-Do confrontar-se com seu lado perverso e aceitar a transformação da brutalidade em sentimento, passando por um doloroso processo de humanização. Após arruinar tantas famílias com suas cobranças cruéis, tornando os inquilinos aleijados, o mesmo agora tem que proteger sua 'mãe' da vingança. Desta maneira, Kang-Do acaba conhecendo o peso dos seus atos violentos.

O nome do filme faz menção a Pietá, a mais famosa escultura de Michelangelo, que reside no Vaticano e representa um Cristo morto nos braços da Virgem Maria. Não há o Cordeiro de Deus, mas um homem violento que procura pelos braços maternos a sua vida toda. Não há a Virgem Maria, mas uma mulher sofrida, obstinada pela redenção. A 'mãe' possui um segredo e joga psicologicamente com o protagonista.

O longa faz uma crítica também à especulação imobiliária em Seul, ao evidenciar o dinheiro no submundo da agiotagem. Com uma fotografia sem efeitos e filtros, a violência presente no filme é anti-estilizada, pois os estragos físicos só são vistos por detalhes ou por conseqüência, mas o ato violento é sempre filmado de maneira direta, sem cortes. Os atos de violência presentes no filme são repentinos, explosivos e surgem do silêncio, sumindo em um instante.

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