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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta sexta-feira (6) a Polícia Federal a enviar para os Estado Unidos dois celulares e outros aparelhos eletrônicos apreendidos na Operação Patmos, que investiga o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), originada na delação do Grupo J&F. O motivo é desbloquear os equipamentos, que estão protegidos por senha.

O pedido partiu do delegado Josélio Azevedo de Sousa. Segundo ele, o Instituto Nacional de Criminalística não conseguiu o desbloqueio e, por isso, é necessária a remessa do material.

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Ainda nesta sexta-feira, a defesa de Aécio divulgou gravação de um telefonema entre a irmã do tucano, Andrea, e Joesley Batista, da J&F, no qual ela tenta agendar um encontro com o delator, no Rio, para "ver o apartamento". O advogado Alberto Toron disse que a gravação, "sonegada" por Joesley, corrobora a versão do tucano, de que tentava vender um imóvel a Joesley.

Uma interceptação telefônica da Operação Patmos mostra que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) tentou pressionar o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para ter acesso a depoimentos que o implicam nas apurações sobre esquema de corrupção em Furnas.

Aécio é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na estatal mineira e responde a cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Irritado por não ter acesso a depoimentos, Aécio ligou para Daiello e pediu um encontro. "Uma hora que você… que eu pudesse dar um pulo aí. Pelo seguinte, contudo é... é... na verdade... pela Súmula 14 (do STF) que faculta a defesa ao acesso, né? Ao processo, aos autos, aos depoimentos, o delegado se negou a entregar à defesa, ontem, a cópia do depoimento que ele já tinha colhido, tá?", queixou-se Aécio ao diretor-geral.

A conversa entre o tucano e Daiello, em 26 de abril, foi gravada pela PF. Aécio disse que seu advogado, Alberto Toron, iria procurá-lo na instituição.

'Bronca'

A PF também capturou uma "bronca" de Aécio em seu colega Zezé Perrella (PMDB-MG). No diálogo divulgado pelo jornal Hoje em Dia, o tucano cobra "lealdade" de Zezé, após declaração do aliado. Zezé teria se vangloriado de não estar na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, revelada quando da divulgação das delações da Odebrecht. O áudio foi captado em 13 de abril.

"Vou te falar aqui como amigo, com a liberdade de amigo. Eu achei, olhe, poucas vezes eu vi uma declaração tão escrota, Zezé", afirmou Aécio. "A não ser, Zezé, que a sua campanha foi financiada na lua ou pela quentinha", disse o tucano.

Conforme Aécio, era hora de "separar o joio do trigo". "Porque tem uma bandidada que assaltou o Brasil e tem gente que fez campanha, né? Como é que você acha que você chegou no Senado? Sua campanha foi financiada do mesmo jeito que a minha", disse o tucano.

A assessoria de Aécio negou qualquer tentativa de pressionar Daiello. "O diretor da PF não se sujeitaria a qualquer tipo de pressão. O senador considera que o diálogo foi republicano." Informou ainda que "as campanhas foram feitas em absoluto respeito à legislação".

Perrella disse que está "constrangido, porque Aécio interpretou uma fala como uma crítica". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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