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Na última sexta-feira (23), durante cerimônia presencial, o babalorixá pai Ivo de Xambá recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Esta é a primeira vez que um representante de religião de matriz africana recebe a honraria no Estado.

Pai Ivo recebeu o título das mãos do reitor da instituição, Alfredo Gomes, duarante a cerimônia realizada no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife, localizada na área central do Recife.

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“Escolhemos o Salão Nobre da FDR porque era preciso que um prédio símbolo da Universidade acolhesse um título que representa mudança, afirmação, diversidade étnica, racial, política e de pluralidade de ideias. Que essa mensagem da necessidade permanente de um país de instituições democráticas, diversas e plurais fique bem gravada na memória das gerações atuais e futuras”, explicou o reitor da UFPE, através da assessoria.

A indicação do babalorixá à honraria foi uma ininciativa da professora Auxiliadora Martins, do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino do Centro de Educação (CE) da UFPE. O título de Doutor Honoris Causa é concedido0 a personalidades eminentes com contribuição para o progresso da universidade, da região ou do país ou atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura.

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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) concederá, na próxima sexta-feira (28), o título de Doutor Honoris Causa a Adeildo Paraíso da Silva, o babalorixá pai Ivo de Xambá. A honraria é dada a personalidades que contribuem para o progresso da instituição de ensino no Brasil, ou que se destacaram pela atuação em prol das ciências, das letras, das artes e da cultura.

O título, que terá sessão solene em evento híbrido às 15h, com transmissão por meio do YouTube, foi aprovado pelo Conselho Universitário da UFPE. “A concessão do título foi uma iniciativa da professora Auxiliadora Martins da Silva, do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino (DMTE) do Centro de Educação (CE), encaminhada pelo Conselho Departamental do CE. Como justificativa para o título, o documento de proposição destacou que Adeildo Paraíso da Silva – que há 25 anos sucedeu sua mãe (mãe Biu) como guardião da história e da cultura africana e afro-brasileira – ‘tem se destacado como grande líder do Quilombo do Portão de Gelo, situado no bairro de São Benedito em Olinda-PE’, sendo também guardião e grande difusor da religião, práticas, costumes, cultura e memória de matriz africana no Brasil, que é a Nação Xambá, remanescente do Senegal, país do continente africano”, detalhou a Universidade.

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Em 1951, a Nação Xambá se instalou no bairro de São Benedito, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. No espaço conhecido como o “Portão de Gelo”, a nação de origem africana teve como precursor, no Brasil, Artur Rosendo Pereira. O babalorixá veio para Pernambuco após fugir, em 1912, de Alagoas, devido a um movimento, a “Quebra de Xangô".

“No espaço do quilombo e do terreiro, são cotidianamente recebidos estudantes e professores da UFPE como campo de ensino, pesquisa (com vasta produção de dissertações e teses) e extensão, bem como estudantes e professores de escolas públicas e privadas de Pernambuco/Nordeste/Brasil, que passam ali por processos educativos”, frisa a UFPE.

O Ministério da Cultura, em 2008, concedeu à Nação Xambá o título de primeiro Quilombo Urbano do Brasil. “A relevância do reconhecimento a Ivo de Xambá reside na manutenção das tradições culturais de matriz africana a partir de rituais do candomblé e da vivência do calendário de festas que une toda a comunidade e convidados, a exemplo o Dia da Consciência Negra, o Coco de Xambá, o Dia do Quilombo Urbano de Xambá, dentre outras comemorações; na preservação do idioma Iorubá como referência primeira da ancestralidade africana, repassando-o, através de aulas para pessoas da comunidade e para aqueles que querem aprender; e, entre outras motivos, na criação do Memorial Severina Paraíso da Silva, primeiro Museu Afro de Pernambuco, que contém diversos artefatos religiosos do candomblé e pertences da yalorixá Severina Paraíso da Silva, que, por mais de 50 anos, apesar dos preconceitos e das repressões, manteve o quilombo e sua herança cultural”, finalizou a UFPE.

Com informações da UFPE

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