A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), iniciou um debate para o diagnóstico sobre a geração de empregos para mulheres no Estado. De acordo com ela, a intenção é de que o recorte de gênero dê subsídio ao Pacto pelo emprego, lançado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em janeiro. Luciana reuniu mulheres empreendedoras e deputadas estaduais para destrinchar a questão da emancipação feminina e apontar caminhos para criar empregos e melhorar as condições de trabalho.
“O Pacto pelo emprego ainda é um plano em construção, por isso que estou tentando colher e beber da fonte de exemplos exitosos da cadeia feminina produtiva para a gente poder construir juntos um pacote de medidas que vão a esse ponto”, observou Luciana, sobre a reunião que aconteceu nessa segunda-feira (1º).
##RECOMENDA##“Queremos promover vários debates, em diversos setores da sociedade civil e do poder público, para a implantação de políticas públicas, e, certamente, como é uma construção coletiva, vamos dar as mãos e buscar mecanismos para fomentar a participação feminina no mercado de trabalho”, completou.
A ex-deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), que esteve em Pernambuco para lançar seu livro Revolução Laura, também participou do encontro. Na ótica dela, o maior desafio do país hoje é a geração de empregos, principalmente para mulheres e mães.
“Pernambuco, a Luciana [Santos] sempre fala, vive uma situação contraditória, tem um crescimento econômico enorme, e precisa garantir a geração de empregos para aqueles que são mais vulneráveis. As mulheres são as mais vulneráveis, sobretudo as mulheres que são mães. Depois da maternidade, metade delas não conseguem empregos no primeiro ano do filho. A tendência nacional é o agravamento disso”, salientou.
“A responsabilidade é , sobretudo, nacional. O que o governador e a vice-governadora fazem são para tentar minimizar os impactos da ausência completa de políticas anticrise do governo federal”, acrescentou, alfinetando a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Além delas, também participaram da reunião as deputadas estaduais Dulcicleide Amorim (PT), Alessandra Vieira (PSDB), Teresa Leitão (PT), Simone Santana (PSB) e o deputado Waldemar Borges (PSB); os secretários estaduais Bruno Schwambach (Desenvolvimento Econômico), Silvia Cordeiro (Mulher) e Alberes Lopes (Trabalho, Emprego e Qualificação), e a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa.
Dados
Durante o encontro, Luciana Santos ainda apresentou dados sobre a situação da mulher no mercado de trabalho. No Brasil, 44% das rendas das famílias vêm das mulheres. Há 11 milhões de lares (16,3%) compostos por mulheres sozinhas com filhos. Mesmo assim, mulheres com filhos recebem, em média, 35% a menos que os homens.
Quanto maior o cargo, maior a diferença de salário. Nos cargos de chefia, a discrepância entre gêneros chega a 27%. Além disso, as mulheres trabalham em média 3 horas a mais por semana, e a taxa de desemprego entre mulheres é de 15%, enquanto a dos homens é de 11,6%.