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De volta ao Brasil, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) vai ter que apagar publicações contra o senador Marcos do Val (Podemos) e o empresário Otávio Fakhoury. Na decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o juiz Valentino Aparecido Andrade menciona o risco de potenciais danos a imagem, honra e dignidade dos citados. 

Em setembro de 2021, durante a CPI da Covid, o ex-parlamentar comentou sobre a discussão entre Fakhoury e o senador Fabiano Contarato (PT), que expôs ataques homofóbicos que sofreu do empresário. Marcos do Val chegou a defender Contarato, mas foi criticado por Jean. 

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Em uma das postagens, ele disse que o apoio de Marcos do Val foi "espantoso", pois o senador "estava ao lado" de Fakhoury "na disseminação de fake news" sobre o atentado ao ex-presidente Bolsonaro em 2018. 

"Marcos do Val e Otávio Fakhoury são ambos peças da engrenagem bolsonarista de fabricação e disseminação de mentiras, fake news e outras fraudes em favor do governo", escreveu Jean Wyllys. 

O atentado sofrido por Bolsonaro já tinha causado um embate judicial entre o ex-deputado, o empresário e Do Val. Wyllys chegou a entrar com uma ação contra os dois por associarem seu nome ao responsável pela facada. Em agosto do ano passado, Jean foi condenado a indenizar Fakhoury por danos morais em R$ 5 mil e se retratar nas redes sociais. 

O empresário Otavio Fakhoury foi condenado a indenizar em R$ 14 mil o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) por chamá-lo de “gazela” nas redes sociais. A decisão foi da juíza Camille Gonçalves Javarine Ferreira, do 6º Juizado Especial Cível de Brasília, e ainda cabe recurso. 

O vice-presidente nacional do PTB, Fakhoury, no dia 23 de junho de 2021, publicou no Twitter: “Gazela? Você está falando do Randolfe? Só pode ser porque ele que usa máquina pública. Eu pago advogado com recursos próprios e pago custas judiciais também. Ah, e outra coisa, meu hormônio chama-se testosterona e sua produção natural nunca foi um problema para mim”. 

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De acordo com a decisão da magistrada, a expressão gazela é “injustificável”. Ela acrescentou que o fato de o empresário ter repetido a utilização do vocábulo ao responder ao tuíte não tira a responsabilidade dele. 

Na sentença, a juíza escreveu que “optou por fazê-lo, sendo ciente - inclusive pelo teor de sua contestação - de que o termo é utilizado em sentido pejorativo, e não se relaciona à atuação política do autor”. “Significa dizer que, deliberadamente, em repetição ao interlocutor ou não, optou por extrapolar a manifestação de seu pensamento político e atingir a honra do requerente [Raldolfe]”. 

“Uma coisa é criticar o homem público, apontando-lhe as falhas e os defeitos na esfera moral e administrativa, outra é visar intencionalmente o seu desprestígio, colocá-lo ao ridículo”, completou. 

Fakhoury disse que vai recorrer da sentença e que “confia na sua integral modificação perante a instância superior”. 

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que Otávio Oscar Fakhoury pode ser indiciado pelos crimes de perigo para a vida, epidemia e propaganda enganosa. Para o parlamentar, o empresário “confessou diversos crimes” durante o depoimento, em que defendeu o uso do kit covid, atacou as medidas sanitárias para conter a pandemia de Covid-19.

"Talvez estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro, todos eles acham que vão ficar impunes. Eu queria lembrar que o deputado Daniel Silveira [PSL-RJ], que tinha imunidade parlamentar e usou seu mesmo argumento de liberdade de expressão, está preso e vai ser cassado. O senhor está pensando que o relator [Renan Calheiros] vai aliviar para o senhor? Vai não", afirmou.

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“Aconselhamento” 

"Faça uma autocritica e negue quando for à Justiça boa parte disso que o senhor aqui confirmou. Porque, senão, o senhor vai ser condenado. E talvez, apesar de rico e poderoso, termine acontecendo com o senhor o que aconteceu com o deputado Daniel Silveira: cadeia", disse Humberto Costa.

*Da Agência Senado

 

O empresário Otávio Fakhoury foi confrontado na CPI da Covid sobre sua relação com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse que conheceu o filho do presidente em 2019, quando ingressou no PSL como tesoureiro. Fakhoury alegou não ser amigo pessoal do deputado, mas confirmou ter repassado R$ 200 mil ao Instituto Conservador Liberal, fundado pelo filho do presidente.

Segundo o empresário, foi feito um contrato de doação para a realização de uma conferência. Fakhoury negou que o dinheiro tivesse relação com financiamento para a campanha eleitoral em 2018. 

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Ele também disse nunca ter discutido com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acerca de material de propaganda a ser divulgado em redes sociais. 

Em relação aos planos de comprar emissoras de rádio, Fakhoury esclareceu que pediu que o deputado indicasse donos de rádios para que ele pudesse negociar. Segundo o empresário, nenhum órgão público foi procurado.

'Filantropia'

Perguntado por Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues sobre uma série de pagamentos efetuados e recebidos por ele, Otávio Fakhoury alegou contratos privados e filantropia. Entre os beneficiários dessas doações constam o Centro de Estudos da Liberdade, que ele definiu como "uma entidade criada para divulgar e passar os preceitos da liberdade", e duas igrejas, segundo o depoente frequentadas por ele próprio e pela mãe. Sobre R$ 24 milhões recebidos de uma pessoa física, alegou ter vendido um apartamento na avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Financiamento da Força Brasil 

Antes do intervalo da reunião da CPI, Otávio Fakhoury, em resposta a Renan Calheiros (MDB-AL), confirmou que é vice-presidente do Instituto Força Brasil (IFB) e que financiou os custos para que a entidade passasse a existir formalmente. Ele disse que começou a ajudar filantropicamente o IFB após pedido do presidente do instituto, coronel Hélcio Bruno, e que não possui nenhuma gerência ou ato de gerência em relação às ações desempenhadas pela entidade.

Quando questionado pelo relator sobre os conteúdos “negacionistas” publicados no site da entidade, ele disse desconhecer, mas ressaltou que a gestão do portal é feita pela equipe que fica em Brasília. Renan ainda quis saber se ele continuava financiando o IFB. Após Fakhoury afirmar que tinha interrompido, o relator exibiu comprovantes de que foram feitos repasses de R$ 80 mil até julho deste ano.  

Davati

Fakhoury negou conhecer detalhes da relação da empresa americana Davati — que tentou intermediar a venda de vacina AstraZeneca ao Ministério da Saúde — com o Força Brasil. O empresário também disse desconhecer quem apresentou a empresa americana a Élcio Franco, ex-secretário-executivo do ministério.

Marcos Tolentino

Entre os questionamentos ao empresário, Renan quis saber se Otávio Fakhoury conhece empresário Marcos Tolentino, dono da emissora de televisão Rede Brasil e apontado como sócio oculto da FIB Bank. A FIB ofereceu uma garantia irregular à Precisa Medicamentos para a compra da vacina Coxavin pelo Ministério da Saúde. "Não tenho conhecimento", disse Fakhoury sobre a garantia.

Apesar de afirmar não conhecer Tolentino, F akhouryadmitiu, no entanto, que transferiu R$ 40 mil ao apresentador Fabrizio Fasano Jr. em novembro do ano passado. Fasano Jr. comanda o programa “Coliseum”, veiculado pela Rede Brasil.

Fakhoury não detalhou a natureza do repasse, mas informou que vai enviar cópia do contrato para a comissão de inquérito. "Foi uma ajuda direta para uma pessoa. Um contrato que eu tinha com ele, de uma pessoa privada para outra", disse.

Da Agência Senado

 

O empresário Otávio Fakhoury ficou embaraçado ao ser questioando pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ser apenas um "apoiador" e negou ter contribuído para a campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018, admitindo apenas uma doação para o PSL de São Paulo.

Quando o relator Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou ao depoente se "custeou materiais de divulgação de campanha" para Bolsonaro em 2018, Fakhoury negou-se a responder simplesmente "sim" ou "não". Admitiu ter dado "ajuda para grupos que nada têm a ver com a campanha, que estavam imprimindo o próprio material".

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Um dos advogados de Fakhoury pediu a palavra para protestar contra a condução do relator, levando Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no exercício da presidência, a suspender a reunião por alguns minutos. Reunião foi retomada em seguida.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu vídeos em que o depoente aparece em vídeos contra a vacinação, uso de máscaras e distanciamento social. Após a exibição de vídeo em que o depoente e outras pessoas aparecem tirando as máscaras, o empresário Otávio Fakhoury, que disseminou o clipe, disse acreditar que o uso de máscara "não tem eficiência", sendo importante apenas "para quem está com coronavírus". Mas Fakhoury negou que estimule alguém a deixar de usá-las. 

"As pessoas assistem [ao vídeo] e formam a conclusão que elas querem formar", declarou.

Renan Calheiros (MDB-AL) quis saber de Otávio Fakhoury com base em quê ele classificava a Coronavac como “lixo de vacina” e de que ela “não servia” para combater a covid-19.

O depoente disse que se baseou em informações que estavam sendo colocadas na imprensa naquele momento e porque a "Europa" não aceitava pessoas vacinadas com aquele imunizante. Ele ainda justificou a atitude no “direito a liberdade de opinião”.   

O relator ainda perguntou a motivação de disseminar a manifestação, reforçando o que era defendido por Jair Bolsonaro. Fakhoury disse que não tem contato com o presidente e reforçou que suas declarações foram feitas com base no "direito a opinar". 

Financiamento de atos do 7 de Setembro

Questionado por Renan Calheiros (MDB-AL) sobre financiamento de manifestações, Otavio Fakhoury admitiu que colaborou nas "vaquinhas" de atos na Avenida Paulista, em São Paulo, desde 2014, como membro do movimento Vem Pra Rua contra a então presidente da República, Dilma Rousseff, e em outras manifestações, no ano passado, em favor da reforma da Previdência e outras pautas. Mas Fakhoury disse que não tem apoiado "as últimas três ou quatro desse ano". Segundo ele, todas as manifestações foram democráticas. 

Da Agência Senado

 

 

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) exigiu um pedido de desculpas do empresário Otávio Fakhoury por publicações homofóbicas contra o parlamentar. A situação foi exposta durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta quinta-feira, 30.

A CPI decidiu acionar a Polícia do Senado e o Ministério Público para apurar a ocorrência de crime de homofobia pelo empresário, que foi convocado à comissão após ser acusado de financiar a disseminação de fake news na internet. Ele é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

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No dia 12 de maio deste ano, Contarato publicou uma mensagem no Twitter cobrando a prisão do ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten e errou a grafia da palavra "flagrancial" escrevendo que havia "estado fragrancial configurado".

O empresário republicou a mensagem de Contarato ofendendo o parlamentar em função da orientação sexual do senador. "O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o "perfumado" que lhe cativou?", escreveu.

Nesta quinta-feira, Contarato assumiu a presidência da reunião da CPI e exigiu um pedido de desculpas do empresário à comunidade LGBTQIA+, "Dinheiro não compra dignidade. A sua família não é melhor que a minha", disse o senador. "Se o senhor faz isso comigo, como senador, imagina no Brasil, que é o país que mais mata a população LGBTQIA+?"

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Fabiano Contarato foi o primeiro senador da República assumidamente homossexual a ser eleito para o cargo no País. "Essa dor é incomensurável, não tem dinheiro que pague isso, estou expondo meu esposo, meus filhos, minha família, para que outras pessoas não tenham que passar pelo mesmo", disse.

Em seguida, o empresário pediu desculpas ao senador. "Realmente, o meu comentário foi infeliz, foi um comentário em tom de brincadeira. Eu acho que é uma brincadeira de mau gosto", disse Fakhoury.

O empresário falou que havia se esquecido da publicação até ser exposto na CPI. "O senhor não deve pedir perdão só a mim", rebateu Contarato, instando o empresário a pedir desculpas "a todos que se sentiram ofendidos com esses comentários."

O empresário Otávio Fakhoury afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, nesta quinta-feira, 30, que foi "acusado injustamente e caluniado como propagador de fake news sem jamais ter produzido uma notícia falsa". Ele declarou ainda ser "alvo de campanhas difamatórias".

"Eu não produzo notícia, não sou jornalista. Sou um cidadão com opinião. Também injustamente acusado de financiador de discurso de ódio sem jamais ter pago por qualquer matéria ou notícia", declarou à comissão. "Tudo porque ousei acreditar na liberdade de expressão e defender que os conservadores e os cristãos merecem um espaço no debate público", disse.

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Fakhoury é suspeito de financiar o disparo de fake news durante a pandemia de coronavírus. O empresário depõe na CPI do Senado amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pode se recusar a responder perguntas que possam incriminá-lo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado aprovou nesta terça-feira, 28, a convocação do empresário Otávio Fakhoury, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, para prestar depoimento aos senadores. O autor do requerimento é o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

"O senhor Otávio Fakhoury foi identificado como o maior financiador dos canais de disseminação de notícias falsas, como o Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo. Esses canais estimularam o uso de tratamento precoce sem eficácia comprovada, aglomeração e diversas outras fake news sobre a pandemia", afirmou o senador no pedido.

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Fakhoury deve ser ouvido na quinta-feira, 30. Ele é presidente do PTB-SP e alvo da CPMI das Fake News, que voltará a funcionar após a conclusão da CPI da Covid.

A CPI também aprovou outro requerimento de Randolfe pelo compartilhamento de informações da Operação Pés de Barro, deflagrada semana passada pela Polícia Federal para apurar fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pelo Ministério da Saúde, entre maio 2016 e abril de 2018, período em que a pasta teve como chefe o atual líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), no governo Michel Temer. O caso apura um rombo de R$ 20 milhões pagos antecipadamente à Global Gestão em Saúde.

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