Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam em baixa hoje pela primeira vez em seis sessões, após atingirem seu ponto mais alto em três meses mais cedo nesta quarta-feira, em meio a uma onda de notícias com tendência tanto de alta quanto de baixa para o mercado.
Os preços estavam em baixa no começo do dia em meio a preocupações sobre a estabilidade financeira na zona do euro, antes de subirem fortemente na sequência de dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. Os estoques de petróleo dos EUA recuaram 1,37 milhão de barris na semana encerrada em 4 de novembro, para 338,09 milhões de barris, informou o Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês). A expectativa dos analistas era de alta de 700 mil barris.
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O mercado, então, foi puxado para baixo novamente durante toda a tarde, em conjunto com os mercados de ações em queda e uma ascensão do dólar em meio a grandes preocupações sobre as finanças na Europa. O contrato do petróleo para dezembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) caiu US$ 1,06, ou 1,09%, para US$ 95,74 o barril. Na plataforma ICE, o contrato do petróleo tipo Brent perdeu US$ 2,69, ou 2,34%, para US$ 112,31 por barril.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirmou hoje que os preços da commodity não devem atingir novos picos em breve, com o retorno da produção na Líbia e a frágil demanda segurando os mercados, que recentemente estão sendo impulsionados por riscos geopolíticos. No último mês, o preço do barril de petróleo nos EUA subiu mais de US$ 20,00, com crescentes temores sobre a situação entre o Ocidente e o Irã. O país é um importante produtor de petróleo e pode receber novas sanções em razão do seu programa de energia nuclear.
Apesar de outros fatores, o que de fato se refletiu no mercado durante o dia foi a imagem de desintegração na Europa. Na Itália, o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, prometeu renunciar após a votação das medidas de austeridade no Parlamento, o que poderá acontecer no domingo. O yield dos bônus de 10 anos do país chegou a 7,4%, bem acima do nível psicologicamente importante de 7%, com o qual Grécia, Irlanda e Portugal foram forçados no passado a procurar ajuda.
Enquanto isso, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, do Partido Socialista (Pasok), e Antonis Samaras, presidente do partido Nova Democracia e representante da oposição, não conseguiram chegar a um acordo sobre quem deve comandar o próximo governo de coalizão grego, forçando o presidente do país, Karolos Papoulias, a convocar uma reunião com líderes políticos na quinta-feira para tentar resolver o assunto. "Se a economia na Europa entrar em colapso, a demanda vai diminuir e o preço do petróleo vai ficar mais baixo", disse Mark Waggoner, presidente da corretora Excel Futures. As informações são da Dow Jones.