As escalações de Náutico e Santa Cruz – escondidas durante a semana e reveladas momentos antes do Clássico das Emoções-, apontavam um confronto interesse no meio-campo. O técnico Dado Cavalcanti mandou a campo o que tinha de melhor: João Ananias, Paulinho, Vinícius e Cañete. Enquanto Oliveira Canindé, por sua vez, tinha o desfalque de Tony e apostou na criação com: Danilo Pires, Natan, Wescley e Keno. A diferença foi na montagem desse setor e, neste ponto, o treinador alvirrubro levou vantagem. Contudo, não foi o suficiente para a vitória. Ainda assim, o 0 a 0 trouxe mais aspectos positivos ao Alvirrubro do que ao Tricolor.
No 4-4-2, Dado Cavalcanti armou um losango no meio-campo do Timbu (imagem abaixo, do lado esquerdo). João Ananias à frente da defesa, Paulinho e Vinícius próximo ao círculo central e Cañete mais avançado, fazendo as vezes de falso-nove. Com esses três primeiros e ainda contando com o recuo do argentino, o Náutico teve superioridade numérica na zona central do campo. Assim, foi mais eficiente na marcação e também na criação. Embora Paulinho pudesse ter participado mais da partida.
##RECOMENDA##A superioridade do Náutico aconteceu devido à escolha de Oliveira Canindé em armar o Santa Cruz no 4-1-4-1. Com Keno e Danilo Pires muito aberto pelos lados, Natan e Wescley, jogadores mais centralizados, foram facilmente anulados. Por consequência, Léo Gamalho foi pouco municiado na frente. Sem a aproximação dos jogadores de criação para troca de passes, os melhores lances do Tricolor foram em jogadas individuais. Duas delas com Wescley, que poderiam ter resultado em gol.
O Náutico foi melhor em boa parte do clássico. Coincidentemente – ou não -, os momentos de perigo que passou foram nos minutos finais do primeiro e segundo tempo. Mas apesar de ter sido superior, faltou ao Timbu o destaque individual. Cañete fez um jogo regular, assim como Vinícius. Enquanto Paulinho foi abaixo do que apresenta. Coletivamente foram eficientes, mas para superar a defesa coral e Tiago Cardoso precisava de algo a mais. Quem ficou mais próximo de ultrapassar esta barreira foi Marinho, em jogadas de habilidade e velocidade. Mas a finalização não é o forte do atacante.
Ao Santa Cruz, a pressão pelo resultado pesou e atrapalhou. Outra vez o Tricolor do Arruda desperdiçou uma chance de entrar no G4 da Série B. Entretanto, não se pode aplicar apenas a este fator o mau desempenho do time na Arena Pernambuco. Apesar de sentir a falta de Tony, peça importante no setor ofensivo pelo lado direito, jogadores como Natan e Danilo Pires, que costumam desequilibrar, estiveram longe de mudar o panorama da partida. Assim como Keno, atuando pelo lado esquerdo, não conseguiu puxar os contra-ataques em velocidade.