Não foi fácil a primeira noite dos acampados do movimento "Democracia Real Já", que se concentraram sábado à noite no Vale do Anhangabaú. Impedidos pela polícia de montar suas barracas, sob a alegação de uso ilegal do solo, os participantes do movimento, que protestam por uma democracia igualitária, onde o poder econômico não prevaleça sobre a vontade da maioria, tiveram que dormir sobre as lonas das barracas, debaixo do Viaduto do Chá, onde se abrigaram da chuva que atinge a capital paulista nos últimos dias. Os manifestantes também tiveram problemas com o gerador de energia e a transmissão ao vivo das atividades, via web, ficou interrompida.
Durante o domingo cerca de 50 pessoas ainda permaneciam no local, onde aconteciam manifestações culturais, como rodas de música e dança. Nas redes sociais, no entanto, alguns lamentavam o fato de a adversidade climática diminuir o número de manifestantes. "Pena que aqui na capital de São Paulo a chuva atrapalhe tanto. Muita gente não veio por medo da chuva", escreveu um participante no grupo do movimento no Facebook.
##RECOMENDA##Segundo afirmou o professor de geografia e coordenador da rede de cursinhos populares Emancipa, Maurício Costa, de 30 anos, que passou a noite no local, mais de 250 pessoas estiveram no local durante o sábado. Mesmo com o número reduzido a ocupação irá continuar, disse ele. Ao final da tarde de ontem, os manifestantes ainda não haviam definido porém se o acampamento continuará no Vale do Anhangabaú.
O movimento "Democracia Real Já" ocorreu durante este final de semana em mais de 950 cidades de 82 países de todo o mundo e foi inspirado no movimento Ocupe Wall Street, iniciado em Nova York (EUA), e na tomada da praça Puerta del Sol, em maio, em Madri. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.