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A primeira parte de Ninfomaníaca dividiu opiniões de quem assistiu ao filme. Enquanto muitos esperavam por um típico filme de arte feito por Lars Von Trier, outros estavam ansiosos pelas cenas de sexos tão exploradas pelo marketing do filme. Enganou-se quem foi ver o volume 1 achando que era um filme repleto de pornografia. O mesmo serve para a segunda parte, que estreia nesta quinta-feira (13) devido ao novo padrão estabelecido pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec). Ao todo, Ninfomaníaca mostra-se um drama psicológico envolvente. A primeira parte foi caracterizada pela descoberta do prazer e a tentativa de encontrar o amor. Nesta segunda, o vício pelo sexo vira dor e sofrimento.
##RECOMENDA##Antes de tudo, é preciso lembrar que Ninfomaníaca Vol. 1 e 2 compõem um único filme. A divisão em duas partes foi uma boa jogada. Um filme de Lars Von Trier com duração de 2 horas já cansa, imagina um com quatro horas seguidas. Por ser um único longa, a segunda parte de Ninfomaníaca continua no mesmo ritmo da primeira, cansativo, embora mais chocante. As situações cômicas encontradas na primeira parte dão lugar a momentos de tortura psicológica e agressões físicas.
Ao todo, o filme é dividido em oito capítulos. A segunda parte mostra o final do quinto e os três restantes. A conversa entre Joe (Charlotte Gainsbourg) e de Seligman (Stellan Skarsgard) continua, dessa vez com diálogos menos eruditos que no primeiro volume. Com entrada de novos personagens, a ninfomaníaca transita entre a adolescência e a vida adulta. De início, a busca pelo prazer continua no mesmo ritmo que o primeiro filme, com desejos sexuais. A diferença é que não há tantas cenas de sexos como na parte lançada em janeiro.
A vida de Joe sofre uma reviravolta. A ninfomaníaca agora precisa impor limites e até entra em abstinência. Sem muito sucesso na tentativa de “curar” o vício, Joe inicia uma nova fase em sua vida cada vez mais revoltada. De forma chocante, o sexo é apresentado como uma droga, com direito a efeitos colaterais causados pela abstinência e pela recaída. Lembrando que Ninfomaníaca é recomendado apenas para MAIORES DE 18 ANOS.
O final dado por Lars Von Trier não poderia ser mais irônico. O diretor ousou desde o início da divulgação com propagandas apelativas ao sexo. Na verdade, ele mostra uma lição à sociedade quando lança um longa dramático em vez de um filme totalmente pornográfico, o que era esperado visto que o marketing é baseado em cenas e fotos orgásticas. Mesmo assim, os atos sexuais existentes em Ninfomaníaca não podem ser ignorados. Sempre polêmico, o diretor trabalha com close ups em pênis e vagina, causando certo desconforto em algumas situações. No mais, assim como o primeiro volume, a segunda parte de Ninfomaníaca é um bom filme para quem procura assistir a um.