Em vez de gritos e aplausos em apoio aos competidores, a plateia de Os Incríveis - o Grande Desafio, novo game show do NatGeo, que estreia nesta segunda (11), às 22h30, faz sua torcida em silêncio. "Não pode ter barulho nem música, ou eles não conseguem se concentrar", explica o apresentador Cazé Peçanha.
Na competição, cujo formato foi criado pela Endemol - a mesma produtora do Big Brother - pessoas com capacidade mental acima da média para memorização, cálculos matemáticos e outras habilidades passam por provas para chegar à final. Os que passarem por todas as etapas vão brigar por um prêmio de R$ 100 mil. Apesar de não poder se manifestar verbalmente, o público tem papel fundamental no resultado, pois é quem aprova o concorrente para a fase seguinte.
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Diante do cérebro poderoso dos visitantes, Cazé jura não se sentir diminuído. "Eu me sinto inspirado. Eles são como um farol. A gente é capaz de desenvolver habilidades das quais não tem consciência", filosofa o apresentador, responsável por lançar os desafios. Em uma das provas de cálculo, Cazé ficou intrigado com o método do participante. Para abrir uma porta eletrônica, ele tinha de descobrir uma senha, que poderia ser obtida somente se ele fizesse uma conta com um número de 32 dígitos.
"Nem sei como se fala esse número. Ele olhava a ficha e ficava mexendo os dedos, como se estivesse utilizando uma calculadora. Eu perguntei se ele estava realmente pensando em uma calculadora. A resposta foi: Eu transformo cada número em uma paisagem. A cada um que eu elimino, eu ponho fogo (mentalmente). É fora da nossa realidade o jeito com que eles pensam. Fiquei boquiaberto."
Cazé não demora para pensar quando questionado sobre qual habilidade dos participantes gostaria de ter. "A memória", enumera. A capacidade de um dos competidores em guardar informações também impressionou o apresentador. "Um deles tinha lembranças da festa de aniversário de um ano", conta.
Entre as provas do programa está a do cubo mágico, em que o candidato ao prêmio tem de executá-la de olhos vendados. "Um deles disse que faria em 17 segundos", espanta-se Cazé. Em outro desafio, um cenário é montado dentro do estúdio e o participante tem poucos segundos para memorizá-lo. Na sequência, objetos são mudados de lugar discretamente, para que a pessoa não perceba.
Em uma das situações para exercitar a memória, um concorrente teve de memorizar cem capas de uma revista. Além de saber a ordem em que elas estavam, ele precisou saber a data de publicação, a manchete e a ilustração da capa de dez exemplares escolhidos aleatoriamente pela produção.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.