Tópicos | Mundial de Kazan

Acabou nas eliminatórias deste domingo a participação do Brasil no Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan, na Rússia. Serão disputadas oito finais da natação à noite (a partir das 11h30 de Brasília), mas em nenhuma dela haverá a presença de nadadores brasileiros. Dois deles, aliás, sequer tentaram. Depois de Guilherme Guido abrir mão de nadar o desempate dos 50m costas, no sábado, Thiago Simon não apareceu para participar dos 400m medley, neste domingo.

Diferente das provas de 50, 100 e 200 metros, nas que têm 400 metros ou mais há apenas duas etapas: eliminatória e final, sem semifinal. Nos 400m medley, Thiago Pereira tinha índice, mas nem se inscreveu para nadar o Mundial. O mesmo para Brandonn Pierry, garoto que herdou o ouro no Pan, mas não foi a Kazan para tentar o título mundial júnior em Cingapura. Tivesse feio o mesmo tempo na Rússia, seria finalista.

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O único brasileiro balizado era Thiago Simon, que não apareceu para nadar. De acordo com a comissão técnica, ele fez polimento (preparação física específica) para os 200m peito em Toronto, prova que o corintiano venceu no Pan. Para não nadar os 400m só por nadar, preferiu se poupar.

A decisão é explicada pelo fato de que o 400m medley é entendida como a prova mais cansativa da natação, porque exige velocidade, resistência e utilização de mais músculos do corpo, uma vez que contempla quatro estilos de nado. O próprio Thiago Pereira, medalhista olímpico, evita nadar a prova.

No feminino, Joanna Maranhão não conseguiu repetir o resultado de Toronto. Ela fez 4min44s40, mais de seis segundos acima da marca do Pan e melhor tempo da carreira, e terminou apenas no 19.º lugar dos 400m medley, prova na qual foi finalista olímpica em Atenas, há 11 anos. Para repetir o feito em Kazan, precisaria igualar o que fez no Pan, algo complicado para quem poliu para Toronto.

Como as provas de natação deste domingo fecham o Mundial de Esportes Aquáticos, o Brasil já encerrou sua participação no evento. Ganhou sete medalhas, sendo quatro em provas que não são olímpicas: ouro na maratona aquática feminina 25km com Ana Marcela Cunha e prata com a equipe mista de maratona aquática (Ana Marcela, Diogo Villarinho e Allan do Carmo), com Nicholas Santos nos 50m borboleta e Etiene Medeiros nos 50m costas.

Outras três medalhas foram obtidas em provas olímpicas: prata para Thiago Pereira nos 200m medley, bronze para Bruno Fratus nos 50m livre e bronze para Ana Marcela Cunha na prova de 10km da maratona aquática.

É um resultado inferior ao obtido no Mundial de Barcelona (10 medalhas, sendo três de ouro), mas o resultado pode ser explicado por vários fatores. A maioria dos brasileiros da natação fez polimento para o Pan e não para o Mundial, Cesar Cielo (que ganhou dois ouros em Barcelona) estava machucado e Poliana Okimoto (um ouro em Barcelona) tinha mesmo traçado como meta a vaga olímpica.

O Brasil se despediu das provas de natação do Mundial de Kazan com quatro medalhas, nenhuma delas de ouro, e sem cumprir a meta de classificar seus seis revezamentos para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Depois do 4x200m livre masculino, também o 4x100m medley feminino falhou na tentativa de ficar entre as 12 primeiras da competição na Rússia, neste domingo. Os homens terminaram num frustrante 10.º lugar. Fora da final, mas garantidos nos Jogos do Rio.

O time formado por Guilherme Guido, Felipe França, Arthur Mendes Filho e Marcelo Chierighini foi 10.º colocado das eliminatórias, com o tempo de 3min34s73, a 0s71 da Rússia, que foi o oitavo e último país a garantir vaga na final da noite. Além dos tradicionais EUA, Austrália, França, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, China e Rússia, também Polônia, Itália e Lituânia se classificaram à Olimpíada.

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Na prova feminina, o revezamento brasileiro decepcionou. A equipe, composta por Etiene Medeiros, Jhennifer Conceição, Daynara de Paula e Larissa Oliveira fez só o 14.º melhor tempo da manhã: 4min03s24, abaixo dos 4min02s52 que garantiram o bronze ao Brasil nos Jogos Pan-Americanos, o que se justifica pelo fato de as atletas terem feito polimento para o Pan.

Como não terminou o Mundial entre os 12 primeiros, o Brasil só se classifica à Olimpíada nesta prova se ficar com um dos quatro melhores tempos do ranking mundial no período de obtenção de índices - descontando, é claro, os 12 países já classificados.

Com o tempo do Pan, o Brasil é o segundo dessa lista, atrás da Finlândia (4min02s30) e à frente da República Checa (4min03s44) e da Espanha (4min03s91). A primeira equipe fora dessa zona de classificação é a Grécia (4min04s29). A tendência é o Brasil conseguir se classificar para os Jogos Olímpicos com o tempo feito no Pan, mas a equipe tem condições também de baixar essa marca.

A classificação para um revezamento garante ao país o direito de levar a Olimpíada dois atletas para nadar apenas provas por equipes. Assim, no Mundial, o Brasil garantiu que terá até quatro nadadores extras (que não participarão de provas individuais), uma vez que classificou os revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), entretanto, pode optar por não usar tais cotas do medley, uma vez que a tendência é classificar pelo menos dois atletas de cada estilo para os Jogos.

No feminino, estão garantidos na Olimpíada os revezamentos 4x100m livre e 4x200m livre, o que garante a possibilidade de quatro atletas extras irem aos Jogos. Mais duas deverão ser convocadas em caso de classificação também no 4x100m medley.

De qualquer forma, é uma evolução gritante em relação aos Jogos Olímpicos de Londres, no qual o Brasil foi representado por apenas dois revezamentos: 4x100m livre e 4x100m medley no masculino.

Especialista nos 50m metros livre, Bruno Fratus não costuma nadar provas de 100m livre. Mas, menos de uma hora depois de ganhar o bronze no Mundial de Kazan na distância mais curta, ele aceitou o desafio de ajudar o revezamento 4x100m livre misto do Brasil. A equipe terminou apenas em quinto, mas o resultado individual do velocista é excelente para o País.

Afinal, Fratus baixou a casa de 48 segundos na sua parcial lançada, fazendo 47s83, mesmo cansado. E a avaliação é que o Brasil só não chegou ao pódio no 4x100m livre masculino em Kazan, essa sim prova olímpica, porque nenhum atleta foi capaz de quebrar tal barreira. O próprio Fratus fez 48s08.

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Se o sexto lugar no 4x100m livre misto pouco importa, a evolução do 4x100m livre masculino é importante porque o Brasil tem chances reais de conquistar medalha nessa prova nos Jogos Olímpicos do Rio. Também conta, afinal, com Cesar Cielo (recordista mundial, que deixou o Mundial machucado), Matheus Santana (recordista mundial júnior) e Marcelo Chierighini (quinto colocado do Mundial nos 100m livre).

Na final do revezamento misto, Fratus entregou em quarto, mas o Brasil perdeu posições quando Larissa Oliveira e Daynara de Paula caíram na água, terminando em sexto. Chierighini preferiu não nadar, poupando-se para o revezamento 4x100m medley, cuja eliminatória será no domingo pela manhã. O Brasil precisa ser Top 12 para se classificar para a Olimpíada. O mesmo vale para o feminino, mas Daynara de Paula (nada o borboleta) e Larissa Oliveira (o crawl) optaram por participar da prova mista.

O título da prova ficou com os Estados Unidos de Ryan Lochte, Nathan Adrian, Simone Manuel e Missy Franklin. Lochte alcançou sua 17.ª medalha de ouro em Mundiais de Piscina Longa, a 26.ª no total. Contando também Mundiais de Piscina Curta, já são 64 medalhas, além de 11 olímpicas.

OUTRAS PROVAS - Estrela do Mundial de Barcelona, quando ganhou seis medalhas de ouro, Missy Franklin vai deixar Kazan sem nenhuma conquista individual. Campeã nos revezamentos 4x100m medley e 4x100m livre misto em Kazan, ela falhou também nos 200m costas, prova em que é campeã olímpica.

A norte-americana de 20 anos ficou com a prata, superada por Emily Seebohm, da Austrália, que bateu o recorde da Oceania: 2min05s81. Franklin fez 2min06s34, enquanto Katinka Hosszu, da Hungria, ficou com o bronze: 2min06s84. Daria Ustinova, da Rússia, em quarto, bateu o recorde mundial júnior.

Nos 100m borboleta masculino, também caíram dois recordes. O africano, com o campeão Chad Le Clos, da África do Sul, que venceu com 50s56, e o a Ásia, superado por Joseph Schooling, de Cingapura, medalhista de bronze (50s96). O húngaro Laszlo Cseh faturou a prata (50s87) e se tornou o primeiro atleta da história a ir ao pódio nas três provas de nado borboleta em uma mesma edição do Mundial - venceu os 200m e foi bronze nos 50m. Assim, chegou a 12 medalhas em Mundiais, todas em provas individuais.

Mesmo com Cesar Cielo machucado, o Brasil foi ao pódio dos 50m livre em Campeonatos Mundiais pela quarta vez seguida. Bruno Fratus tinha tudo para ganhar a prata, mas errou a chegada e acabou com o bronze em Kazan (Rússia), neste sábado. De qualquer forma, o carioca de 26 anos conquistou sua primeira medalha em grandes eventos.

Campeão olímpico, o francês Florent Manaudou sobrou. Teve melhor tempo de reação, foi o melhor na parte submersa e ampliou a vantagem no nado. Venceu com 21s19 e se tornou o primeiro a baixar de 21s3 desde a proibição dos chamados super-maiôs, autorizados até o fim da temporada 2009.

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A briga, assim, ficou pelas medalhas de prata e bronze. Fratus sabia que disputaria posição com o norte-americano Nathan Adrian e com o russo Vladimir Morozov. E foi isso que aconteceu. O brasileiro chegou à última braçada à frente dos rivais, mas alongou demais a chegada e acabou ultrapassado.

Fratus marcou 21s55, contra 21s52 de Adrian (que havia feito 21s41 na semifinal). Morozov chegou apenas 0s01 atrás do brasileiro, com 21s56. A prova, vale destacar, contou com todos os melhores do mundo, com exceção apenas de Cielo, que desde 2012 consegue nadar na casa de 21s3 todos os anos.

O bronze faz de Fratus o quarto nadador brasileiro desta geração a subir ao pódio em grandes eventos (Mundial e Olimpíada) em provas olímpicas, unindo-se a Cesar Cielo (sete medalhas), Thiago Pereira (quatro) e Felipe Lima (bronze nos 100m peito em 2013).

Agora atleta de Auburn (onde Cesar Cielo fez universidade), Fratus vinha seguidamente batendo na trave. Foi o mais rápido da semifinal do Mundial de 2011, mas ficou em quinto na final. Nos Jogos Olímpicos de Londres, perdeu o bronze para Cielo por 0s02. Agora, entretanto, ganha moral para brigar por medalha em casa no Rio-2016.

Mesmo com seu maior nadador de todos os tempos em má fase e machucado, o Brasil já ganhou quatro medalhas em Kazan. Havia sido prata com Thiago Pereira (200m medley), Etiene Medeiros (50m costas) e Nicholas Oliveira (50m borboleta). Essas últimas duas provas, entretanto, não fazem parte do programa olímpico.

Principal nome da natação feminina do Brasil, Etiene Medeiros está na sua terceira semifinal no Mundial de Natação de Kazan. Depois de conquistar a prata nos 50m costas e ficar num frustrante nono lugar nos 100m costas, a velocista avançou à semi dos 50m livre na manhã deste sábado, na Rússia. A brasileira fez 24s97 e se classificou com o 13.º tempo.

"Classificar era o objetivo agora de manhã. Espero entrar entre as oito. Vou tentar dar meu máximo e espero que eu consiga. São oito dias de competição, nadei três provas individuais, viemos do Pan e da aclimatação em Portugal. O cansaço não é só físico. É mental também. Tem todo um desgaste. Agora os métodos são mais mentais do que físicos", disse Etiene.

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Prata no Pan de Toronto com 24s55 - marca que faria de Etiene a quarta mais rápida das eliminatórias de Kazan -, a brasileira, entretanto, precisa também poupar energias para o revezamento 4x100m medley. A eliminatória será domingo de manhã e o Brasil tem que ficar entre os 12 primeiros para se classificar para a Olimpíada.

Exatamente por esse motivo, Guilherme Guido abriu mão de disputar o desempate pela última vaga na semifinal dos 50m costas. Ele ficou empatado no 16.º lugar com o espanhol Miguel Ortiz-Canavate, com 25s29, e optou por não se desgastar nadando mais duas vezes no dia. A prioridade é colocar o 4x100m medley masculino na final.

Apesar deste foco, o Brasil escalou o que tinha de mais forte para as eliminatórias do revezamento 4x100m livre medley, que não é prova olímpica, e se classificou para a final com o time composto por Matheus Santana, Marcelo Chieirighini, Larissa Oliveira e Daynara de Paula. Os brasileiros fizeram o oitavo tempo. A melhor marca foi dos EUA, que contaram com Ryan Lochte, que deve ganhar mais uma medalha para a coleção.

Pela manhã, o Brasil ainda participou das eliminatórias dos 50m peito, mas Jheniffer Conceição terminou no 21.º lugar, com 31s44, a 0s22 de avançar à semifinal. A garota, de 18 anos, baixou 0s17 seu melhor resultado na carreira.

Apesar da ausência do tricampeão mundial Cesar Cielo, a semifinal dos 50m livre no Mundial de Kazan (Rússia), nesta sexta-feira, foi bastante forte. Sete atletas nadaram na casa de 21 segundos, com destaque para o norte-americano Nathan Adrian, que bateu o recorde nacional dos EUA, com 21s37. Bruno Fratus também foi bem, avançando com o terceiro tempo.

O brasileiro completou a semifinal em 21s60, baixando em 0s01 a marca que lhe deu o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Londres. Fratus terminou como segundo da bateria, atrás do francês Florent Manaudou, que chegou a Kazan como amplo favorito na prova. Na semifinal, o europeu fez 21s41.

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A melhor marca das eliminatórias, entretanto, foi do surpreendente Nathan Adrian, que baixou o recorde norte-americano que durava desde 2009, ainda na época dos trajes tecnológicos. Até então, só Cielo e Manaudou haviam nadado na casa de 21s3 desde a proibição dos maiôs.

Fratus, que tem 21s41 como melhor tempo deste ciclo olímpico, é um dos fortes candidatos a uma medalha inédita na final de sábado. Terá como adversários também o italiano Marco Orsi (21s86), o britânico Benjamin Proud (21s88), o grego Kristian Gkolomeev (21s89) e o ucraniano Andril Govorov (21s93). A oitava vaga sairá do desempate entre o russo Vladimir Morozov e o norte-americano Anthony Ervin, respectivamente segundo e sexto colocados do último Mundial.

Se nos 100m livre a final foi esvaziada, nos 50m estão em Kazan todos os melhores do mundo. A exceção é Cesar Cielo, que sentiu lesão no ombro nos 50m borboleta e voltou ao Brasil. Bicampeão mundial dos 100m, o australiano James Magnussen está machucado, mas nunca teve resultados expressivos nos 50m.

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