*Com informações de Tatyane Serejo
Após a prisão do radialista Rodrigo Vieira Emerenciano, o Mução, nesta quinta-feira (28), e de um dia de interrogatórios nesta sexta-feira, durante as buscas da operação Dirty Net, foi levantada pelo próprio investigado a possibilidade de os acessos terem sido feitos por uma terceira pessoa, que teria acesso amplo e irrestrito aos dados, locais de residência e trabalho do suspeito: o seu irmão.
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Segundo informações da Polícia Federal, a partir dos dados fornecidos no interrogatório, novas diligências foram feitas culminando com a identificação, intimação e a consequente confissão do irmão do investigado, Bruno Vieira, o qual é engenheiro da computação e ocupava um cargo de direção da empresa dele.
Os depoimentos do irmão de Emerenciano foram concedidos na tarde de hoje, em Fortaleza. Durante o interrogatório, o irmão confessou que tinha acesso às senhas pessoais de Mução e admitiu que criou os e-mails e perfis no nome do investigado, já que ele é quem era o responsável por criar e cadastrar as contas de acesso à programas da empresa. Ele confessou que acessou por diversas vezes programas de compartilhamento de dados utilizados para a divulgação e trocas de imagens contendo cenas de sexo explícito e pornografias.
Em depoimento, Bruno não soube responder o porquê criou os perfis com o nome do irmão, uma vez que a prática desses crimes acarreta de 10 a 30 anos de prisão. Segundo o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Nilson Antunes, o investigado teria ficado aliviado e ao mesmo tempo abalado com a situação que o próprio irmão causou. “Ele estava muito abalado chegando até as lágrimas”, disse Antunes.
Com vista na declaração do irmão, a Polícia Federal não viu a necessidade de continuar com a prisão preventiva de Rodrigo, pedindo assim a revogação ao juiz da 13° Vara da Justiça Federal. O radialista informou por meio da PF que não irá falar com a imprensa hoje, mas que poderá fazer uma coletiva para esclarecer os fatos neste sábado (30). Ele foi liberado deixando a sede da Polícia Federal, mas continuará sendo investigado até que a versão do irmão seja comprovada.
Mução permanecerá no Recife por tempo indeterminado à disposição da Polícia.