Tópicos | morre Naná Vasconcelos

A morte do percussionista Naná Vasconcelos, na manhã desta quarta-feira (9), não trouxe tristeza apenas para o cenário artístico, diversos políticos pernambucanos lamentaram o falecimento do músico. O governador Paulo Câmara (PSB) decretou luto oficial no estado por três dias e pontuou, em nota encaminhada à imprensa, “a força da música” que Naná “conseguiu levar para todos os continentes”. 

“Pernambuco acordou triste. O silêncio causado pelo desaparecimento de Naná Vasconcelos em nada combina com a força da sua música, dos ritmos brasileiros que ele, como poucos, conseguiu levar a todos os continentes. Naná era um gênio, um autodidata que com sua percussão inventiva e contagiante conquistou as ruas, os teatros, as academias”, elencou o socialista, prestando ainda solidariedade para com os familiares do percussionista.

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O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), destacou a participação do pernambucano durante 15 anos consecutivos na abertura oficial do carnaval da cidade. O gestor afirmou que Naná Vasconcelos era um “artista universal” e um dos que mais valorizava a sua terra. 

"Naná nos presenteou, sempre, com algo ainda maior do que o seu talento, que era diferenciado, era singelo e gigante. Naná nos trouxe a sua generosidade e um compromisso sincero, íntegro, com as pessoas da sua terra de raiz, na qual fez surgir tantos frutos”, enalteceu o prefeito, que também decretou três dias de luto oficial no município. 

Para Geraldo, com o exemplo de vida e de força o músico vai “conseguir fazer o seu projeto de vida e de arte, que se misturavam, seguir em frente, afinado. Nas mãos de milhares de seguidores, nos corações de milhares de admiradores".

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) também lamentou a morte do percussionista e disse ter recebido a notícia “com um imenso pesar”. “Era um grande artista, de incrível talento e reconhecido internacionalmente. Naná foi um orgulho para todos nós pernambucanos e certamente deixa um legado que seguira influenciando muitas gerações”, declarou.

Respeitado mundialmente, Naná Vasconcelos faleceu em decorrência a complicações no tratamento de um câncer no pulmão. O artista tinha 71 anos e descobriu a doença no ano passado. O velório do corpo dele será realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a partir das 14h. Já o enterro está previsto para acontecer nesta quinta-feira (10), às 10h.

Veja outras declarações:

"Nossa gratidão ao mestre que ecoou o sons da nossa terra aos quatro cantos do mundo! Os tambores pernambucanos se calam para o céu  receber Naná Vasconcelos”, deputado estadual e presidente do PSDB de Pernambuco, Antônio Moraes.

"Naná sempre foi um homem de fé. Um artista que aliou ao seu ofício um sentido maior de cidadania. Sua música reafirmou e enalteceu suas crenças, sua raça, o seu povo. A obra de Naná reconhecida ao longo da sua trajetória é grande. Maior é o legado que ele deixa. Uma semente plantada no coração de cada menino, cada jovem, que teve a honra de conviver com o Mestre nos ensaios em que ele fazia, sistematicamente, nas comunidades do Recife. O som dos tambores continuará ecoando no infinito. Certamente, a partir de hoje, as estrelas vão ganhar mais cadência", secretária de Cultura do recife, Leda Alves. 

“A obra de Naná encantou o mundo. Virou referência. O artista foi responsável por diversos projetos sociais, levando o Maracatu para comunidades carentes do Recife. Em 2003, tive a honra de entregar a Naná a Medalha do Mérito Cultural, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Deixo aqui minha solidariedade à família e amigos do inesquecível Naná Vasconcelos”, deputado federal Bruno Araújo.

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Ícone da cultura brasileira, o percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, não resistiu e deixou seu povo. Vítima de complicações resultantes de um câncer no pulmão, o percussionista pernambucano morreu, nesta quarta-feira (9), no Recife. O artista descobriu a doença no ano passado, fez tratamento e chegou a ser internado.

Em 2015, após 24 dias internado para tratar o câncer, Naná Vasconcelos recebeu alta e demonstrou muita força no combate à doença. No início de março deste ano, o artista, após um período intenso de apresentações no Carnaval do Recife, foi novamente internado.

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Naná Vasconcelos: o Brasil que o Brasil não vê

Juvenal de Holanda Vasconcelos, o Naná, nasceu no Recife. A cultura pernambucana desde sempre fez parte de sua vida, e nem mesmo as viagens feitas para o exterior, como Paris e Nova York, além das décadas morando fora, o fizeram deixar de lado os laços culturais com Pernambuco.

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Nos anos de 1960, o artista se especializou no berimbau, instrumento muito utilizado nas rodas de capoeira espalhadas pelo Brasil. Porém, diante da sua imensa habilidade percussionista e principalmente pela musicalidade, Naná tocava, praticamente, todos os instrumentos de percussão. Era dono de um estilo admirável, que passava até por canções eruditas.

Naná Vasconcelos atuou ao lado de outras grandes artistas. Trabalhou com Milton Nascimento e em 1970 foi convidado para tocar com o saxofonista argentino Gato Barbieri. A partir dessa parceria com o saxofonista, o pernambucano intensificou suas viagens para o exterior, quando encantou o mundo e levou para várias nações a cultura da batida percussionista dos ritmos pernambucanos. Naná tocou com gênios do calibre de Miles Davis, Egberto Gismonti, Pat Metheny, dentre tantos outros.

Entre várias parcerias e experiências marcantes no mundo da música, um destaque que deve ser lembrado é o seu disco Saudades, enaltecido por um concerto que uniu o berimbau a uma orquestra. Em seguida, o artista pernambucano participou de outros grandes projetos musicais, dela ou de outros músicos, sempre deixando um toque especial do seu talento em cada trabalho. Ao todo, Naná Vasconcelos venceu 8 prêmios Grammy, mais prestigiada premiação da música mundial, além de diversos outros prêmios e distinções.

Há mais de uma década, ele é responsável por reger centenas de batuqueiros para abrir oficialmente o Carnaval do Recife. Os tambores de Naná nunca vão findar, se lembrarmos da forma como ele conduziu os carnavais de todos os pernambucanos. O percussionista, chamado por alguns de 'a própria música', deixou marcada sua alma, expressada através dos instrumentos de percussão.

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