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Em uma mensagem enviada aos participantes de uma conferência iniciada nesta quinta-feira (16) no Vaticano sobre o "fim da vida", o papa Francisco afirmou que é "moralmente lícito renunciar à aplicação de um tratamento terapêutico, ou suspendê-lo, quando o seu uso não corresponde a um critério ético e humanístico".

De acordo com o líder católico, isso é um "suplemento de sabedoria, porque hoje é mais insidiosa a tentação de insistir com tratamentos que produzem efeitos potentes sobre o corpo, mas, às vezes, não provocam o bem integral da pessoa". A carta de Francisco foi enviada ao participantes do "Encontro Regional Europeu" da World Medical Association. No documento, o Papa cita a declaração sobre eutanásia de 5 de maio de 1980 e afirma que "renunciar ao tratamento médico" não significa optar pela eutanásia, "a qual continua ilegal".

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"As intervenções sobre o corpo humano estão cada vez mais eficientes, mas nem sempre resolvem", pontuou. "A escolha de suspender o tratamento de cura é assumir, responsavelmente, o limite da condição humana mortal, no momento em que se percebe que não 'há mais como enfrentar [a doença]", comentou.

"Essa escolha, porém, tem um significado ético completamente diferente da eutanásia, que continua ilícita, já que propõe interromper a vida, procurando a morte", explicou Francisco. O Papa também ressaltou que três aspectos devem ser considerados na relação entre médicos e pacientes: o objeto moral, as circunstâncias e intenções do sujeito envolvido.

Nesse sentido, Francisco diz que "o respeito à dignidade do ser humano" deve pautar todo o tratamento, deixando com o paciente "as decisões a serem tomadas", caso ele tenha "competências e capacidades" para isso. A conferência iniciada hoje no Vaticano reúne especialistas de mais de 30 países. Os debates serão encerrados nesta sexta-feira (17).

Da Ansa

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