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O caso da modelo trans Alice Feris, agredida no último domingo (16), no Rio de Janeiro, chocou o país e sensibilizou muita gente. Uma delas foi a funkeira MC Mirella que se disponibilizou a custear cirurgias plásticas e tratamentos estéticos, no valor de R$ 150 mil, para que Alice possa se recuperar das marcas da violência. 

Em entrevista à colunista Fábia Oliveira, MC Mirella falou o quão abalada ficou ao saber da história de Alice e prontamente decidiu ajudá-la. "Eu nem consegui dormir direito, aquilo embrulhou meu estômago. Como alguém pode fazer isso com outra pessoa, ainda mais a Alice, tão pequena e indefesa". A cantora procurou a modelo nas redes sociais e ofereceu sua ajuda. 

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Em seguida, a funkeira entrou em contato com profissionais que já realizaram procedimentos nela própria, como cirurgiões e dentistas. Alice teve o nariz e a mandíbula quebrados no ataque; agora ela deve passar por cirurgias plásticas nas cicatrizes no rosto, correção do nariz e lentes de contato em todos os dentes. Os procedimentos somam um valor de R$ 150 mil.

Além disso, Mirella Também doou roupas e sapatos, do próprio guarda roupa, para a modelo e já planeja trabalhar com ela após sua recuperação. “A Alice me disse que estava muito triste porque não podia sorrir. Agora ela vai sorrir ainda mais linda. Nós duas juntas vamos gravar uma música muito incrível e ela vai arrasar muito. Isso é o mínimo que eu poderia fazer”. 

Roberta Close, uma das primeiras transexuais a ficarem famosas na mídia brasileira, falou durante uma live com o produtor musical e pesquisador Rodrigo Faour, sobre os preconceitos que precisou enfrentar quando jovem. Na escola e na própria casa, com sua família, a modelo teve problemas de aceitação e acabou sendo expulsa do colégio onde estudava no Rio de Janeiro.

Close relembrou como sua família teve dificuldades para aceitá-la e como esse processo se repetiu no ambiente escolar. “Meus pais nunca entenderam muito bem o que eu era. Não entendiam minha audácia. Tinha muita briga, e saí de casa muito cedo”. Já na escola, a jovem Roberta foi convidada a se retirar e acabou sendo expulsa. “Tive o azar de cair na mão de uma professora que dizia que eu não me encaixava. Me pediram para deixar a escola, não deixaram eu completar os estudos”.

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Modelo de sucesso na década de 1980, Roberta comentou como sua beleza chamava atenção. Segundo ela, “todos os machões se rendiam” e ela chegou a ter romances com alguns famosos. A beleza também lhe abriu portas de trabalho e Close desfilou para importantes estilistas do Brasil e do mundo, como  Jean-Paul Gaultier e Thierry Mugler, porém, com algumas restrições: “Fui para o mundo inteiro. Mas eu chegava, desfilava e saía. Nada podia ser dito. Nada se falava sobre quem eu era". Hoje, aos 55 anos, Roberta vive na Suíça, longe dos holofotes. 


 

A modelo brasileira Jessica Barros vai lançar uma biografia para usar sua história como forma de derrubar preconceitos. Tendo servido à Marinha brasileira, a ex-militar passou pela transição de gênero, ganhou o título de Miss Transexual e, hoje, decidiu compartilhar sua história para motivar outras vidas. 

Nascida em uma família humilde no interior do Ceará, Jessica enfrentou a pobreza e tornou-se militar na juventude, servindo à Marinha do Brasil - Capitania dos Portos. Após passar pela transição de gênero, ela venceu o concurso Miss Transexual, em 2006, e mudou-se para Londres, na Inglaterra. 

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Na biografia, ela promete contar os detalhes de sua trajetória, desde sua infância pobre, até a vida como militar, e suas experiências em viagens pelo mundo, além dos preconceitos já enfrentados. "Servi ao meu país como homem e hoje conto minha história como mulher. Sempre acreditei que minha história seria um livro, estou prestes a dividir essa história de luta com muitos que são iguais a mim".

*Com informações da assessoria

Nesta quinta (19), um print com uma conversa entre o filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, e a modelo trans Mariah Fernandes, viralizou na internet. O diálogo mostra uma paquera entre os dois e os internautas repercutiram a situação, inclusive com várias piadas. Procurada pelo LeiaJá, Mariah falou sobre sua relação com Carlos e o print vazado. 

A modelo, que estampa a capa da Playboy Portugal neste mês de setembro, revelou que o print retrata uma conversa de dois anos atrás. Ela contou que começou a seguir Carlos Bolsonaro nas redes sociais e ele a seguiu de volta, logo depois, iniciaram um bate-papo. A modelo elogiou o vereador e confirmou a paquera: “Ele foi super cordial, tivemos uma conversa intensa, ele foi um perfeito cavalheiro”. Mas, apesar da intensidade da conversa, Carlos não deu um passo a mais e não houve convites para sair: “Ele foi super discreto, só me elogiou e me mandou um beijo. Com certeza, se eu tivesse investido mais na paquera iríamos sair sim”. 

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No entanto, a modelo optou por não revelar todo o conteúdo da conversa, mas confirmou que após o primeiro contato os dois já voltaram a se falar, “um affair virtual”, como ela própria caracterizou a relação. Ela também disse que decidiu revelar a conversa agora pegando gancho em sua atitude de “protesto” ao dedicar sua Playboy ao “maior machista do Brasil”, como ela definiu, o presidente Bolsonaro: “Quis mostrar que são homens comuns que levantam bandeira do machismo e da homofobia e que se escondem atrás de máscaras”. 

Mariah contou, também, que Carlos não chegou a comentar com ela a respeito da dedicatória feita para o seu pai. Ela ainda falou que não sabe se o vereador carioca tem o conhecimento de sua transexualidade: “Não posso te dizer a visão dos homens sobre minha imagem. Hoje, no Brasil, existem mulheres cis que aparentam mais ser trans do que as próprias mulheres trans”. Para finalizar, a modelo disse que seria o “maior prazer” entregar a revista autografada para o presidente Bolsonaro. 

A supermodelo Gisele Bundchen, a modelo transexual Lea T e sambistas estão entre os destaques que irão apresentar o Brasil em seu esplendor multicolorido na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, na próxima sexta-feira.

O Rio terá um trabalho duro para encantar o público após a edição bem-humorada e surpreendente que inaugurou os Jogos de Londres-2012.

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Desta vez, a cerimônia de abertura será mais modesta, já que o Brasil sofre com sua pior recessão em quase um século.

O cineasta Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel"), um dos diretores da cerimônia, disse que o orçamento da cerimônia é uma fração do que foi gasto em Londres.

Mas os organizadores prometem, mesmo assim, encantar o público de mais de 70 mil pessoas aguardado no estádio do Maracanã e os cerca de três bilhões de telespectadores que deverão acompanhar a inauguração pela TV em todo o mundo.

Se Pequim-2008 esbanjou e Londres-2012 surpreendeu, Rio-2016 tentará capturar a assombrosa diversidade, o amor pela música e o talento para a diversão.

"Queremos dar a maior festa já vista neste país", disse a cenógrafa Daniela Thomas, que também assina a direção artística do evento.

História através da dança

O Rio é imbatível na organização de grandes festas ao ar livre, como o carnaval, e a música está no coração de tudo.

Juntamente com milhares de atletas que vão desfilar com as bandeiras de seus países, assim como um contingente de refugiados, centenas de integrantes de doze escolas de samba vão cantar e dançar.

Estão previstas apresentações de Caetano Veloso e Gilberto Gil, dois patrimônios da Música Popular Brasileira. Rappers e a estrela do funk Anitta darão um tempero mais contemporâneo à festa.

Vazamentos de um ensaio-geral realizado no domingo revelam um retrospecto encenado com algumas passagens da História do Brasil, incluindo a recriação do Oceano Atlântico cruzado pelos colonizadores portugueses, representações da escravidão, uma recriação do voo de Santos Dumont no 14 Bis e a fundação das cidades.

Segundo relatos, outro tema de peso na cerimônia, que começará às 20h00 e deverá durar cerca de quatro horas, será o aquecimento global e o papel crucial do Brasil como lar da maior parte da floresta amazônica.

Belezas

Uma das mais famosas brasileiras vivas - Gisele Buendchen, que se aposentou das passarelas em 2015 - e a pioneira modelo transgênero Lea T darão o toque de glamour à festa.

A participação de Gisele gerou polêmica esta semana, quando sua aparição no ensaio-geral parecia indicar a encenação de uma tentativa de assalto, seguida da chegada da polícia e do perdão do assaltante.

Respondendo a uma onda de protestos, os organizadores negaram veementemente ter representado um assalto.

Finalmente, Bundchen, que desfilará ao som da "Garota de Ipanema", fará sua aparição sã e salva. "Não haverá nenhum assalto", afirmou um porta-voz dos organizadores à AFP.

Lea T, uma mulher trans que saltou para o primeiro plano da indústria da moda, é considerada a primeira pessoa transgênero a ter papel de destaque em uma cerimônia de abertura de Olimpíadas.

Filha do ex-jogador de futebol brasileiro Toninho Cerezo, que jogou na seleção entre 1977 e 1985, Lea T contou à BBC que deseja encarnar a diversidade do Brasil.

"O Brasil é vasto e toda esta diversidade, de uma forma ou de outra, precisa ser representada em um evento como este", disse ela.

Tensões

Mas nem tudo será sorrisos e samba.

O Brasil atravessa uma profunda crise política. A presidente reeleita, Dilma Rousseff, está afastada e corre o risco de perder definitivamente o mandato, quando o Senado votar o impeachment assim que os Jogos terminarem.

Ela se recusou a participar da cerimônia de abertura, afirmando que não aceitaria ter "um papel secundário", enquanto seu ex-vice-presidente, Michel Temer - hoje, presidente interino - governa em seu lugar.

Temer deverá dizer algumas poucas palavras e declarar abertos os Jogos, mas mesmo assim corre o risco de ser vaiado por opositores em meio ao público.

"Estou totalmente preparado" para as vaias, afirmou.

Do lado de fora do estádio, a segurança será reforçada em caso de protestos de grupos que apoiam Dilma.

Entre as figuras ilustres, o presidente americano, Barack Obama, estará entre os muitos chefes de Estado ausentes no evento. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o número total de líderes mundiais presentes à cerimônia será o menor em 16 anos.

Surpresa!

Uma coisa que o ensaio não revelou foi o acendimento da pira olímpica.

A identidade do sortudo que levará a tocha - que completou um revezamento por 300 cidades - para acender a pira também é um mistério.

O grande favorito é Pelé, o rei do futebol.

No entanto, ele nunca disputou uma Olimpíada e a emissora de TV americana NBC, que detém os direitos exclusivos de transmissão para os Estados Unidos, sugere que os organizadores deveriam olhar para o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima.

Ele liderava a final da maratona nos Jogos de Atenas-2004, quando um espectador invadiu a área da corrida e o agarrou. O atleta acabou chegando em terceiro e ficando com a medalha de bronze. Após perdoar seu agressor, ele ganhou aplausos por sua humildade.

O porta-voz do comitê organizador dos Jogos Olímpicos, Mario Andrada, garante que serão muitas as surpresas da cerimônia na sexta-feira.

"Não mostramos uns 20 por cento", afirmou.

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