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A Avenida Boa viagem, na Zona Sul do Recife, recebeu na manhã deste domingo (9) o ato em homenagem a Tássia Mirella Sena de Araújo, assassinada na última quarta-feira (5) em seu próprio apartamento. De branco, familiares, amigos e demais pessoas levantavam cartazes contra o machismo e clamavam por justiça.

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Entre os mais visivelmente emocionados estavam os pais de Mirella, que devido ao estado emocional já haviam evitado participar de uma manifestação realizada na quinta-feira (6) no Fórum desembargador Rodolfo Aureliano. Ao longo de todo o trajeto do ato em Boa Viagem, os pais de Mirella iam na frente dos participantes, sempre recebendo apoio, inclusive de banhistas que observavam ao lado.

"Se nada for feito, amanhã serão outras Mirella. É preciso ter o despertar de toda a sociedade. Esse machismo mata e matou minha filha", disse Suely Araújo, mãe da vítima. "Ela era guerreira, morreu lutando, jamais se entregaria ou desistiria. Eu sinto conversando com ela. Pensei coisas bárbaras, se ela tivesse deixado talvez tivesse aqui ainda, mas ela me diz 'eu não podia, e minhas amigas? E as outras pessoas que sofrem por isso?' ", comentou Suely, emocionada.

O pai de Mirella, Wilson Araújo, reforçou que é um momento muito difícil. "Ela é um símbolo de mulher guerreira. Filha que sempre procurou independência, fazia amizade com facilidade", ele lembra. "Infelizmente escolheram minha filha, como escolheram outras por aí". 

Para a coordenadora do centro da mulher metropolitana Júlia Santiago, ligado à Secretaria da Mulher do Recife, Fernanda Lima, é necessário mais debate de gênero para evitar casos como esse. "Trabalhamos o empoderamento da mulher porque entendemos que o empoderamento ajuda no combate a essa violência. Esse caso é revoltante, é uma luta cotidiana", complementou.

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Durante o ato #somostodosmirella na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, neste domingo (9), houve uma pausa em frente ao prédio onde reside o ministro da Educação Mendonça Filho. Contrários à retirada de trechos sobre orientação sexual e questões de gênero da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os manifestantes chamaram o político de ausente.

Para os manifestantes, a discussão de assuntos relacionados à orientação sexual e gênero é importante no período escolar, justamente na época de formação das crianças. Também foram chamados de ausentes o governador de Pernambuco e a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Pernambuco.

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"Onde está o dinheiro das políticas para as mulheres? O machismo atinge todas as classes sociais", criticou Alessandra Nilo, coordenadora geral da Gestos, entidade que defende os direitos humanos. Confira o vídeo a seguir:

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O secretário de segurança urbana da Prefeitura​ do Recife, Murilo Cavalcanti, participa na manhã deste domingo (9) do ato em homenagem a Taissa Mirella. Durante a passeata, que pede o fim da violência contra as mulheres, ele destacou que a Prefeitura deve lançar uma jornada de trabalho contra o machismo e em defesa da mulher.

"Mirella não devia ter morrido, mas aconteceu e a gente pode fazer algo. Não existe uma política de segurança pública e isso é no Brasil todo. O governo só se mobiliza sob pressão", disse o secretário.

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Para o secretário, a própria estrutura do Compaz servirá para as ações. Os trabalhos também deverão ser feitos nas escolas. "Vamos sentar amanhã com Cida [secretária da mulher do Recife] e discutir a questão", concluiu o secretário.

A morte da fisioterapeuta Tássia Mirella foi um dos assuntos mais lamentados, nesta quinta-feira (6), na capital pernambucana. Muitos políticos se pronunciaram sobre o crime. A vereadora Marília Arraes (PT) pontuou que esse foi mais um “crime bárbaro” contra a mulher. 

A petista disse que, mesmo morta, a jovem é atacada de forma machista. “Misógina, por pessoas que ao invés de se cobrar que o culpado seja punido, prefere fazer observações descabidas e irresponsáveis sobre as roupas que Mirella usava, o fato de ela morar sozinha em um flat ou qualquer outro detalhe de sua vida pessoal”, declarou. 

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“Mirella era uma jovem mulher cheia de vida. Hoje, ela está morta, assassinada brutalmente, por alguém que simplesmente não aceitava que ela era dona do seu corpo, de sua vida e não era obrigada a aceitar nada contra a sua vontade”, acrescentou Arraes. 

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A deputada federal Luciana Santos (PCdoB) pediu, em respeito a jovem, apuração, solução e justiça. “Mais uma de nós é vítima de Feminicídio. Até quando?Dessa vez a Mirella foi a vítima de um crime brutal". 

Em seu Facebook, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) também se manifestou. Ela declarou que ficou “perplexa com os requintes de selvageria do assassinato da jovem”. Ainda ressaltou que “é revoltante que se perca a vida dessa forma só porque é mulher. A sociedade precisa reagir”. 

A Polícia Civil convocou a imprensa na noite desta quinta-feira (6) para divulgar os resultados dos exames de DNA do caso de Tássia Mirella, encontrada morta em seu flat em Boa Viagem na quarta-feira (5). Os exames confirmaram que o sangue encontrado no apartamento de Edvan Luiz pertencia à vítima e de que, sob as unhas de Mirella, havia material genético [fios de cabelo e pele] de Edvan.

Com os resultados, a Polícia Civil diz que o caso está concluído. “É irrefutável. Não há mais o que discutir. Foi ele”, disse o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle. “Ele estava na cena do crime, ela lutou com ele. Não há mais dúvida para a polícia de que ele foi o autor desse bárbaro crime”, complementou.

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Para Joselito, fica mais difícil que os advogados consigam um habeas corpus com tantos elementos incriminatórios, além do fato de Edvan ter negado participação no feminicídio.

Ainda não há confirmação de que houve estupro. “Se houve ou não, a intenção era o sexo. Ela foi encontrada despida, com roupa arrancada”. A vítima foi degolada por um objeto cortante como uma faca. Os peritos contaram que o golpe foi tão forte que quase arrancou a cabeça do corpo.

No final desta tarde, Edvan teve a prisão preventiva decretada e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Durante audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (6), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, a Justiça determinou a prisão preventiva do suspeito de assassinar Tássia Mirella de Sena, Edvan Luiz da Silva. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

O suspeito chegou por volta de 15h15 no local. A chegada de Edvan era muito aguardada do lado de fora do fórum, onde era realizado um ato de amigos e familiares pedindo justiça para o caso. Todos os manifestantes aguardavam na área do fórum em que viaturas do sistema penitenciário chegavam com presos para a audiência de custódia.

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Pelo menos desde as 13h o ato ocorria no local. O grupo foi surpreendido, entretanto, quando a viatura da polícia que conduzia Edvan chegou por outro local próximo. Houve correria, mas o suspeito já havia entrado no prédio antes que os manifestantes pudessem vê-lo. 

“Tapearam a gente. Desligaram a sirene da viatura e entraram por um caminho diferente”, lamentou o tio de Mirella, Sinval Pinto Cordeiro. A mudança de local de entrada do veículo deixou muita gente frustrada. Separadas da garagem por uma grade, as pessoas começaram a gritar “Justiça no Brasil protege assassino”.

“Esse caso de Mirella não vai ficar impune. Até ter justiça para esse assassino, a gente vai estar nas ruas”, disse Anderson Marrocos, um dos manifetantes, reforçando que o suspeito estaria sendo protegido. Porémç, a mudança de local de entrada da viatura foi por motivos de segurança.

O acusado foi autuado por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, não ter dado chance de defesa e feminicídio. 

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