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O presidente russo Vladimir Putin não comparecerá ao funeral no sábado do último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, que faleceu aos 91 anos, informou o porta-voz do Kremlin.

"Sabemos que a cerimônia principal acontecerá em 3 de setembro, assim como o funeral, mas a agende do presidente não permitirá sua presença", declarou Dmitri Peskov.

O porta-voz informou que Putin visitou o hospital moscovita onde Gorbachev faleceu para "depositar flores em seu caixão".

Peskov declarou que haverá "elementos de um funeral nacional" durante o enterro de Gorbachev, como por exemplo uma "guarda de honra", e que a cerimônia será organizada "com a ajuda do Estado

O último dirigente da União Soviética faleceu na terça-feira (30) à noite aos 91 anos, depois de lutar contra uma longa e grave doença.

Gorbachev permaneceu no poder entre 1985 e 1991. A União Soviética chegou ao fim durante seu mandato, enquanto ele tentava salvar o país com reformas democráticas e econômicas.

A morte do último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, provocou uma série de homenagens emotivas no Ocidente, mas a reação foi muito mais moderada na Rússia, onde muitos o criticam pelo fim da potência soviética.

Gorbachev faleceu na terça-feira (30) à noite aos 91 anos, depois de uma "longa e grave doença", informou o Hospital Clínico Central (TSKB) de Moscou, onde estava internado.

Ele era o último governante ainda vivo da época da Guerra Fria, um período que parece ter uma ressonância particular atualmente com a ofensiva do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.

Embora Gorbachev não tenha se pronunciado publicamente sobre a ação militar russa na Ucrânia, sua fundação pediu "o fim das hostilidades e o início imediato de negociações de paz".

Nas últimas duas décadas, o ex-dirigente expressou preocupação com o aumento das tensões com Washington, e defendeu a redução dos arsenais nucleares, como já havia feito nos anos 1980 com o presidente americano da época, Ronald Reagan.

Em um mensagem de condolências, Putin destacou um homem que "teve um grande impacto na história do mundo".

"Guiou o nosso país em um período de mudanças complexas e dramáticas, e de grandes desafios de política externa, econômicos e sociais", destacou.

"Ele compreendeu profundamente que as reformas eram necessárias, se esforçou para oferecer suas próprias soluções para nossos problemas urgentes".

- "Homem de paz" -

As palavras do presidente russo foram divulgadas após as muitas homenagens dos governantes ocidentais, muito mais emotivos sobre o homem que venceu o prêmio Nobel da Paz em 1990 por ter contribuído muito para a redução do confronto entre Leste e Oeste.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou Gorbachev de "líder excepcional", que contribuiu para "um mundo mais seguro e uma maior liberdade para milhões de pessoas".

Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, Gorbachev "fez mais que qualquer outra pessoa para conseguir um final pacífico da Guerra Fria".

O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou que ele era um "homem de paz", enquanto o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, elogiou sua "oposição a uma visão imperialista da Rússia".

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, agradeceu a "contribuição decisiva para a unidade da Alemanha". E para a ex-chanceler Angela Merkel, que cresceu na ex-Alemanha Oriental, Gorbachev mudou sua vida "de maneira fundamental".

A China, que o Kremlin apresenta atualmente como sua grande sócia política e econômica, elogiou a "contribuição positiva" do ex-dirigente soviético na aproximação entre Pequim e Moscou.

Na Rússia, o legado do político ainda é muito controverso. E as reações a sua morte foram bem mais moderadas.

Apesar de ter iniciado o caminho para a liberdade de expressão, para muitos ele foi o responsável pelo fim da superpotência soviética e pelos terríveis anos de crise econômica após o colapso da URSS.

Mas o jornalista russo Dmitri Muratov, prêmio Nobel da Paz em 2021 e diretor de redação do jornal independente Novaya Gazeta - apoiado desde sua fundação por Gorbachev - prestou homenagem a um dirigente que "desprezava a guerra e valorizava mais um céu tranquilo que o poder pessoal".

- Colapso da URSS -

Nascido em 1931 em uma família modesta do sudoeste da Rússia, Gorbachev subiu rapidamente na hierarquia do Partido Comunista e assumiu a liderança da URSS em 1985.

Até sua renúncia em 1991, que marcou o fim do bloco, ele comandou importantes reformas democráticas, conhecidas como "perestroika" (reestruturação) e "glasnost" (transparência).

Confrontado com enormes crises, como a catástrofe de Chernobyl (1986) ou os movimentos de independência em toda União Soviética, que reprimiu em alguns casos, recebeu em 1990 o Nobel da Paz por "ter encerrado a Guerra Fria de maneira pacífica".

Também ordenou o fim da desastrosa campanha militar soviética no Afeganistão e suas ações contribuíram para a queda da "cortina de ferro", como era conhecida a antiga fronteira política e ideológica entre o oeste e o leste da Europa.

Os anos imediatamente posteriores à dissolução da URSS permanecem como um trauma para muito russos, que passaram a viver abaixo da linha da pobreza, em um cenário de caos político e com uma guerra brutal com a Chechênia.

Com a chegada ao poder em 2000 de Putin, que considera o fim da URSS a "maior catástrofe geopolítica" do séculos XX, o Estado se impõe à sociedade e a Rússia retorna ao cenário internacional como potência.

Para Gorbachev, as relações com os novos líderes do Kremlin sempre foram complexas, seja com Boris Yeltsin, seu grande inimigo, ou com Putin, a quem criticava mas que via como uma oportunidade para um desenvolvimento estável na Rússia.

O ex-dirigente soviético se mostrou favorável à anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 por parte de Moscou, o que provocou, em 2016, o veto a sua entrada na Ucrânia.

Após uma breve tentativa frustrada de voltar à política na década de 1990, Gorbachev passou a se dedicar por completo a projetos educativos e humanitários.

Uma fonte próxima à família Gorbachev afirmou à agência de notícias TASS que ele será sepultado ao lado da esposa Raisa, falecida em 1999, no cemitério Novodevichy de Moscou.

O ex-líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, morreu nesta terça-feira (30), em Moscou, aos 92 anos. O óbito foi confirmado por agências de notícias russas. 

Gorbachev foi o último presidente da União Soviética antes da sua dissolução. Ele teve um governo tumultuado associado aos termos perestroika e glasnost (reforma e abertura), e morreu após uma longa doença.

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O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, um dos responsáveis pelo fim da Guerra Fria, completa 90 anos nesta terça-feira (2), data que celebrou em "quarentena" em um hospital devido à pandemia.

"Está em quarentena em um hospital enquanto durar a pandemia", disse à AFP Vladimir Poliakov, porta-voz da Fundação Gorbachev.

"Está cansado de tudo isto, como todos nós", completou, em referência às restrições em vigor devido ao coronavírus.

O ex-governante recebeu mensagens de felicitações de todo o mundo, incluindo o presidente americano Joe Biden, a chanceler alemã, Angela Merkel, e do chefe de Estado russo Vladimir Putin.

"Você pertence a um grupo de pessoas extraordinárias, de homens de Estado notáveis da era moderna que influenciaram de maneira significativa o curso da história nacional e mundial", afirmou Putin em uma mensagem a Gorbachev, com quem já teve muitas divergências.

Gorbachev celebrará seu aniversário com parentes e poucos amigos, respeitando as medidas de higiene e distanciamento necessárias e em muitos casos com videoconferências.

Ele continua trabalhando no hospital, edita livros e artigos, segundo o porta-voz.

Gorbachev recebeu em 1990 o prêmio Nobel da Paz por "ter acabado pacificamente com a Guerra Fria".

Sharon Stone e Cat Stevens unirão suas vozes em uma comédia musical, para homenagear, em setembro, a organização ambientalista Green Cross International, criada pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev. O espetáculo 2050: The Future We Want (2050: o futuro que desejamos) será apresentado em 3 de setembro nas Nações Unidas, em Genebra, por ocasião dos 20 anos da ONG fundada pelo Prêmio Nobel da Paz para responder aos problemas da degradação do meio ambiente, a pobreza e a insegurança.

A atriz americana e o músico britânico, que depois de sua conversão ao Islã nos anos 70 adotou o nome de Yusuf Islam, serão acompanhados por 40 jovens de todas as partes do mundo e por um coral de mais de cem pessoas. "Estou doida para começar a trabalhar com jovens artistas vindos do mundo inteiro e que, 20 anos depois que o presidente Gorbachev lançou sua missão mundial, mostram um caminho a seguir, mas só se agirmos logo", declarou Sharon Stone em um comunicado.

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O musical, com a atriz no papel de narradora, leva os espectadores a uma viagem de volta no tempo, de 2050 até nossos dias, e relata a história de um mundo que conseguiu superar os desafios que enfrenta, como a mudança climática e a pobreza.

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