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O policial branco que atirou e matou o jovem negro Michael Brown, na cidade de Ferguson, em Missouri (EUA), pediu demissão. Darren Wilson, que estava em licença administrativa desde o tiroteio de 9 de agosto, pediu demissão com efeito imediato, de acordo com seu advogado, Neil Bruntrager. Um advogado da família de Brown não retornou imediatamente os pedidos para comentar o caso.

Mais de 100 manifestantes se reuniram neste sábado perto da sede da polícia. Pelo menos uma pessoa foi presa depois de um breve confronto, e muitos pareciam ser indiferentes à demissão do policial. "Não estávamos atrás do emprego de Wilson", declarou, mais tarde, o ativista de direitos civis, Al Sharpton, por meio de nota. "Estávamos buscando justiça para Michael Brown".

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Brown estava desarmado quando Wilson atirou e o matou no meio de uma rua de Ferguson, onde seu corpo foi deixado por várias horas enquanto a polícia investigava o caso. Algumas testemunhas disseram que Brown estavam com as mãos para o alto quando Wilson atirou. O policial disse para o júri que ele temia por sua vida quando Brown bateu nele e tentava pegar sua arma. O júri decidiu não indiciá-lo.

Wilson, que estava no Departamento de Polícia de Ferguson há menos de três anos, disse a um jornal local que decidiu pedir demissão após o departamento informar que tinha recebido ameaças de violência caso ele permanecesse na equipe. "Eu não estou disposto a deixar que alguém se machuque por minha causa", disse ele ao jornal. Fonte: Associated Press

Celebridades do cinema e estrelas do esporte expressaram sua frustração e comoção diante dos protestos violentos em Ferguson, no Missouri, após a decisão de um Grande Juri de não julgar um policial branco pela morte de um jovem negro desarmado.

O lendário jogador de basquete Magic Johnson, hoje aposentado, disse em sua conta do Twitter que está "muito decepcionado com a decisão do caso de Michael Brown". "Temos que trabalhar juntos para deter a perda desnecessária de jovens negros. A justiça não foi feita em Ferguson", afirmou.

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Já o astro da equipe de basquete do Lakers de Los Angeles, Kobe Bryant, disse que "o sistema permite matar jovens negros acima dos termos da lei". Serena Williams, estrela do tênis, declarou que é simplesmente vergonhoso. "O que mais é necessário?" - indagou.

O mundo do entretenimento e do espetáculo também se manifestou. O crítico e cineasta Spike Lee publicou uma foto do adolescente assassinado com a legenda "Somos Mike Brown". Macklemore, rapper vencedor do Grammy, afirmou que "o sistema que infunde e protege a supremacia branca ganha de novo. A humanidade perde. Não há justiça. Rezo por Mike Brown e sua família. É tão triste".

A cantora pop Katy Perry, em turnê pela Austrália, tuitou: "estou me sentindo agredida por todo caminho até aqui em Sydney vendo as notícias deste momento. Envio minhas orações a Ferguson e oro por uma América igualitária". "Tenho o coração destroçado com as notícias de Ferguson. Vamos todos orar pela paz", disse o músico Pharrel Williams, autor de "Happy".

O comediante Chris Rock citou a ativista de direitos civis W.E.B. Du Bois, afirmando que "o sistema não pode falhar com aqueles que nunca teve a intenção de proteger". A cantora e atriz Cher diz ter um problema "com a decisão de não levar a julgamento o policial que matou um jovem perto de Saint Louis", mas acrescentou: "havendo dito isso, a violência não é a resposta. Eu voto por mudanças de leis. Deve haver uma mudança de atitude e equilíbrio na polícia e na legislação".

O funeral do adolescente norte-americano Michael Brown, que tinha 18 anos e foi assassinado por um policial no último dia 9, reuniu centenas de pessoas nesta segunda-feira, em St. Louis, subúrbio de Ferguson, estado de Missouri, nos Estados Unidos. Brown era negro e foi baleado por um policial branco chamado Darren Wilson, o que elevou as tensões raciais na comunidade onde morava e causou uma série de manifestações contra a polícia local.

A cerimônia começou às 10h (12h em Brasília), na igreja Batista Friendly Temple Missionary, e contou com a presença do governador Jay Nixon, do reverendo Al Sharpton e de três funcionários da Casa Branca enviados pelo presidente Barack Obama, além de parentes e amigos da vítima. Algumas celebridades negras também foram ao funeral, como o cineasta Spike Lee e os rappers Sean Combs e MC Hammer. A igreja, com capacidade para 2.500 pessoas, encheu rapidamente.

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No domingo, o pai do jovem, que também se chama Michael Brown, pediu que, nesta segunda-feira, os manifestantes dessem uma pausa nos protestos, para que os familiares possam ter um "dia de silêncio". "Amanhã tudo que eu quero é paz. É tudo o que peço", disse ontem. Nesta manhã, o pedido do pai foi respeitado, com cartazes que diziam "uma pausa para o funeral". Em seu discurso, o reverendo Sharpton, que também é ativista de direitos civis, declarou que "alguma coisa está errada quando o dinheiro público é usado para equipar militarmente as polícias, mas não é suficiente para investimentos em escola públicas."

A morte do adolescente gerou vários protestos no subúrbio, cuja população é predominantemente negra e a polícia é formada em sua maioria por brancos. Houve confrontos durante vários dias, com atos de violência por parte dos manifestantes e respostas da polícia com bombas de gás lacrimogêneo. Os conflitos tiveram repercussão internacional, levando o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, que também é negro, a prometer uma investigação profunda por agentes federais.

Há uma investigação federal em curso para saber o que motivou Wilson a atirar no garoto. Uma autópsia descobriu que Brown foi baleado pelo menos seis vezes, mas ainda não se sabe se o jovem havia cometido algum crime naquele dia ou se os dois haviam trocado agressões físicas antes do assassinato. Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos EUA, tem falado em tom equilibrado sobre o caso. Ao mesmo tempo em que condena a atitude do policial e pede por justiça, lembra que o trabalho da polícia deve ser respeitado.

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