Apesar de ser um homem simplório, com raízes afincadas nas tradições do sertanejo, Arraes frequentou o restaurante mais antigo do Brasil e ponto de encontro da cena política pernambucana. O próprio Arraes chegou a afirmar que era “prazeroso frequentar o Leite”.
A época que mais esteve no restaurante foi quando era deputado estadual para almoços com amigos e políticos. Um dos sócios Armênio Ferreira Diogo, em entrevista ao Portal LeiaJá, disse que lembra bem da figura de Arraes, que sentava na famosa mesa 31, disputada entre políticos e demais autoridades como o coronel Chico Heráclio.
##RECOMENDA##Armênio contou que Arraes, apesar de discreto, se distinguia ao chegar ao salão do Leite. “Era um homem de muito prestígio. Mandava naquele tempo e tinha um nome referenciado. Em meio àquela briga constante, dominou o estado. Muito austero, sabia o valor que tinha. Ele mandava. A sua palavra era lei. Era ele e pronto. Ele não tinha concorrência. O nome dele daqui a 100 anos vai ser lembrado”.
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Armênio Ferreira ainda declarou que o “jeitão” de Arraes era de um homem que estava à frente do seu tempo. “Era um político nato, de altura mediana, e de pouca fala. Ainda hoje a família Arraes se vive pela figura dele. O nome dele não vai ser esquecido como Fidel Castro em Cuba. O que fez de ruim, ainda assim, não vai se esquecer dele. Ele deixou o nome dele”.
Na definição da presidente da Academia de Letras de Pernambuco (ALP), o Leite tem um cenário autêntico, que atraia as grandes personalidades. “Seria um ato profano à gastronomia do Recife não visitar o Restaurante Leite, com todo um cenário brilhantemente autêntico, sem máculas de postiças inovações, a reacender o charme de uma época que já se foi, mas que perdura em nossas melhores lembranças à semelhança de uma identidade irretocável”.