O mistério que envolve o sumiço do estudante Bruno de Melo Silva Borges, de 24 anos, desaparecido desde o dia 27 de março, não deve parar de render novas teorias até que ele apareça. O "Menino do Acre", apelido que o rapaz ganhou nas redes sociais, já proporcionou vários memes e teorias das mais diversas, tanto para explicar o significado dos escritos encontrados em seu quarto, como sobre seu paradeiro.
A reportagem do LeiaJá procurou estudiosos de esoterismo e ufologia no Recife para saber o que eles pensam sobre o fato. “Esse garoto não é doido, nem está viajando na maionese”, defende a tradutora e professora de inglês Adelma Nobre, diretora do Portal de Luz, no bairro da Boa Vista. O lugar é um espaço de meditação e tratamentos naturais, onde também acontece encontros para se discutir assuntos místicos.
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Para ela, as palavras criptografadas de Bruno guardam informações importantes. “Algo será revelado com aqueles escritos. Pelo nível do trabalho, nota-se que é uma pessoa superior. Ele pode ter trazido isso por ser uma reencarnação de Giordano Bruno e veio terminar sua missão”, opina. Giordano Bruno foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela Inquisição, sob acusação de heresia. Uma estátua dele em tamanho real foi encontrada no quarto do desaparecido.
Adelma Nobre, porém, não descarta a possibilidade de uma interferência extraterrena na história. “Minha segunda teoria é que ele pode ter sido abduzido. É muito comum no Acre a incidência de Crop Circles (sinais que surgem em plantações, normalmente atribuídos a ações de alienígenas), só que a mídia não dá destaque por ser um estado pequeno. Lá também há vários portais energéticos, por onde se passa de uma dimensão para a outra”, conta.
Fernando Lúcio, professor de Artes da UFPE e ufólogo, acha que o caso tem mais ligações com a alquimia do que com teorias sobre vida fora da Terra. Porém, ele acredita que, pela idade, o "Menino do Acre" não poderia ter atingido o conhecimento que se alega. “O trabalho dele tem uma riqueza de detalhes, mas não acho que ele chegou a ser um iluminado (indivíduo que encontra o nível máximo de espiritualidade e deixa o plano terrestre). Eu acho que ele não está longe de casa, mas tem coisa por baixo. Acho que seu primo não teria emprestado dinheiro se não tivesse visto algo interessante”, diz ele.
O dinheiro ao qual Fernando se refere, é a quantia de R$ 20 mil que foi cedido pelo oftalmologista Eduardo Veloso, primo de Bruno. Ele e mais dois amigos ajudaram o estudante a escrever e criptografar as paredes do quarto. “Acho que ele sumiu de propósito para provocar o debate e chamar atenção para o seu projeto. É um ficcionista”, crava o artista plástico e pesquisador empírico Eugênio Paxelly.
Mesmo acreditando num golpe de marketing, o estudioso, porém, não rejeita uma ligação sobrenatural na história. “Ele fez um trabalho magnífico, independente de estar numa frequência diferente da nossa. Não vejo um elemento esotérico, mas não descarto as questões metafísicas e paranormais. Ele pode estar ainda no quarto dele, inclusive, sendo que em outra dimensão”, desconfia.