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Chega nesta quarta-feira (28), às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, uma nova frente fria que promete ser a pior dos últimos 60 anos e uma das piores do século. São Paulo será um dos estados atingidos pelo avanço da massa polar. Para ajudar a conter os impactos das temperaturas mínimas na população de rua, a capital paulista está correndo contra o tempo para iniciar a montagem de tendas em apoio ao grupo em vulnerabilidade.

A Prefeitura já montou uma força-tarefa de acolhimento, que oferecerá serviços em pontos estratégicos da cidade, onde os termômetros registram mínima de 10ºC, com sensações ainda mais baixas. Nesta terça-feira (27), o frio já dá as caras e traz mínima de 4ºC.

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Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a partir desta quarta-feira (28), serão montadas cinco tendas para distribuição de sopas, cobertores, agasalhos e kits de higiene. Além disso, as plataformas oferecerão atendimento médico fornecido por equipes do programa 'Consultório na Rua', iniciativa da pasta municipal de saúde com o centro social Nossa Senhora do Bom Prato. Também serão disponibilizados ônibus para o transporte até os centros de acolhida pernoite da Prefeitura.

Os endereços estão localizados na Praça da Sé, Praça Princesa Isabel (Luz), Praça Barão de Tietê (Mooca), Praça Salim Farah Maluf (Santo Amaro) e Praça Miguel Dell’erba (Lapa). A ação tem a participação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Defesa Civil e Guarda Civil Metropolitana.

A previsão é fornecer cerca de cinco mil pratos por noite, além de distribuir 3,2 toneladas de agasalhos e cobertores obtidos em uma parceria com a Cruz Vermelha. Também a partir de amanhã serão disponibilizadas mais 817 vagas em abrigos. Confira:

- 100 no Centro de Acolhida Guaianases;

- 120 para idosos Centro de Acolhida Especial Belém;

- 60 no Centro de Acolhida Campo Limpo;

- 60 no Núcleo de Convivência Chá dos Padres, no Centro;

- 32 no Centro de Acolhida do Hotel Natal, no Centro;

- 75 no Centro de Acolhida Hotel Rivoli, no Centro;

- 80 no Hotel Downtown, no Centro;

- 50 para idosos no Hotel Nobilis, no Centro;

- 100 no Centro Esportivo Pelezão, na Lapa;

- 140 não especificadas em centros já existentes espalhados por todas as regiões.

Nesta última semana de julho, o inverno pode passar a ser mais rigoroso no Brasil, especialmente nas regiões Sul, Centro-Sul e nos eixos serranos. Segundo estudos preliminares da MetSul Meteorologia, uma massa de ar frio de origem polar de grande intensidade vai invadir o país na próxima semana e tem potencial para ser uma das mais intensas deste século, com neve e sensação térmica de -25ºC. De acordo com a empresa, a massa de ar polar deve avançar na região entre terça (27) e quarta-feira (28) e durar até o próximo fim de semana.

Apesar da previsão ser preliminar, uma nota divulgada pela MetSul nesse sábado (24) já compara o comportamento climático aos mais intensos dos últimos cem anos, todos acontecidos entre 2000 e 2021. Segundo modelos numéricos analisados pelos especialistas, a temperatura será inferior às do final de junho e início de julho deste ano.

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Regiões com altitudes acima de 1.800 m, como o Morro da Igreja, em Santa Catarina, devem ter sensação térmica entre -20°C e -25°C. O Rio Grande do Sul também deve experimentar até -20°C de sensação térmica, com a mínima nos termômetros de até -5°C. O estudo deve atualizar ou confirmar as previsões até esta segunda-feira (26). Caso confirmado, cidades de São Paulo e de Mato Grosso do Sul podem ter geadas, com sensação térmica de 0 °C.

“Para se ter ideia do que isso representa, somente ondas de muito frio intensas atingem valores tão baixos e que raramente são observados. As ondas de frio intensas de julho de 2000 e de julho de 2007, por exemplo, tiveram valores nestes patamares”, diz a nota.

As regiões Norte e Nordeste não são mencionadas em nenhuma das notas, mas já se sabe que a massa de ar frio nas regiões inferiores do Brasil subiram e influenciaram temperaturas mais amenas e sensações térmicas mais baixas nas duas áreas. O litoral nordestino enfrentou menos chuvas torrenciais em 2021, mas por outro lado, teve chuvas fracas e sensação de frio mais constante. 

“Que será uma onda de frio intensa não se tem dúvida, mas faltando ainda quatro dias para a sua chegada existem pontos em aberto como sua intensidade definitiva, o alcance do ar gelado no território brasileiro, e a possibilidade de neve, sua extensão e eventual acumulação e quantidade. Estes cenários devem ficar mais claros ao longo deste fim de semana e na segunda-feira com a maior proximidade do evento”, pontua a publicação, sobre as informações que ainda devem ser confirmadas.

Modelos indicam que haveria um reforço de ar ainda mais gelado chegando no decorrer do episódio já muito frio. Divulgação/MetSul Meteorologia

Será a terceira massa de ar frio de origem polar de grande intensidade em apenas um mês no Brasil, o que é pouco comum, e as conseqüências econômicas já graves impostas pela temperatura baixa e geada nos dois primeiros episódios gelados tendem a agravar ainda mais as perdas registradas no campo com impacto em milho, cana de açúcar, café, e o setor hortifrutigranjeiro.

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