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O deputado federal do PSL, Filipe Barros (PR), usou as redes sociais para criticar as manifestações que aconteceram em todo o país, nessa terça-feira (13), em defesa da manutenção das verbas destinadas para a educação. 

O líder nacional da juventude do partido do presidente Jair Bolsonaro considerou que os atos foram “uma marolinha”. “O tsunami da educação não passou de uma marolinha”, disparou Filipe Barros no Twitter.

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A referência ao tsunami foi como movimentos sociais e estudantis estavam intitulando a manifestação. De acordo com um levantamento do site G1, ocorreram protestos em 80 cidades brasileiras nessa terça. 

Em Pernambuco, além do Recife, o ato aconteceu em Caruaru, Garanhuns e Petrolina. 

O próximo sábado vai marcar dez anos de um momento crucial para a economia global: a quebra do banco Lehman Brothers, considerada o início oficial da crise originada na farra de financiamentos imobiliários nos EUA, que, num efeito dominó, derrubou mercados de todo o mundo. Por aqui, o tsunami foi apelidado de "marolinha" pelo governo da época, após medidas de estímulo terem amenizado a recessão. No entanto, uma década mais tarde, enquanto o mundo surfa uma onda positiva, o Brasil ainda luta para se livrar de uma das maiores crises de sua história. E a gênese dessa troca de papéis pode estar precisamente no remédio aplicado pelo País em 2008.

O problema, segundo economistas ouvidos pelo Estado, reside menos nas medidas tomadas há dez anos - liberação de dinheiro de bancos públicos, cortes de impostos e incentivo ao consumo -, mas na insistência em aplicar o mesmo remédio sempre que a economia deu sinais de desaquecimento desde então. "Quando o Brasil voltou a apresentar problemas, no início do governo Dilma Rousseff, a equipe econômica dobrou a aposta. E repetiu o que foi feito em 2008 e 2009, mas numa situação fiscal totalmente diferente", diz Samuel Pessôa, economista do Ibre/FGV.

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Em outras palavras: a política econômica virou um "samba de uma nota só", levada no batuque da intervenção estatal. A crise de 2008 ajudou a justificar essa fórmula de expansão, pois vários mercados maduros, EUA à frente, endureceram a regulação e injetaram dinheiro na economia, lembra o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. "A crise de 2008 foi, de certa forma, equivalente à queda do Muro de Berlim. Se a queda do muro provou que o socialismo real tinha falido, a crise financeira validou, para pessoas de um certo viés ideológico, que o neoliberalismo teria falido", compara.

A turbulência no mundo desenvolvido foi o pretexto para pôr em prática uma posição que era latente no governo Lula desde 2006 - como indicou a escolha de Guido Mantega para substituir Antonio Palocci no Ministério da Fazenda. Do ponto de vista intelectual, a disposição do PT em fazer do Estado o motor central da economia e o fato de a crise ter sido originada na frouxa regulação bancária lá fora juntaram a "fome com a vontade comer", na visão de Simão Silber, professor da FEA/USP.

O governo, porém, não comprou sozinho a tese de que a intervenção era necessária, afirma Sérgio Lazzarini, professor do Insper e autor do livro Capitalismo de Laços. "Virou uma cartilha de ação estatal, de apoio e de promoção", lembra. "Na época eu lembro de conversar com empresários que diziam: 'É isso mesmo, esse é o nosso modelo'. E perguntavam: 'você quer ser igual aos Estados Unidos'?". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou, nesta quarta-feira (28), que a crise política nacional não será resolvida por alguém que queira trabalhar sozinho, mas é necessário, segundo ela, um grupo que pense em um programa de governo para o país. De passagem pelo Recife para palestrar sobre ‘ética, política e cidadania’ ao Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) de Pernambuco, a ambientalista condenou a falta de credibilidade do Governo Federal e pontuou que agora não é o momento para recuperar a popularidade da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), mas de lutar para reverter a conjuntura.

“Não é o ajuste fiscal que precisa ser feito, mas o ajuste Brasil. Ninguém tem a resposta para a crise política sozinho. Quem disser ‘me ponha lá que eu resolvo o problema’, eu desconfio que seja verdade”, cravou. De acordo com Marina, além das crises econômica e política, o país vive atualmente outras três: a de valores, a ambiental e a social. “A crise política e a de valores estão na base de todas as outras. É a crise de valores que faz com que se separe a ética da política, a economia do meio ambiente”, acrescentou.

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Para Marina, a atual conjuntura do país é consequência de uma manobra da presidente para vencer a eleição. “Não se sacrifica o rumo de uma nação por causa de uma eleição. Um estadista jamais faria uma coisa dessa. Quando a gente faz isso, a gente também se desresponsabiliza. Há uma insustentabilidade na política”, observou. “Tem gente que gosta de infantilizar a sociedade, colocando-se como o pai dos pobres, a mãe dos pobres, a avó dos pobres (...) É uma grande ilusão imaginar que todo mundo estava fazendo o dever de casa em 2008 e só no Brasil era uma marolinha”, completou, fazendo menção a forma como o ex-presidente Lula (PT) encarou o início da recessão econômica.  

Apesar das criticas duras à postura dos petistas, a ambientalista frisou que o momento não é para “instrumentalizar as crises” para o favorecimento próprio e condenou as campanhas pelo impeachment de Dilma sem argumentos constitucionais. “Esses não é o momento de instrumentalizar a crise. Eu olho para ela e vejo o que é mais vantajoso para mim. Se o que me dará mais popularidade vai ser dizer ‘impeachment já’, eu digo”, disparou. 

Sob a ótica de Marina, “não se fabrica um impeachment”. “Não posso ficar maquinando para fabricar um impeachment. Isso não é uma fabriqueta. Quem vai investir em um país que coloca e fica pregando a faca do pescoço do seu presidente?”, indagou. A ex-senadora enfatizou também que “não há como seguir política fora da lei”, achando que o “meu interesse vai se sobrepor ao interesse do outro”. E disse que é necessário “aplaudir” o papel do Ministério Público e a Política Federal, que têm feito investigações nas instituições brasileiras a fundo. 

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Institucionalização das conquistas

Diante do empresariado pernambucano, a líder nacional da Rede Sustentabilidade destacou ainda a importância de se institucionalizar as conquistas, ao contrário do que acontece no Brasil, onde o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é o “dono” do Plano Real e Lula, do Bolsa Família. 

“Quem não institucionaliza conquistas repete os mesmos erros e problemas o tempo todo. Temos a mania de fulanizar as conquistas. Isso não é sustentável nem duradouro”, argumentou. “O Plano Real é grande demais para ser do Fernando Henrique Cardoso e do PSDB. A política foi ficando atrasada e boa parte do que sofremos hoje é em função do atraso da política”, completou.  

Segundo Marina, o desejo de ampliar legado de três grandes conquistas do país - a democracia, o desenvolvimento econômico e a inclusão social - foi o que a moveu a se alinhar ao ex-governador Eduardo Campos (PSB) para as eleições de 2014. 

“Nós temos que nos unir, pensava eu, para fazer um realinhamento político. Nós elegemos uma pessoa que não apresentou um programa de governo. Uso a palavra nós, porque somos nós a sociedade brasileira. Pagamos um preço altíssimo [Marina e Eduardo Campos]. Dizem que sábios são os que aprendem com os erros dos outros, agora são estúpidos os que não aprendem com os próprios erros”, avaliou, ao lado do prefeito do Recife e afilhado político de Campos, Geraldo Julio (PSB). 

Rumos da Rede Sustentabilidade 

Entusiasta do partido recém-criado, antes da palestra Marina Silva pontuou em conversa com a imprensa que a legenda não vai fazer pactos para conquistar apoios e deu claros indícios de que a pretensão é da agremiação é de se colocar como uma terceira via para os eleitores. "A Rede não entra nesse debate esquerda x direita, situação x oposição. Nos reconhecemos como sustentabilistas progressistas", pontuou.

Já sobre o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ex-senador deixou claro que a posição da rede foi explicita junto ao Conselho de Ética da Casa.“O que nós estamos dizendo é que não vamos participar de nenhum pacto de impunidade nem para proteger membros do Congresso ou do Executivo, quem quer que seja”, concluiu. 

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