O diretor Mark Osborne apresentou nesta sexta-feira em Cannes sua visão particular de "O Pequeno Príncipe", que dá uma nova dimensão ao conto filosófico de Saint-Exupéry, mas preservando sua mensagem universal.
Pela primeira vez, o conto chega aos cinemas como uma animação.
##RECOMENDA##Depois de muito refletir, o diretor americano acabou por encontrar a solução para adaptar ao cinema este ícone da literatura, um dos livros mais traduzidos no mundo, sem trair a obra.
Ele inventa uma história ao redor do conto e decide que o aviador sobrevive para contar sua história.
Já senhor de idade, ele passa seu tempo a observar as estrelas com seu telescópio. Uma noite, ele percebe sua pequena vizinha estudar em seu quarto e a envia um avião de papel no qual escreve as primeiras linhas de uma história.
A obra original de Saint-Exupéry é "difícil de adaptar, ela é íntima e frágil e a inteligência de Mark Osborne foi inserir o romance em uma história mais ampla", explicou Dmitri Rassam, o coprodutor francês do filme com Anton Soumache.
Curiosa e estudiosa, a menina se esforça para responder às expectativas de sua mãe, mas está inquieta com a ideia de crescer.
Uma comovente amizade nasce entre ela e o aviador que, a cada dia, conta um novo episódio da vida do Pequeno Príncipe, este jovem menino loiro de echarpe ao vento que ele encontrou há muito tempo no deserto quando seu avião quebrou.
A cada página, o olhar da menina sobre a vida muda. E também ao longo dos encontros que o Pequeno Príncipe teve durante sua vida, como a Raposa e a Rosa.
Grandes atores concordaram em emprestar suas vozes aos diferentes personagens nas versões em inglês e francês do filme, como Jeff Bridges, Benicio del Toro, Marion Cotillard (a Rosa em ambos os idiomas), Vincent Cassel (Raposa) e André Dussollier que interpreta o aviador.
"Esta é uma tremenda alegoria sobre nossa infância e o desejo de que ela não desapareça", explica André Dussolier.
A ideia do filme, que custou 57 milhões de euros, surgiu há 10 anos na cabeça de Dmitri Rassam, que levou mais cinco anos para concluir o projeto.
O tempo foi necessário para convencer o diretor, assim como os descendentes de Saint-Exupéry, e solucionar a questão dos direitos legais do romance.
"É realmente uma obra universal".
"O filme encontrou um eco muito forte, como o livro que meus pais liam para mim quando eu era pequeno", diz o coprodutor de 33 anos, que é filho de Jean-Pierre Rassam, também produtor de cinema (falecido em 1985) e da atriz Carole Bouquet.
Quase 250 pessoas trabalharam no filme para o qual foram utilizadas duas técnicas de animação: as imagens em 3D produzidas por computação gráfica e "stop motion", onde pequenas figuras de papel são filmadas e animadas quadro a quadro.
Uma técnica mais tradicional que permite permanecer fiel ao texto de Saint-Exupery e próximo de seu desenho, segundo os produtores do filme.
Apresentado fora de competição no Festival de Cannes, chegará o filme chegará aos cinemas brasileiros em 20 de agosto.