Um dos personagens infantis mais queridos do Brasil foi parar no cinema. O Chaves, personagem criado por Roberto Bolaños, ganhou uma adaptação brasileira com o curta-metragem Moleque, do diretor mineiro Marcos Pena. O filme, uma homenagem a Bolaños e sua obra, foi lançado no Youtube na última segunda (8).
No curta, os personagens Chaves, Chiquinha, Seu Madruga, Dona Florinda e demais moradores e frequentadores da Vila ganharam nova roupagem e até nomes diferentes. Os personagens infantis, que na série original são vividas por adultos, são interpretados por crianças mesmo e as histórias - baseadas em capítulos do seriado que é exibido no país desde 1984, pelo SBT - se passam numa comunidade de Belo Horizonte (MG), chamada Santa Efigênia.
##RECOMENDA##A ideia do diretor Marcos Pena era homenagear a série mexicana e seu criador, Roberto Bolaños. A produção brasileira é uma adaptação do original, que serve como pano de fundo para as aventuras de Moleque que foi batizado com uma tradução de Chavo, como o personagem é chamado no México. Em poucas horas de lançamento no YouTube, o filme já havia ultrapassado as quatro mil vizualisações: "Foi bem surpreendente, a gente ficou bem satisfeito com a aceitação", disse Pena, por telefone, ao LeiaJá.
O curta já foi exibido no CineFest Votorantim, em São Paulo, e Cine Jardim, em Pernambuco, e vem rodando importantes festivais internacionais: "Fomos selecionados pra Argentina, Espanha, Bolívia, Malta e Estados Unidos. O filme está sendo muito bem aceito lá fora". Mas a benção maior veio do herdeiro do criador do Chaves, Roberto Gómez Fernández, filho de Roberto Bolaños, que assitiu à produção e aprovou o conteúdo: "Eu jamais imaginaria que conseguiria exibir o filme para ele mas conseguimos. A assessora dele me deu uma resposta dizendo que para ele estava tudo OK, que ele liberava o curta para ser exibido em qualquer lugar". O diretor pensa, agora, em transformar o projeto em seriado: "A vontade é fazer deste curta um piloto para uma possível série, mas esbarramos muito na dificuldade de financiamento para este tipo de formato". O filme foi produzido em parceria com a Guerrilha Filmes e com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Cinema para criança
Além das dificuldades para levantar patrocínio para filmes direcionados ao público infantojuvenil, Marcos Pena também comenta sobre a inserção deste formato no circuito de festivais. "Os festivais voltados para temáticas adultas restringem muito a possibilidade de você fazer o formato infantil", argumenta. Ele também lamenta a pouca quantidade de eventos voltados para os pequenos e lembra que eles também gostam e querem ver cinema: "No Brasil deve haver no máximo uns dois festivais infanto-juvenis. Se você for para festivais, você vê que tem muitas crianças e não há um material feito especificamente para elas".
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