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A ex-presidente Dilma Rousseff compartilhou nas redes sociais um depoimento em tom de desabafo de Lurian, filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No texto, ela fala sobre o interrogatório que o líder petista prestou pela primeira vez nesta semana desde que foi preso, há mais de 7 meses. O depoimento de Lula à juíza federal Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro, foi marcado por momento de embate e tensão.

Lurian falou que viu a Justiça agir “de forma cega e insensível”. “Eu vi a imagem de um homem forte, mas triste, num embate com uma juíza e um promotor soberbos. Eu vi a justiça agir de forma cega e insensível perante um homem, de 73 anos, inocente, que luta todos os dias para que desfaçam o mínimo da maldade atentada contra ele e sua família”. 

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Ela saiu em defesa do pai. “Meu pai, meu amor, todos sabem da sua inocência, inclusive os que te julgam, condenam e maltratam. A história vai cobrar. Não estaremos mais aqui pra ver, mas num futuro, a história mostrará quem é quem Continuo aqui, com fé, com amor e com esperança”. 

Lurian também criticou a juíza Hardt. “Eu vi uma jovem mulher que poderia entrar pra história como digna e justa, tratar um inocente com desrespeito, intolerância e total parcialidade. Eu vi a dor de um homem que injustamente está sendo privado do convívio dos seus amigos, do seu povo, mas principalmente da sua família, das pessoas que ama, dos seus filhos, netos e bisneta”, detalhou também falando que seu coração se partiu em pedaços.

Filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lurian Cordeiro Lula da Silva foi nomeada neste mês assessora parlamentar da deputada estadual Rosângela Zeidan (PT) na Assembleia Legislativa do Rio. A deputada é casada com Washington Quaquá (PT), presidente do partido no Estado.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial de 6 de novembro. O salário de Lurian como "assessora parlamentar IV" no gabinete de Zeidan (como é conhecida) é de R$ 7.326,64. A assessoria de imprensa da deputada afirmou que a filha do ex-presidente já dá expediente no gabinete.

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Zeidan disse que conhece Lurian há 15 anos, da militância do PT. "As escolhas do meu mandato, quem faz sou eu. É assim na maioria dos mandatos, qualquer que seja o partido. E no PT temos mulheres militantes, como eu fui e ainda sou, que são quadros qualificados para assumir essas tarefas. Resumir isso a uma relação de parentesco ou é desconhecimento ou é misoginia", disse a deputada, em mensagem escrita.

Quaquá afirmou que não influi nem questiona os critérios da deputada ao nomear seus assessores. "Quem nomeia assessor é a deputada. Ela escolhe sua equipe, como a família Mesquita (proprietária do Grupo Estado) escolhe seus jornalistas. São critérios da empresa de um lado e do mandato de outro. Não cabe, por exemplo, a mim questionar porque um jornalista é contratado pela família Mesquita", afirmou Quaquá, também por escrito.

O presidente do PT fluminense foi prefeito por dois mandatos em Maricá (RJ), e fez seu sucessor, o atual prefeito, Fabiano Horta (PT). Lurian mora em Maricá e preside o PT local há cinco meses. A reportagem não conseguiu localizá-la ontem.

Há 30 anos no PT, Quaquá é ligado a Lula. Apoia o ex-presidente em sua defesa das acusações de corrupção e pediu suporte financeiro dos militantes para viabilizar as caravanas dele pelo País. Em junho, um mês antes da sentença do juiz Sergio Moro condenando Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção, no caso do apartamento no Guarujá, ele publicou nota em que aventou "confronto popular nas ruas" para a defesa do ex-presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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