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O juiz Francisco de Jorge decidiu pelo julgamento do ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales pelo beijo forçado que deu na jogadora Jenni Hermoso na final da Copa do Mundo da Austrália no ano passado.

Em sua decisão, após a conclusão da investigação do caso, o juiz da Audiência Nacional (principal instância criminal) considera que o beijo à atacante espanhola "não foi consensual e foi uma iniciativa unilateral e de surpresa", informou a Audiência em um comunicado.

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A decisão ainda cabe recurso na Câmara Criminal da Audiência Nacional, mas deixa Rubiales a um passo de ser julgado pelo beijo que deu em Hermoso na cerimônia de entrega das medalhas da Copa do Mundo da Austrália no ano passado.

O juiz considera que "a finalidade erótica ou não ou o estado de euforia e agitação vividos em consequência do extraordinário triunfo desportivo são elementos cuja consequência e consequências jurídicas devem ser avaliadas no julgamento oral".

- "Acusação sustentável" -

De Jorge assegura que neste momento a sua função limita-se a "avaliar que existem indícios suficientes da prática dos fatos narrados nos autos e que esses fatos são criminalmente relevantes, tornando uma acusação perfeitamente sustentável".

Mas lembrou que um beijo na boca "afeta a esfera de intimidade reservada às relações sexuais, particularmente no contexto de dois adultos".

Desde uma recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consentido pode ser considerado agressão sexual, categoria criminosa que reúne todos os tipos de violência sexual.

As penas para o beijo forçado podem variar de multa a quatro anos de prisão, segundo fontes do Ministério Público.

"Não foi intencional. Não houve qualquer conotação sexual, foi apenas um momento de felicidade, a grande alegria do momento", afirmou Rubiales em entrevista ao programa de televisão britânico Piers Morgan Uncensored, em setembro passado.

O juiz De Jorge também concluiu pelo julgamento do ex-técnico feminino Jorge Vilda, o diretor esportivo da seleção masculina, Albert Luque, e o ex-gerente de marketing da RFEF Rubén Rivera pelas posteriores pressões recebidas por Hermoso.

O magistrado considera que há indícios de uma ação dos três, combinada com Rubiales, para "quebrar a vontade" da jogadora e "fazer com que ela concordasse em gravar um vídeo em que dizia que o beijo havia sido consentido".

- Beijo "inesperado" -

A decisão do juiz encerra assim a investigação do caso após a denúncia apresentada pelas jogadoras em setembro pelo beijo que Rubiales deu em Hermoso.

No dia 2 de janeiro, o juiz recebeu o depoimento de Hermoso, que reiterou que o beijo foi "inesperado" e "em nenhum momento consensual", segundo fontes judiciais informadas na época.

A jogadora afirmou ainda que sofreu "assédio constante" por parte de Rubiales e de seu entorno nos dias que se seguiram, o que "alterou sua vida normal, fazendo-a sentir-se nervosa e triste", segundo a mesma fonte.

O juiz também ouviu Rubiales, que defendeu perante o magistrado que o beijo foi consentido.

Rubiales inicialmente se recusou a renunciar devido às suas ações em uma polêmica assembleia da RFEF em 25 de agosto, mas nos dias seguintes enfrentou pressão do governo, da Justiça e do próprio mundo do futebol, até que em 10 de agosto apresentou sua renúncia.

O ex-presidente da Federação, suspenso por três anos pela Fifa, alegou que estava deixando o cargo devido a uma "campanha desproporcional" contra ele e ao desejo de não prejudicar a candidatura à Copa do Mundo de 2030.

O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, renunciou ao cargo. O dirigente é investigado pelo beijo dado na atacante Jenni Hermoso, da seleção feminina do país, em Sydney, na Austrália, logo depois de a equipe ter conquistado a Copa do Mundo. Ele alega que o ato foi consensual, o que é rebatido pela jogadora.

A saída de Rubiales – que, inicialmente, recusava-se a renunciar – foi confirmada pela entidade em comunicado divulgado na noite de domingo (10). Segundo a nota, Rubiales também abriu mão da vice-presidência da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa, na sigla em inglês). A RFEF convocará eleições para ocupação do cargo, conforme o Artigo 31.8 do estatuto da federação.

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A Federação Internacional de Futebol (Fifa) já havia suspendido o dirigente por 90 dias. Por isso, a RFEF está sendo dirigida, interinamente, pelo vice-presidente da entidade, Pedro Rocha Junco.

Rubiales ainda pode responder criminalmente por agressão sexual. Se condenado, a pena varia de um a quatro anos de prisão. Na última terça-feira (5), Jenni Hermoso acionou a justiça espanhola. Três dias depois, a promotora Marta Durántez Gil também fez denúncia, apelando às autoridades australianas para esclarecerem se o caso seria considerado crime no país.

O incidente repercutiu em todo o mundo e desencadeou reações contra o sexismo. Na Espanha, coletivos feministas se mobilizaram exigindo a saída de Rubiales. Em comunicado, 80 jogadoras espanholas – as campeãs do mundo entre elas – anunciaram que não voltariam a defender a seleção do país enquanto o dirigente permanecesse no cargo. Além disso, 11 integrantes da comissão técnica que foi ao Mundial demitiram-se em protesto.

Antes de Rubiales, a primeira mudança no escopo do futebol feminino espanhol foi a demissão do técnico Jorge Vilda, que deu lugar a Montse Tomé, primeira mulher a dirigir a seleção principal. Apesar do título mundial, Vilda não tinha bom relacionamento com algumas atletas da equipe, que chegaram a pedir a saída do treinador antes da Copa, contestando, em especial, a gestão de grupo do profissional.

O Ministério Público da Espanha abriu nesta sexta-feira (8) uma ação contra Luis Rubiales, presidente afastado da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por agressão sexual e coerção, em razão do beijo dado pelo dirigente na atacante Jenni Hermoso, da seleção espanhola, durante a celebração do título da Copa do Mundo, em agosto. Na última terça-feira, a jogadora se reuniu com representantes do MP e formalizou uma denúncia contra Rubiales, o que abriu o caminho para o caso ser levado à esfera criminal.

A acusação de coerção que se junta à de agressão sexual se dá por causa da conduta de Rubiales após o beijo. De acordo com os promotores espanhóis, Hermoso relatou ter sido pressionada a falar em defesa do presidente assim que a imagem do episódio começou a correr o mundo, minutos depois da conquista do Mundial. O MP pediu que o dirigente compareça perante um tribunal para prestar depoimento preliminar. Se o juiz concordar, será conduzida uma investigação formal que terminará com uma recomendação para que o caso seja arquivado ou vá a julgamento.

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Até então, havia dificuldade em levar a questão aos tribunais, uma vez que o artigo 191.1 do Código Penal da Espanha determina que a atuação em casos de agressão sexual só pode ocorrer quando a denúncia vem da própria vítima ou de um representante legal. O MP só costuma dar o pontapé inicial em casos nos quais as vítimas são menores ou possuam algum tipo de deficiência. Com a denúncia de Hermoso e ação do MP, de acordo com uma nova lei sobre consentimento sexual aprovada no ano passado, o dirigente poderá enfrentar uma multa ou uma pena de prisão de um a quatro anos se for considerado culpado.

Na esfera esportiva, Rubiales já enfrentou consequências e foi afastado por 90 dias pela Fifa, enquanto uma investigação interna é conduzida pela entidade. Era esperado que o dirigente renunciasse, mas, em assembleia geral extraordinária da RFEF, ele garantiu que não entregaria o cargo, disse ser vítima de perseguição e defendeu-se dizendo que o beijo foi consentido. Hermoso o rebateu e afirmou que não houve consentimento em nenhum momento. A atacante e as demais companheiras de seleção comunicaram que não defenderão mais a Espanha enquanto "os atuais dirigentes continuarem no poder".

Com o presidente titular afastado, a federação vem sendo comandada interinamente por Pedro Rocha, que promoveu mudanças, inclusive no comando da seleção feminina. Ele demitiu o treinador Jorge Vilda, que tinha problemas de relacionamento com as jogadoras e foi visto aplaudindo Rubiales na assembleia, para entregar o cargo à auxiliar Montse Tomé, primeira mulher a treinar a equipe nacional.

Na última segunda-feira, os jogadores da seleção espanhola masculina, que se preparam para os confrontos das Eliminatórias da Eurocopa na data Fifa de setembro, se posicionarem contra Luis Rubiales. Primeiro capitão da equipe, Morata sentou-se na sala de imprensa ao lado de Rodri, Azpilicueta e Asensio, seus sucessores na hierarquia da faixa, e leu um comunicado no qual o comportamento do dirigente é classificado como "inaceitável".

(ANSA) - A jogadora espanhola Jennifer Hermoso formalizou uma denúncia à Procuradoria Geral da Espanha contra o presidente suspenso da Real Federação Espanhola de futebol (RFEF) Luis Rubiales devido ao beijo sem consentimento durante as comemorações após a vitória na Copa do Mundo feminina.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (6) pela imprensa espanhola, que revela que a atleta compareceu à sede da Procuradoria-Geral em Madri para prestar depoimento na última terça (5).

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A queixa foi apresentada presencialmente pela jogadora no mesmo dia em que a RFEF pediu desculpas pelo "comportamento totalmente inaceitável" de Rubiales em um longo comunicado.

Provisoriamente suspenso pela Fifa por 90 dias, o presidente da federação é alvo de uma investigação preliminar por "agressão sexual", após ter beijado Hermoso na boca na cerimônia de premiação das campeãs da Copa do Mundo feminina, no último dia 20 de agosto, na Austrália.

O caso provocou revolta mundial e fortes críticas do mundo do futebol. No entanto, Rubiales já garantiu que não vai renunciar ao cargo de presidente da RFEF. (ANSA).

O Comitê Disciplinar da Fifa anunciou na manhã deste sábado a suspensão por 90 dias de Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). A suspensão passa a valer imediatamente e seguirá até que seja concluído o processo disciplinar pelo beijo sem consentimento dado por Rubiales na atacante Jenni Hermoso, durante a celebração do título da Espanha na Copa do Mundo Feminina.

"O presidente do Comitê Disciplinar da FIFA, Jorge Ivan Palacio (Colômbia), no uso dos poderes conferidos pelo artigo 51 do Código Disciplinar da FIFA (FDC), decidiu hoje suspender provisoriamente o Sr. Luis Rubiales de todas as atividades relacionadas ao futebol em nível nacional e internacional. Esta suspensão, que entrará em vigor a partir de hoje, é por um período inicial de 90 dias, enquanto se aguarda o processo disciplinar aberto contra o senhor Luis Rubiales na quinta-feira, 24 de agosto", informou a entidade em nota oficial.

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A nota emitida pelo Comitê Disciplinar ainda destaca a ordem para que Rubiales não tente fazer contato com a jogadora da seleção espanhola e nem com pessoas próximas. A diretriz se estende também para demais dirigentes e funcionários da Federação Espanhola de Futebol. A Fifa ainda informou que não fornecerá demais informações sobre o processo disciplinar até que a decisão final seja tomada.

PRONUNCIAMENTOS E PRESSÃO

Luis Rubiales afirmou, durante assembleia geral extraordinária da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), que não vai se demitir do cargo de presidente da entidade. O encontro realizado nesta sexta-feira foi convocado para que o dirigente desse explicações sobre o beijo dado por ele na atacante. De acordo com a imprensa espanhola, a expectativa era de que ele entregasse o cargo.

O que se viu quando Rubiales subiu no palco e falou ao microfone, com transmissão ao vivo pelo YouTube, passou longe de um pedido de demissão. Ele fez um discurso irritado, culpou o "falso feminismo" por toda a situação e repetiu aos berros que não renunciaria, enquanto era aplaudido de pé por parte dos presentes, inclusive Jorge Vilda e Luis de La Fuente, treinadores da seleções feminina e masculina da Espanha, respectivamente.

"Ela me levantou do chão, me agarrou pelo quadril, quase caímos e nos abraçamos. Foi ela quem me pegou os braços e me puxou para perto de seu corpo. Eu disse a ela para esquecer o pênalti, 'você foi fantástica e sem vocês não teríamos vencido a Copa do Mundo. Ela respondeu 'você é um craque'. Eu disse 'um beijinho?' e ela respondeu 'ok', batendo na minha lateral e saindo rindo", afirmou o presidente em sua versão.

Após as falas, atletas saíram em defesa de Hermoso, que também se pronunciou. Horas após Rubiales afirmar que houve consentimento no beijo dado por ele, a própria jogadora se manifestou dizendo não ter consentido o beijo "em nenhum momento". As 23 jogadoras campeãs mundiais assinaram o comunicado e se juntaram em um boicote: elas não defenderão a seleção enquanto "os atuais dirigentes continuarem no comando".

Hermoso, de férias em Ibiza, vem fazendo o possível para se preservar e tem se manifestado apenas por meio do sindicato Futpro. "Quero esclarecer que em nenhum momento consenti o beijo que ele me deu e em nenhum caso procurei levantar o presidente. Não tolero que minha palavra seja questionada, muito menos que se inventem palavras que eu não tenha dito", disse.

Há pressão vinda de todos os lados, inclusive do governo espanhol. Teresa Ribera, terceira vice-presidente da Espanha e ministra da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico, afirmou que o governo fará "tudo ao seu alcance" para que Rubiales deixa RFEF. Mais tarde, nesta sexta, Victor Francos, presidente do Conselho Nacional de Esportes da Espanha, iniciou um processo judicial contra o dirigente para que ele responda ao Tribunal dos Esportes. O atacante do Bétis, Borja Iglesias, anunciou deixar a seleção espanhola masculina até que "as coisas mudem e este tipo de ato não fique impune".

Confira a nota do Comitê Disciplinar da Fifa na íntegra:

"O presidente do Comitê Disciplinar da FIFA, Jorge Ivan Palacio (Colômbia), no uso dos poderes conferidos pelo artigo 51 do Código Disciplinar da FIFA (FDC), decidiu hoje suspender provisoriamente o Sr. Luis Rubiales de todas as atividades relacionadas ao futebol em nível nacional e internacional. Esta suspensão, que entrará em vigor a partir de hoje, é por um período inicial de 90 dias, enquanto se aguarda o processo disciplinar aberto contra o senhor Luis Rubiales na quinta-feira, 24 de agosto.

Da mesma forma, o presidente do Comitê Disciplinar da FIFA e com o objetivo de preservar, entre outros fatores, os direitos fundamentais da jogadora da seleção nacional de futebol Sra. Jennifer Hermoso e a boa ordem do processo disciplinar perante este órgão disciplinar, emitiu duas diretrizes adicionais (artigo 7 FDC) pelo qual ordena ao senhor Luis Rubiales que se abstenha, por si ou por terceiros, de contatar ou tentar entrar em contato com a jogadora profissional da seleção espanhola de futebol, senhora Jennifer Hermoso, ou seu ambiente próximo. Da mesma forma, a RFEF e seus dirigentes ou funcionários, diretamente ou por meio de terceiros, são obrigados a abster-se de entrar em contato com a jogadora profissional da seleção espanhola, Sra. Jennifer Hermoso, e seu ambiente próximo.

A decisão adotada pelo presidente do Comité Disciplinar da FIFA foi comunicada hoje ao Sr. Luis Rubiales, à RFEF e à UEFA para o devido cumprimento.

O Comitê Disciplinar da FIFA não fornecerá mais informações sobre esses processos disciplinares até que uma decisão final seja tomada.

A FIFA reitera o seu compromisso absoluto de respeitar a integridade de todas as pessoas e, portanto, condena com o máximo vigor qualquer comportamento em contrário."

Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), foi desmentido nesta sexta-feira, horas após afirmar que houve consentimento no beijo dado por ele na atacante Jenni Hermoso, durante a celebração do título da Copa do Mundo Feminina. A própria jogadora se manifestou, em nota divulgada pelo sindicato Futpro, e afirmou não ter consentido o beijo "em nenhum momento". As 23 jogadoras campeã mundiais assinaram o comunicado e se juntaram em um boicote: elas não defenderão a seleção enquanto "os atuais dirigentes continuarem no comando".

A RFEF convocou uma assembleia geral extraordinária nesta sexta para que Rubiales desse explicações sobre o beijo, imagem que correu o mundo e repercutiu de forma bastante negativa. A expectativa, de acordo com a imprensa espanhola, era pela renúncia, mas o dirigente apareceu no palanque contrariado e garantiu, aos berros, que não entregaria o cargo. Durante ao discurso, disse ser vítima do que chamou de "falso feminismo" e assegurou que Hermoso havia dado permissão para beijá-la.

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"Ela me levantou do chão, me agarrou pelo quadril, quase caímos e nos abraçamos. Foi ela quem me pegou os braços e me puxou para perto de seu corpo. Eu disse a ela para esquecer o pênalti, 'você foi fantástica e sem vocês não teríamos vencido a Copa do Mundo. Ela respondeu 'você é um craque'. Eu disse 'um beijinho?' e ela respondeu 'ok', batendo na minha lateral e saindo rindo", afirmou o presidente em sua versão.

Hermoso, de férias em Ibiza, vem fazendo o possível para se preservar e tem se manifestado apenas por meio do Fupro. Ao saber das afirmações de Rubiales, procurou o sindicato para se manifestar agudamente e desmentir o dirigente. "Quero esclarecer que em nenhum momento consenti o beijo que ele me deu e em nenhum caso procurei levantar o presidente. Não tolero que minha palavra seja questionada, muito menos que se inventem palavras que eu não tenha dito", disse.

Após a transcrição da fala da atacante, o texto do Futpro continua dizendo que "nenhuma mulher deveria se ver em necessidade de se explicar diante de imagens tão contundentes e que todo mundo viu". Em seguida, são exigidas medidas imediatas do poder público, em nome das campeãs do mundo, que concordaram em não atender mais à seleção caso não ocorra uma mudança de comando na Federação. Embora não seja citado no texto, o técnico da seleção espanhola feminina, Jorge Vilda, que tem problemas de relacionamento com o elenco, aplaudiu o discurso de Rubiales na assembleia, assim como Luis de La Fuente, treinador da seleção masculina.

"Queremos encerrar este comunicado pedindo mudanças estruturais reais, que ajudem a seleção a seguir crescendo, para poder transferir nosso êxito às próximas gerações. Nos enche de tristeza que um acontecimentos tão inaceitável esteja ofuscando o maior êxito esportivo do futebol espanhol. Depois de tudo o que aconteceu durante a entrega das medalhas, queremos manifestar que todas a jogadores que firmam o presente comunicado não votarão a defender a seleção se os atuais dirigentes continuarem", diz o final do comunicado.

A Fifa abriu um processo disciplinar contra Rubiales e só voltará a se manifestar quando houver uma conclusão. De qualquer forma, há pressão vinda de todos os lados, inclusive do governo espanhol. Teresa Ribera, terceira vice-presidente da Espanha e ministra da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico, afirmou que o governo fará "tudo ao seu alcance" para que Rubiales deixa RFEF. Mais tarde, nesta sexta, Victor Francos, presidente do Conselho Nacional de Esportes da Espanha, iniciou um processo judicial contra o dirigente para que ele responda ao Tribunal dos Esportes.

Luis Rubiales afirmou, durante assembleia geral extraordinária da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), que não vai se demitir do cargo de presidente da entidade. O encontro realizado nesta sexta-feira foi convocado para que o dirigente desse explicações sobre o beijo dado por ele na atacante Jenni Hermoso, durante a celebração do título da Copa do Mundo Feminina, e, de acordo com a imprensa espanhola, a expectativa era de que ele entregasse o cargo.

O que se viu quando Rubiales subiu no palco e falou ao microfone, com transmissão ao vivo pelo YouTube, passou longe de um pedido de demissão. Ele fez um discurso irritado, culpou o "falso feminismo" por toda a situação e repetiu aos berros que não renunciaria, enquanto era aplaudido de pé por parte dos presentes, inclusive Jorge Vilda e Luis de La Fuente, treinadores da seleções feminina e masculina da Espanha, respectivamente.

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"O falso feminismo é um grande flagelo nesse país. Foi um beijo espontâneo, mútuo, eufórico e consentido. Estão dizendo neste país que foi sem consentimento. Não, foi consentido. Esta jogadora perdeu um pênalti, e tenho uma ótima relação com todas as jogadores, somos uma família há mais de um mês e tivemos momentos afetuosos nesta concentração", bradou durante o seu discurso, antes de gritar quatro vezes a frase "Não vou renunciar!", causando os aplausos.

Em outro momento, Rubiales tentou explicar a razão de ter beijado Hermoso, atribuindo o desfecho ao comportamento da jogadora. "Ela me levantou do chão, me agarrou pelo quadril, quase caímos e nos abraçamos. Foi ela quem me pegou os braços e me puxou para perto de seu corpo. Eu disse a ela para esquecer o pênalti, 'você foi fantástica e sem vocês não teríamos vencido a Copa do Mundo. Ela respondeu, 'você é um craque' e eu disse 'um beijinho?' e ela 'ok', batendo na minha lateral e saindo rindo", disse.

O dirigente ainda disse que considera o ato mais um 'pico', que pode ser traduzido para o português como 'selinho', do que um beijo. Ele vê isso como uma demonstração de carinho. "A vontade é praticamente a mesma de dar um beijo em uma das minhas filhas, nem mais nem menos. Não há, portanto, desejo, e não há posição de domínio", afirmou.

Rubiales acredita também estar sendo vítima de um "assassinato social" e voltou usar o termo "falso feminismo", que, segundo ele, "não busca a justiça e não busca a verdade.

Estão preparando uma execução para colocar uma medalha e dizer que estamos progredindo".

PROCESSO DISCIPLINAR

O pronunciamento vem um dia após a Fifa abrir um processo disciplinar contra Luis Rubiales em razão do beijo e, Jenni Hermoso. Na quarta, a jogadora quebrou o silêncio e se manifestou sobre o episódio, por meio do sindicato FUTPRO, e pediu "medidas exemplares" contra o dirigente.

De acordo com a Fifa, está sendo apurado se o beijo de Rubiales constitui violações do artigo 13, parágrafos 1 e 2, do Código Disciplinar da entidade. Os itens versam sobre comportamento ofensivo e violação dos princípios do fair play.

No parágrafo 2, são listadas as condutas que podem render punição: violar as regras básicas de conduta decente; insultar alguém com gestos, sinais ou palavras; usar eventos esportivos para demonstrar uma natureza antidesportiva; agir de forma que coloque o futebol ou a Fifa em descrédito; alterar a idade de jogadores. Não há nenhuma descrição específica sobre assédio.

DENÚNCIA

Rubiales já foi denunciado ao Conselho Superior de Esportes da Espanha. A denúncia foi movida por Miguel Galán, presidente da Escola Nacional de Treinadores de Futebol. Galán classificou a atitude de Rubiales como um "ato sexista intolerável no esporte" e se baseou na Lei 39/2022 do Esporte, legislação recente na qual é determinado que "qualquer ação que possa ser considerada discriminação, abuso ou assédio sexual e/ou assédio por razão de sexo ou autoridade deve ser levada ao conhecimento do órgão sancionador do Conselho Superior de Esportes, para ser sancionada como infração grave".

A denúncia também cita o protocolo interno da Federação Espanhola de Futebol contra a violência sexual. No artigo 14, há um item específico que versa sobre "beijo à força" e considera tal comportamento como "conduta inaceitável que acarretará em consequências imediatas". Galán pede que a denúncia seja transferida ao Tribunal Administrativo do Esporte.

A Fifa informou nesta quinta-feira (24) que abriu um processo disciplinar contra Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), em razão do beijo sem consentimento dado por ele na atacante Jenni Hermoso, durante a celebração do título da Espanha na Copa do Mundo Feminina. Na quarta, a jogadora quebrou o silêncio e se manifestou sobre o episódio, por meio do sindicato FUTPRO, e pediu "medidas exemplares" contra o dirigente.

De acordo com a Fifa, está sendo apurado se o beijo de Rubiales constitui violações do artigo 13, parágrafos 1 e 2, do Código Disciplinar da entidade. Os itens versam sobre comportamento ofensivo e violação dos princípios do fair play.

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No parágrafo 2, são listadas as condutas que podem render punição: violar as regras básicas de conduta decente; insultar alguém com gestos, sinais ou palavras; usar eventos esportivos para demonstrar uma natureza antidesportiva; agir de forma que coloque o futebol ou a Fifa em descrédito; alterar a idade de jogadores. Não há nenhuma descrição específica sobre assédio.

"O Comitê Disciplinar da Fifa só fornecerá mais informações sobre estes processos disciplinares depois de emitir uma decisão final sobre o assunto. A Fifa reitera o seu compromisso inabalável de respeitar a integridade de todos os indivíduos e condena veementemente qualquer comportamento contrário", diz o comunicado da entidade.

PRONUNCIAMENTO

De férias em Ibiza com companheiras da seleção espanhola, Hermoso tem evitado se expor. Em suas redes sociais, faz apenas publicações referentes à viagem, ainda comemorando a conquista do Mundial. Para se preservar, decidiu ser representada pelo Futpro. "O meu sindicato FUTPRO, em coordenação com a minha agência TMJ, encarregam-se de defender os meus interesses e serão os interlocutores deste assunto", diz a declaração da atacante na nota publicada pelo sindicato na quarta-feira.

O FUTPRO começa o comunicado condenando "condutas que atentem contra a dignidade das mulheres" e pedindo à RFEF que "implemente protocolos necessários, garanta os diretos das jogadoras e adote medidas exemplares". Também faz um apelo ao Conselho Superior do Esporte (CSD, na sigla Espanhol) para que haja "prevenção e intervenção frente ao assédio ou abuso sexual, ao machismo e ao sexismo". O nome de Rubiales não é citado em nenhum momento, mas o trecho final faz referência ao episódio do beijo.

"O FUTPRO rejeita qualquer atitude ou conduta que viole os direitos de atletas de futebol e do sindicato onde trabalhamos para que atos como o que vimos nunca fiquem impunes, sejam sancionados e sejam adotas as medidas pertinentes para proteger atletas de ações que acreditamos ser inaceitáveis", diz o texto.

O posicionamento com aval de Hermoso reforça a maior contradição do caso. Depois da repercussão negativa da imagem do beijo, a RFEF divulgou um texto atribuído à jogadora, no qual ela dizia que entendia o episódio como "um gesto mútuo e totalmente espontâneo" afirmava ter "uma ótima relação" com Rubiales.

Na terça-feira, o site Relevo publicou uma matéria dizendo que a federação teria produzido uma declaração falsa da atleta sobre o tema, uma vez que ela não quis se pronunciar após o ocorrido. Antes disso, Hermoso havia feito um breve comentário, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais logo após a conquista. "Não gostei, o que posso fazer?", disse.

PRESSÃO

O caso tomou grande repercussão e até o governo espanhol tem se posicionado. Félix Bolaños, ministro da Presidência da Espanha, disse, durante uma visita oficial a Paris, que há a possibilidade de uma intervenção. "Estamos acompanhando de muito perto, porque as coisas não podem ficar assim. Estamos esperando medidas, mas, se nada acontecer, o Governo irá atuar", afirmou.

A Anistia Internacional, por sua vez, publicou nesta quinta-feira um nota de apoio a Hermoso, após o comunicado divulgado pela FUTPRO. "A ação de Luis Rubiales é violência sexual no ambiente de trabalho e parte de um superior hierárquico. A RFEF deve tomar medidas urgentes, investigando adequadamente o ocorrido, colocando o foco na proteção da jogadora e cumprindo seu protocolo frente à violência sexual", posicionou-se a organização.

DENÚNCIA

Após o beijo sem consentimento, Rubiales foi denunciado ao Conselho Superior de Esportes da Espanha. A denúncia foi movida por Miguel Galán, presidente da Escola Nacional de Treinadores de Futebol. Galán classificou a atitude de Rubiales como um "ato sexista intolerável no esporte" e se baseou na Lei 39/2022 do Esporte, legislação recente na qual é determinado que "qualquer ação que possa ser considerada discriminação, abuso ou assédio sexual e/ou assédio por razão de sexo ou autoridade deve ser levada ao conhecimento do órgão sancionador do Conselho Superior de Esportes, para ser sancionada como infração grave".

A denúncia também cita o protocolo interno da Federação Espanhola de Futebol contra a violência sexual. No artigo 14, há um item específico que versa sobre "beijo à força" e considera tal comportamento como "conduta inaceitável que acarretará em consequências imediatas". Galán pede que a denúncia seja transferida ao Tribunal Administrativo do Esporte. Diante da crise causada pela imagem, a Federação convocou um Assembleia Geral Extraordinária para sexta-feira. Durante o encontro, o presidente, que cumpre mandato com encerramento previsto para o final 2024, terá de dar explicações sobre seu comportamento.

Luis Rubiales, presidente da Federação de Futebol da Espanha, foi denunciado ao Conselho Superior de Esportes da Espanha (CSD, na sigla em espanhol), em razão do beijo que deu na atacante Jennifer Hermoso durante a comemoração do título da Copa do Mundo Feminina. A denúncia, obtida pelo site The Objective, foi movida por Miguel Galán, presidente da Escola Nacional de Treinadores de Futebol.

Galán classificou a atitude de Rubiales como um "ato sexista intolerável no esporte" e se baseou na Lei 39/2022 do Esporte, legislação recente na qual é determinado que "qualquer ação que possa ser considerada discriminação, abuso ou assédio sexual e/ou assédio por razão de sexo ou autoridade deve ser levada ao conhecimento do órgão sancionador do Conselho Superior de Esportes, para ser sancionada como infração grave".

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A denúncia também cita o protocolo interno da Federação Espanhola de Futebol contra a violência sexual. No artigo 14, há um item específico que versa sobre "beijo à força" e considera tal comportamento como "conduta inaceitável que acarretará em consequências imediatas". Galán pede que a denúncia seja transferida ao Tribunal Administrativo do Esporte.

A imagem do beijo de Rubiales em Hermoso rodou o mundo e gerou muita repercussão negativa. Em participação no programa "Las Mañanas", da Rádio Nacional España, Miquel Iceta, Ministro da Cultura e do Esporte da Espanha, classificou a atitude de Rubiales como inaceitável e exigiu um pedido de desculpas do Presidente da Federação. Pouco depois, o dirigente se desculpou. Em vídeo divulgado nas redes sociais, afirmou que tem de "aprender com seu erro". Antes, contudo, chegou a afirmar que a repercussão parecia uma "idiotice".

Por meio das redes sociais, momentos após receber a medalha e o beijo de Luis Rubiales, Jenni Hermoso disse que não tinha gostado do que havia acontecido entre os dois. Horas depois, a meia tentou explicar como viu o episódio em entrevista à agência de notícias EFE e mudou um pouco sua opinião. "Foi um gesto mútuo totalmente espontâneo devido à imensa alegria de ganhar uma Copa do Mundo. O presidente e eu temos uma ótima relação, seu comportamento com todos nós foi 10 e foi um gesto natural de carinho e gratidão", afirmou.

No último domingo, a Espanha conquistou a Copa do Mundo Feminina. Porém, além da festa em campo, o momento ficou marcado pelas imagens do presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, beijando uma jogadora, sem o consentimento dela.

Durante a cerimônia de entrega das medalhas a atacante Jennifer Hermoso cumprimentavas os dirigentes, até chegar no dirigente, lhe deu um abraço, segurou sua cabeça e a beijou na boca.

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Além desse episódio de assédio, Luis Rubiales foi flagrado fazendo festos obscenos, quando comemorava o gol que deu vitória da seleção espanhola. Ele estava no camarote, ao lado da rainha Leticia e da princesa Sofia.

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Nesta segunda-feira, o presidente divulgou um vídeo nas redes sociais pedindo desculpas pelo ocorrido. “Certamente me equivoquei, tenho que admitir. Foi sem má fé em um momento de máxima efusividade. Aqui (na Espanha) vimos isso de forma natural, mas lá fora (do país) se formou uma comoção. Tenho que me desculpar, aprender com isso e entender que, quando se é presidente, tem que ter mais cuidado’’ disse Rubiales.

A partir da próxima temporada, o Campeonato Espanhol não terá mais jogos nas noites de segunda-feira. A decisão de não marcar mais partidas para esta data foi anunciada nesta sexta pelo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, em seu perfil no Twitter. A decisão é uma resposta aos protestos dos torcedores de diferentes clubes do país.

Em sua publicação, Rubiales também indicou que a federação vai negociar para que não sejam disputados mais jogos às sextas-feiras no Campeonato Espanhol, concentrando os duelos no sábado e no domingo.

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"Não haverá mais futebol nas segundas-feiras. A partir da próxima temporada, o futebol será no sábado e no domingo. O negócio é importante, mas os torcedores são mais importantes", escreveu o dirigente.

O Campeonato Espanhol tem jogos realizados às segundas-feiras desde 2010 em função de acordo para transmissão dessas partidas pelas TVs. Mas isso vinha provocando muitas reclamações, que apontavam a decisão de priorizar o dinheiro pago pelos direitos em detrimento aos torcedores.

Em janeiro, quando o Alavés recebeu o Levante em uma segunda-feira, torcedores fizeram um dos atos mais marcantes contra a disputa de jogos na data, deixando o estádio vazio até os cinco minutos do primeiro tempo, além de realizar um enterro simbólico do "futebol moderno".

Envolvidos em competições europeias, os principais clubes da Espanha, como Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid e Sevilla, não costumam atuar às segundas. E a distribuição dos jogos entre os clubes vinha sendo desproporcional, como ocorre com Athletic Bilbao, que atuou em oito das 25 rodadas já disputadas em segundas.

Na última terça-feira (12), o Real Madrid contratou Julen Lopetegui como seu novo treinador para a temporada. Contudo, o técnico só assumiria o cargo depois que a Copa do Mundo chegasse ao fim, uma vez que Lopetegui era o comandante da Espanha, no Mundial. O verbo está no passado porque na manhã desta quarta-feira (13) a Real Federação Espanhola de Futebol anunciou que o treinador não comandava mais a Seleção Espanhola na Copa.

A notícia de que Lopetegui iria treinar o Real Madrid não agradou nem um pouco a Federação Espanhola. Em uma entrevista coletiva, Luis Rubiales, presidente da Federação, afirmou que não se sente traído por Lopetegui, mas que só soube da contratação cinco minutos antes da equipe Madrilenha divulgar o comunicado oficial da contratação.

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"Fomos obrigados a dispensar o treinador nacional. Desejamos para ele uma boa sorte", disse Luis Rubiales. "A Federação Espanhola não pode ser deixada de fora de uma negociação e ser informado cinco minutos antes. Fomos obrigados a agir", completou.

Até o momento, a Espanha segue sem treinador para a Copa do Mundo. De acordo com Luis Rubiales, a Federação Espanhola de Futebol tentará contratar um novo técnico o mais rápido possível.

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