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A indústria começa 2014 com um primeiro sinal positivo: o resultado do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil, calculado pelo HSBC, mostrou a segunda melhora mensal consecutiva em janeiro. Para o economista-chefe para América Latina do HSBC Bank Brasil, André Loes, o indicador é um "alento" para a indústria. "Os componentes relevantes estão acelerando. É um bom início de ano", afirmou Loes, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

De acordo com o economista, durante o segundo semestre de 2013 o PMI industrial do País ficou na média em 49,8. Em dezembro, o indicador já alcançou 50,5 e, em janeiro deste ano, passou para 50,8. "Durante o segundo semestre do ano passado, ficou ligeiramente abaixo de 50 a maior parte do tempo. Essa segunda melhora parece um pouco mais sustentável", apontou. A projeção do economista para a produção industrial apurada pelo IBGE em dezembro ainda é de retração - queda de 1,3% na margem.

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O HSBC apontou que o volume de pedidos recebidos cresceu pelo ritmo mais rápido em 11 meses. "O aumento de novas ordens sugere que pode ser um começo de ano melhor", reforçou. A produção também cresceu em janeiro.

Entre os setores, as condições de negócios melhoraram para os produtores de bens de consumo e para o segmento de bens intermediários. O setor de bens de capital, contudo, mostrou uma deterioração nas condições de negócios.

De acordo com Loes, não é possível extrapolar a análise do setor de bens de capital com base apenas no resultado de janeiro. "Houve uma piora na confiança empresarial, que em determinado momento estabilizou-se, e já muito recentemente os leilões de concessão deram algum alento para um setor específico", analisou o economista. "De qualquer maneira, nossas projeções de crescimento para investimento no ano são fracas", disse Lóes. "A confiança empresarial está baixa, estamos em ano eleitoral, não há perspectiva de nenhuma grande mudança enviada para o Congresso para melhorar as condições de negócio do País. A projeção é de que o investimento agregado na economia este ano cresça 1,8%", afirmou.

Emprego

Apesar do bom resultado do PMI em janeiro, o nível de emprego no setor industrial caiu. Loes ressalta que o crescimento da população ocupada tem ficado mais modesto, o que pode ser um "ajuste" do cenário dos últimos anos. "Tivemos crescimento econômico relativamente baixo e o mercado de trabalho crescia de maneira muito mais dinâmica. Com custos crescentes de trabalho, porque o salário real cresceu acima da produtividade, e uma economia com previsão de crescimento modesto, as empresas começam a contratar menos", apontou o economista, que afirmou ainda que o crescimento negativo no emprego industrial foi registrado em meses anteriores, não somente em janeiro.

"A perspectiva nos próximos meses é de que se mantenha pelo menos um crescimento meio anêmico da população ocupada. As empresas podem até não demitir mais fortemente, mas começam a contratar bem menos", disse.

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