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A fumaça do incêndio no pátio da Localfrio no Guarujá, no litoral sul de São Paulo, atingiu vários bairros da cidade de Santos na noite desta quinta-feira (14). Equipes da Defesa Civil monitoram diversos bairros. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até a madrugada desta sexta-feira (15), 13 pessoas foram atendidas no Pronto-Socorro Central e mais 13 no PS da zona leste. Uma mulher de 72 anos, com histórico de asma, precisou de cuidados específicos.

Entre 6h30 e 8 horas desta sexta-feira, após vistoria em vários pontos, segundo a prefeitura, foi constatada uma redução na névoa, mas permanece um odor moderado, percebido na região central, principalmente nas imediações da estação das barcas, na Praça da República.

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O controle da qualidade do ar é feito pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que mantém contato permanente com a Defesa Civil para atualização de informações. De acordo com a administração santista, na manhã desta sexta-feira, o vento está em sentido sudoeste, situação que deve predominar no decorrer do dia, contribuindo para dispersão e afastamento da fumaça.

No bairro do Embaré, a fisioterapeuta Marcia Cristina Pires Nogueira, de 32 anos, já estava quase dormindo quando seu marido, Danilo Eduardo Nogueira, sentiu um cheiro forte, por volta de 22 horas desta quinta-feira, 14, e foi à janela para verificar. O casal tem uma filha recém-nascida, com somente 16 dias de vida.

"A fumaça chegou do nada. Estávamos deitados, já de pijama, e de repente o Danilo me perguntou se eu estava sentindo o cheiro. Respondi que não. Ele levantou e andou até a janela do quarto, que ficou instantaneamente cheia de fumaça entre o vidro fechado e persiana de metal", diz. "Em menos de 5 minutos, trocamos de roupa, liguei para minha mãe, que disse que na casa dela não havia cheiro. Jogamos tudo dentro do carro e fugimos por causa da Luíza", explica a fisioterapeuta.

Para minimizar os impactos da fumaça - resultante da queima do ácido dicloro isocianúrico de sódio -, a Defesa Civil orienta o cidadão a permanecer em locais abrigados, de preferência com portas e janelas fechadas. Para cobrir o rosto, pode ser usada uma máscara ou um pano seco. Os técnicos explicam que jamais deve ser usado o pano molhado porque a umidade ajuda na absorção do produto.

A Localfrio informou na manhã desta sexta-feira (15) que o Corpo de Bombeiros segue atuando no combate ao incêndio causado na área da empresa nesta quinta-feira (14), no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Os trabalhos foram iniciados logo após o início do acidente, por volta de 15 horas desta quinta-feira, e seguiu sem parar durante toda a noite e a madrugada.

"Inicialmente, o lote continha aproximadamente 85 contêineres e desse número contabilizamos 20 ou 25 em chamas. No momento, trabalhamos no combate ao fogo em cerca de 10 contêineres", disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Rafael Marques.

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"Isolamos a área e praticamente não há risco de o fogo se alastrar. Estamos com cerca de 80 militares atuando e contando com auxílio de navio que puxa água do mar para ajudar no combate ao fogo", declarou Marques. "A previsão é de que os trabalham de resfriamento sejam finalizados até o final da tarde."

Segundo a Localfrio, a situação está controlada e não há risco de o fogo atingir outros equipamentos. Ainda é possível notar fumaça próximo à empresa e no distrito de Vicente de Carvalho, mas em menor quantidade do que na quinta-feira.

A Localfrio divulgou ainda que aguarda laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para divulgar a quantidade de materiais que causaram o acidente.

Um vazamento de produtos químicos seguido de incêndio atingiu na tarde dessa quinta (14) um terminal de cargas empresarial no Guarujá e espalhou fumaça sobre o litoral sul de São Paulo. O distrito de Vicente de Carvalho ficou isolado pela fumaça e teve pelo menos 600 casas evacuadas; 39 pessoas foram atendidas com intoxicação. A nuvem chegou à cidade de Santos e paralisou o porto. A expectativa era de que o fogo continuasse a ser combatido durante a madrugada.

Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o acidente foi relatado às 15h15 e teria sido provocado pela reação da água da chuva com os produtos químicos de um contêiner - o que também levou ao incêndio. Ainda de acordo com a Cetesb, há no local 85 contêineres e 90% deles têm um produto denominado dicloroisocianurato, usado principalmente na desinfecção de piscinas. Outros produtos presentes são peróxido orgânico e nitrato de potássio. Mais cedo, os bombeiros chegaram a afirmar que a substância que vazou tinha características de amônia, o que poderia causar uma tragédia.

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"Eu estava passando pela avenida ao lado do porto bem na hora do vazamento. Minha roupa já ficou cheia de poeira e comecei a me sentir mal. Fui para a casa da minha tia para pedir ajuda porque senti muita dificuldade para respirar e dor no peito. Até que desmaiei", contou o motoboy Cristiano José de Lima, de 27 anos, que foi levado às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Boa Esperança. Ele recebeu soro, fez inalações e foi liberado pelos médicos.

Por causa do acidente, a prefeitura do Guarujá montou um gabinete de gestão de crise, em conjunto com Defesa Civil, bombeiros e Exército. A orientação das autoridades foi para que as pessoas que morassem em um raio de até 100 metros do local - no quadrante das Avenidas Alvorada, Adriano Dias dos Santos, Santos Dumont e Rua Santidade Papa Paulo VI, além do Sítio Conceiçãozinha - procurassem a casa de amigos ou parentes. A prefeita, Maria Antonieta de Brito (PMDB), pediu que as pessoas evitassem a chuva, que ainda poderia conter produtos químicos. "Estamos fazendo o possível para garantir o bem-estar de todos."

Por volta das 15h30, quem estava nas Avenidas Santos Dumont e Thiago Ferreira foi surpreendido pela cortina de fumaça e pelo forte cheiro. O comércio local foi fechado e a travessia de barcas entre Vicente de Carvalho e Santos acabou paralisada. O transporte coletivo no distrito também parou e grande parte dos moradores andava com máscaras A fumaça se alastrou pelos bairros do Guarujá e, meia hora depois, chegou a Santos, na Ponta da Praia.

Terminal fechado

O pátio da Localfrio é um dos 55 terminais do Porto de Santos e funciona exclusivamente para armazenamento de cargas que precisem de frigorífico. De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a fumaça foi levada pelo vento e tomou a área. Por segurança, todos os funcionários foram retirados e o capitão dos portos ordenou que o atracamento fosse interrompido. Foram ainda interrompidas as operações nos terminais de Exportação de Veículos e de Contêineres. De acordo com a Localfrio, ao menos 12 tanques foram atingidos pelo incêndio. Os bombeiros enviaram 19 viaturas, com 65 homens, para o combate ao fogo. A prefeitura do Guarujá cancelou eventos hoje, feriado na cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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