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Desde 2017 a Pará.grafo Editora realiza campanhas de financiamento coletivo para arrecadar fundos e reeditar os livros do escritor paraense Dalcídio Jurandir. Com cinco livros editados, o projeto tem como objetivo resgatar clássicos amazônicos que hoje se tornaram raros por nunca terem sido reeditados ou estarem sem edições há décadas.
##RECOMENDA##A editora segue para a quarta campanha, que ficará no ar até o dia 13 de maio, pela reedição o livro "Ribanceira", o último escrito por Dalcídio Jurandir e que teve uma edição, em 1978. A campanha atual também inclui um livro de outro autor paraense, Jaques Flores, com "Panela de Barro". Para apoiar e ajudar no financiamento basta acessar o site da Catarse.
Segundo o editor da Pará.grafo Editora Dênis Girotto, no Estado ela é a única que trabalha com reedições que buscam resgatar obras raras da literatura clássica paraense. “Iniciamos o projeto de resgate de livros de autores paraenses do século XIX e XX esgotados há muito tempo. Eles acabam se tornando inacessíveis aos leitores”, explica Dênis.
Os dois livros são de autores paraenses nascidos no Marajó. Em “Panela de Barro”, do escritor e jornalista Jaques Flores, há uma reunião de crônicas que tratam da cultura paraense, da gastronomia, do açaí e do pato no tucupi, de personagens icônicos da capital paraense do início do século XX e da sociedade de forma geral.
Em "Ribanceira", o último livro do chamado Ciclo do Extremo-Norte, do escritor considerado o mais importante romancista da Amazônia, Dalcídio Jurandir, o autor aborda o personagem Alfredo, um menino marajoara que tenta buscar concluir os estudos na cidade grande, Belém. Dalcídio Jurandir trabalha em sua obra com a atmosfera da vida cabocla e ribeirinha paraense, expressões linguísticas e a percepção do personagem a partir de situações geopolíticas e sociopolíticas.
Compõem também o Ciclo do Extremo-Norte os livros: "Chove nos Campos de Cachoeira" (1941); "Marajó" (1947); "Três Casas e um Rio" (1958); "Belém do Grão Pará" (1960); "Passagem dos Inocentes" (1963); "Primeira Manhã" (1967); "Ponte do Galo" (1971); 'Os Habitantes" (1976) e "Chão dos Lobos" (1976).
Para Dênis Girotto, Jaque Flores e Dalcídio Jurandir são dois escritores que trazem consigo a memória e literatura do século passado. Resgatar essas obras é resgatar a cultura, a vivência cabocla e ribeirinha e mergulhar em um universo paraense. “'Panela de Barro' e 'Ribanceira' fazem parte da nossa história e da história da Amazônia. Um pouco de cada paraense está registrado nesses dois livros e não se pode deixar que caiam no esquecimento e deixem de ser lidos pela sociedade”, afirma.
A campanha atual começou no dia 28 de fevereiro, e até agora já foram atingidos 61% da meta estipulada para reeditar os dois livros dos escritores paraenses. De acordo com o editor da Pará.grafo, por causa da pandemia, a participação dos leitores na campanha foi afetada e eles enfrentaram uma certa dificuldade, mas os leitores sempre abraçaram a causa. “É justificável, pois as pessoas estão no clima de tensão social, amigos e familiares estão adoecendo”, afirma Dênis. “É um projeto que a gente quer que se realize, por ser muito importante para a literatura paraense, mas também compreendemos o que estamos vivendo”, complementa.
A editora já teve três campanhas bem-sucedidas. Em 2017, com a reedição do livro "Ponte do Galo", de Dalcídio Jurandir. Em 2018, quando foram reeditados mais dois livros, "Três casas e um Rio" e "Os habitantes", também de Dalcídio Jurandir. Em 2019, mais dois livros do escritor paraense foram reeditados, "Chove nos Campos de Cachoeira" e "Chão dos Lobos".
Para apoiar a campanha e ajudar na concretização do projeto basta acessar o site da Catarse e escolher uma das várias opções de apoio. São diversos kits disponíveis que estão desde R$ 10,00 até valores mais altos. O leitor pode adquirir só o e-book do livro, na versão impressa de um dos dois autores, ou até garantir os dois livros.
Por Amanda Martins.