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A primeira informação é que a Liga ainda não existe, mas ela tem o aval da Confederação Brasileira de Futebol para ser organizada pelos clubes do País. Portanto, o primeiro passo está dado. A CBF, que detém essa responsabilidade de gerir os torneios nacionais, não vai oferecer qualquer resistência. A Libra (Liga Brasileira) está em marcha.

O bloco formado por Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo foi o primeiro a assinar um documento de intenção com a proposta da Codajas Sports Kapital. Cruzeiro e Ponte Preta, ambos atualmente na segunda divisão, também assinaram. Há uma parte jurídica que vai precisar ser tocada com muito cuidado para não deixar brechas, sinônimo de problemas no futebol. O maior desafio é deixar todos os times satisfeitos com a divisão dos recursos, das cotas de TV. Os clubes menores querem ganhar mais.

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Confira abaixo as principais dúvidas e respostas sobre a nova entidade.

A CBF permite a organização dos clubes para uma Liga?

Sim. Foi uma troca "apalavrada" pela eleição do presidente Ednaldo Rodrigues para o cargo que era ocupado por Rogério Caboclo, banido por assédio sexual e moral dentro da entidade. Houve um acordo, uma troca de favores entre as partes. Os clubes não iriam se opor à eleição de Rodrigues e a CBF entregaria aos clubes o direito de formalizar a liga.

O que faria a Liga?

Ela teria presidente e dirigentes. Ela seria responsável pelas discussões comerciais do futebol, principalmente no que diz respeito às cotas de transmissão dos jogos da Série A e B, mas também de todas as outras divisões. Seria voltada para a parte comercial, basicamente, não de cada clube, mas dos torneios. O Brasileirão, por exemplo, é vendido para outros países.

Ela negociaria somente com a TV?

Em princípio, não. Ficaria responsável por todas as negociações de transmissão dos jogos, de TV aberta e fechada, passando por streamings também. Ela comandaria todas as discussões das disputas, mas sempre com o aspecto financeiro. E também sobre a venda dos torneios para o exterior.

O futebol brasileiro já teve alguma coisa parecida com uma Liga?

Teve o Clube dos 13, que tinha exatamente essa responsabilidade de negociar os direitos de televisão. Na época, só havia direitos de TV. A entidade implodiu em 2011, porque times como Corinthians e Flamengo entendiam que deveriam ganhar mais dinheiro das cotas porque eram mais vistos na programação das emissoras.

Qual vai ser o principal desafio da Liga?

Equacionar a divisão do bolo financeiro, de modo a deixar todos contentes. A discussão passa pelo problema de os clubes de menor exposição receberem menos dinheiro, o que eles já avisaram que não concordam. Não se sabe ainda se todos terão cotas iguais, é muito provável que não tenham. Clubes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, entre outros, devem ter parcelas maiores. A Liga terá de descobrir um caminho para deixar todos do mesmo lado. E satisfeitos.

Todos os clubes acreditam que a Liga dará certo?

Ainda é cedo para afirmar isso. O time de menor tradição não vai aceitar ganhar muito menos do que os mais tradicionais. Esse é um problema. Atualmente, todos pensam somente em suas receitas e não olham para a Liga como ferramenta para melhorar o futebol brasileiro. Até agora, oito times assinaram o documento da criação da entidade: Corinthians, Red Bull Bragantino, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro. Um segundo bloco de clubes pediu mais prazo para estudar a proposta. São eles: América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.

Quem organizaria tudo isso?

Há dois interessados. A LaLiga, que organiza o Campeonato Espanhol, e vê com bons olhos a possibilidade de arrecadar R$ 25 milhões por ano para os clubes. A outra interessada é a LiveMode/1190, uma empresa que distribui os jogos do Brasileiro no exterior.

Se a Liga sair do papel, o que vai fazer a CBF?

Ela vai cuidar somente da seleção brasileira. O time masculino, feminino e das categorias de base. Não se sabe ainda se a arbitragem dos torneios também passaria para a Liga. Mas é muito provável que isso aconteça.

Em um áudio divulgado pela assessoria do Sport nesta quarta-feira (4), o presidente Yuri Romão esclareceu os próximos passos a serem tomados em relação a criação da nova liga de futebol no Brasil, a Libra. No dia 12 de maio, em uma nova reunião, uma decisão deve ser tomada.

Yuri explicou que, a convite de Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR, participou da discussão sobre a Libra, mas esclareceu que o Sport não se posicionou por que sequer ter acesso ao documento da proposta. Ele contou que, junto com o presidente do Guarani, vai representar a Série B e que, agora, já em posse do documento, vai avaliar as medidas e, se necessário, solicitar mudanças.

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“No próximo dia 12, no Rio de Janeiro, na sede da CBF, faremos mais uma reunião na presença dos 40 clubes, 20 da Série A e 20 da Série B, numa discussão mais ampla, melhor discutido. Principalmente porque quando estive lá ontem não tive acesso ao documento que dava vazão a essa formação da liga, mas esse documento já foi distribuído”, disse. 

“Juntamente com o presidente Ricardo Moisés, do Guarani, e os nossos jurídicos estamos analisando os documentos, fazendo observações. Devo conversar com o presidente do Fortaleza e do Atlético-MG, que são os líderes dos clubes da Série A, para que a gente possa convergir alguns itens que precisam e tirar alguns outros que a gente entenda que não seja vantajoso para os clubes da Série B”, completou. Por enquanto, dos 40 clubes envolvidos apenas 8 firmaram acordo.

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