A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, nesta terça-feira (30), José Severino da Silva, de 37 anos, conhecido popularmente como “Gordo”, pelo homicídio cometido contra Lidvan Batista da Silva, de 30, no dia 4 de março, na Favela do Papelão, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. As informações policiais afirmam que os dois eram vizinhos e na hora do assassinato o filho mais velho da vítima, de 11, presenciou o caso e jurou morte ao homem.
Segundo o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alfredo Jorge, Severino assumiu que atirou contra Lidvan, alegando legítima defesa, já que a vítima chegou ao local armado com um revolver calibre 12, e efetuou disparos contra o suspeito. “José afirmou na hora da cena do crime que estava fugindo dos disparos, avistou uma escopeta calibre 12 perto de sua moto e atirou contra Lidvan”, contou.
##RECOMENDA##Ainda de acordo com o delegado, a motivação do crime teria sido uma disputa de lavagens de porcos que seria dado a Lidvan e sua família. “Nos tivemos algumas outras informações que envolvem esse crime que estão presentes no inquérito, como o caso de um terreno que o ‘gordo’ afirma que a vítima costumava usar maconha e crack, além de uma moto da marca Shineray que o Lidvan teria adquirido de Severino, e ele teria dito que o veículo era roubado. Foram por causas desses fatores e outros que eles entravam em discussões, terminando, assim, na morte do homem”, explicou o agente.
Severino da Silva contradiz a história contada pelo delegado. “A história de lavagem de porcos é mentira, a mulher de Lidvan inventou isso, até porque o ser humano não vai viver comendo o resto do porco”, falou o homem que também afirma nunca ter discutido com a vítima. “Nunca tive nenhuma briga com ele. Acho que a raiva foi porque eu estava comprando o terreno e ele tinha inveja da minha vida”, disse. O acusado ainda contou que a vítima o jurou de morte no ato do crime e que não procurou a polícia, já que alegou legítima defesa, porque a família de Lidvan também ameaçava acabar com a vida dele. “Foi uma coisa que qualquer um faria para não morrer. O filho dele também estava armado e tentou me matar, mas não teve força para atirar”, contou o acusado.
O delegado do caso ainda falou que o “Gordo” tem passagem pela polícia por assalto. Ele foi preso quando estava trabalhando na sua carroça de caldo de cana no centro da cidade. Alfredo Jorge também informou que mais duas pessoas tiveram envolvimento com o crime, o primeiro é Maxuel Ferreira da Silva, de 25 anos, que está foragido, já teve passagem pela polícia por tráfico, além de ser cadeirante devido a uma lesão por arma de fogo.
O segundo envolvido é o jovem, Rafael Severino da Silva, de 19, conhecido popularmente por “Careca”. “Ele já foi indiciado e responderá em liberdade, já que Rafael não apresenta nenhum requisito para ter um mandato de prisão, como ficha ‘suja’ na polícia”, explicou o delegado do DHPP. José Severino da Silva foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde responderá por homicídio qualificado podendo pagar a pena entre 12 a 30 anos.