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Arnaud Lallement, chefe do restaurante "L'assiette champenoise", nos arredores da cidade de Reims (leste da França), entrou para a elite da cozinha francesa nesta segunda-feira (24) ao conquistar três estrelas na edição 2014 do prestigioso Guia Michelin. Seu restaurante entrou para o seleto grupo dos "três estrelas", que este ano conta com 27 membros na França em razão do fechamento para obras do "Plaza Athénée", de Alain Ducasse. O célebre chef ainda continua com suas três estrelas, mas à frente do restaurante do hotel Meurice.

Lallement integra a partir de agora o rol dos cozinheiros que propõem "uma cozinha inesquecível, que valem a viagem", de acordo com o guia gastronômico. Seus restaurantes são "mesas únicas, capazes de surpreender e de despertar fortes emoções", explica Michael Ellis, diretor internacional dos guias Michelin. O restaurante "L'Assiette champenoise" (ndlr: o prato de Champagne, em tradução livre), em Tinqueux, é uma história de família. Lá, Arnaud se uniu ao pai, Jean-Pierre, em 1997, após ter feito aulas com os grandes chefs Roger Vergé, Michel Guérard e Alain Chapel. Arnaud está à frente do "L'Assiette" desde 2002, ano em que o patriarca morreu.

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Com Arnaud Lallement, o Michelin comemora uma cozinha "de produtos, de uma bela modernidade e, especialmente, de criatividade". Sua cozinha é apurada e sóbria. Quando perguntamos a Lallement qual é seu ingrediente preferido, o lagostim logo vem à mente do chef. "É um crustáceo magnífico", diz. O cozinheiro também adora reinterpretar o lavagante azul (crustáceo que não existe no Brasil), marca registrada de seu pai.

Muito ligado a sua região, o chef - escolhido em outubro de 2013 como "cozinheiro do ano" pelo guia gastronômico Gault e Millau - propõe mais de 600 sugestões de champagne. A cidade de Reims é conhecida como a capital do champagne, e é na região onde a bebida é produzida.

Menus por menos de 30 euros

Além de Lallement, o Michelin agraciou 79 restaurantes com duas estrelas (dentre os quais seis novos) e 504 endereços com uma estrela (57 novos). No total, 115 restaurantes estrelados pelo guia propõem um menu (ndlr: sugestão de prato principal com entrada ou sobremesa, em geral) por menos de 30 euros.

Entre os novos duas estrelas está o "Akrame", em Paris, de Akrame Benallal, de 33 anos, e o "Il Cortile", em Mulhouse (nordeste do país), cujo chef é o primeiro italiano a obter duas estrelas na França.

Exatamente onze anos após o suicídio do chef três estrelas Bernard Loiseau, o restaurante "Loiseau de ducs", aberto em julho de 2013 por sua esposa, Dominique Loiseau, em Dijon, foi agraciado com uma estrela pelo Michelin.

Florent Ladeyn, estrela da edição francesa do 'reality show' Top Chef em 2013, também conseguiu uma estrela com seu restaurante "L'Auberge du Vert Mont", em Boeschepe, norte do país.

Conhecido pelos "foodies" da capital francesa, Bertrand Grébaut, do "Septime", conseguiu sua primeira estrela no guia. "Até o momento, não estávamos convencidos de todos os pratos. Mas agora, ele se superou", afirmou Michael Ellis.

Nas mesas com uma estrela, "a nova geração se diferencia, especialmente, porque sete dos novos chefes estrelados com menos de 30 anos", avalia o Michelin.

Mas no céu do guia Michelin, não há espaço para muitas estrelas. A cada edição, um lote de restaurantes vê seus nomes saírem das gloriosas páginas, ou tem o número de estrelas diminuído.

O restaurante "Senderens", em Paris, e o "L'Hostellerie plaisance", em Saint-Emilion (sudoeste), perderam suas duas estrelas. Já o "Apicius", na capital, retrocedeu para uma estrela.

"Há 13 anos conseguimos nossa primeira estrela, e o número de reservas aumentou muito. O mesmo ocorreu após a segunda. Agora, o telefone não para de tocar. Isso só é possível quando se está num guia de prestígio", comemora Arnaud Lallement.

A edição francesa do Michelin 2014 estará à venda na França a partir de 28 de fevereiro.

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