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Uma nova pesquisa apontou que uma droga antiviral experimental acelera a recuperação de pacientes não hospitalizados com COVID-19. Por interromper antes do tempo a transmissão do vírus, o medicamento também tende a diminuir a infecção comunitária.

Chamada de peginterferon-lambda, a droga é feita a partir de uma proteína produzida pelo corpo diante de uma infecção viral, da mesma classe que os interferons. A função dessa enzima é ativar alguns mecanismos celulares responsáveis por matar o vírus, que agem impedindo a replicação viral.

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Uma das principais causas de morte pelo coronavírus é causada por uma reação desproporcional do sistema imune que ataca o próprio organismo, e não o Sars-CoV-2. E o antiviral redireciona o sistema de defesa do corpo para atacar o vírus em vez dos próprios órgãos.

No estudo, feito por pesquisadores do Centro de Doenças do Fígado de Toronto, ligado à Universidade Health Network (UHN), contou com 60 participantes, sendo 30 que receberam o medicamento e outros 30 que tomaram placebo. Os resultados foram publicados neste mês na revista especializada Lancet Respiratory Medicine, do grupo The Lancet, a mais prestigiada revista científica da área médica.

De acordo com a pesquisa, quem recebeu uma aplicação de peginterferon-lambda teve probabilidade quatro vezes maior de recuperação da COVID-19 nos sete dias seguintes, na comparação com o grupo que tomou placebo.

Além disso, 79% dos pacientes com alta carga viral (mais de 1 milhão de cópias do vírus por ml) se recuperaram da doença recebendo o tratamento. No outro grupo, apenas 38% conseguiram superar a COVID-19.

"Os pacientes que foram tratados com o peginterferon-lambda eliminaram o vírus rapidamente, e o efeito foi mais pronunciado naqueles com alta carga viral. Nós também vimos uma tendência de melhora mais rápida dos sintomas respiratórios no grupo da intervenção", contou o especialista em doença de fígado e primeiro autor do estudo, Jordan Feld.

Da Sputnik Brasil

A CoronaVac, vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento pelo Instituto Butantã em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, é segura e oferece resposta imune dentro de 28 dias em 97% dos casos. É o que aponta estudo publicado nesta terça-feira (17) pela revista científica britânica Lancet.

Os estudos da CoronaVac envolvem 13 mil voluntários no Brasil. Caso seja comprovada a segurança e a eficácia do imunizante, o Butantã pedirá à Anvisa o registro do vacina - condição fundamental para eventual compra por parte do governo federal, como frequentemente diz o presidente Jair Bolsonaro.

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O líder do Planalto e o governador do Estado, João Doria (PSDB), vivem uma guerra de braço política em torno da vacinação contra o novo coronavírus.

De acordo com o Instituto, as primeiras doses devem chegar em São Paulo ainda nesta semana.

Um estudo realizado com mais de 96 mil pacientes internados concluiu que o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina em pacientes com o novo coronavírus, mesmo quando associados a outros antibióticos, aumenta o risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos infectados pela covid-19. Esta é a maior pesquisa realizada até o momento sobre os efeitos que essas substâncias têm no tratamento do vírus.

"Nós fomos incapazes de confirmar qualquer benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em resultados de internação pela covid-19. Ambas as drogas foram associadas à diminuição de sobrevivência dos pacientes internados e a um aumento da frequência de arritmia ventricular quando usadas no tratamento da covid-19", conclui o estudo liderado pelo professor Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard, e publicado nesta sexta-feira, 22, na revista Lancet.

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A pesquisa foi realizada com pacientes de 671 hospitais em todo o mundo, internados entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril deste ano.

Das 96 mil pessoas analisadas, cerca de 15 mil foram tratadas com alguma variação ou combinação da cloroquina.

Entre os pacientes que tomaram a hidroxicloroquina, houve aumento de 34% no risco de mortalidade e de 137% no risco de arritmias cardíacas graves. Quando combinada com antibióticos, a droga aumentou em até 45% o risco de morte nos pacientes e em 411% a chance de arritmia cardíaca grave.

Na quarta-feira, 20, o Ministério da Saúde liberou a cloroquina para todos os pacientes de covid-19. Em documento, o ministério recomendou a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus.

Embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento contra a doença, o Ministério da Saúde alegou, no documento, que o Conselho Federal de Medicina autorizou recentemente que médicos receitem a seus pacientes a cloroquina e a hidroxicloroquina, uma variação da droga.

O próprio presidente Jair Bolsonaro, que defende o uso do medicamento, disse que ele não tem comprovação científica de combate à doença, mas comparou a indicação do remédio à luta em uma guerra para justificar a defesa de liberá-lo para todos os pacientes.

"Ainda não existe comprovação científica. Mas sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em Guerra: 'Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado'.Deus abençoe o nosso Brasil!", escreveu o presidente em redes sociais ao comentar o novo protocolo, divulgado pelo Ministério da Saúde, para a prescrição do remédio.

A defesa de Bolsonaro do uso da cloroquina levou à queda dos ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

Diversos estudos já comprovaram que não há eficácia comprovada da droga no combate ao novo coronavírus. Somente neste mês de maio, alguma das mais importantes revistas médicas do mundo - New England Journal of Medicine (NEJM), o Journal of the American Medical Association (Jama) e o British Medical Journal (BMJ) - publicaram estudos com resultados nada promissores.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já havia alertado para os efeitos do uso cloroquina. A entidade já afirmou que não há eficácia comprovada do medicamento e aconselhou uso apenas em estudos clínicos. A recomendação foi feita na quarta-feira.

"Uma nação soberana tem o direito de aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento. Mas gostaria de destacar que, até agora, a cloroquina e a hidroxicloroquina não foram identificadas como eficazes para tratar a covid-19. Diversas autoridades já emitiram alertas sobre efeitos colaterais. A OMS aconselha que esse medicamento seja utilizado apenas em estudos clínicos supervisionados por médicos em ambiente hospitalar, como já ocorre em diversos países", disse o diretor do programa de emergências do órgão, Michael Ryan.

Uma das mais prestigiosas publicações médicas do mundo, a "Lancet" afirma em seu editorial desta semana que a maior ameaça à resposta do Brasil aos desafios da Covid-19 é o presidente Jair Bolsonaro.

Com o título "Covid-19 in Brazil: 'so what?'", a revista repercute o já criticado "E daí? O que quer que eu faça?" dito por Bolsonaro no dia 28 de abril, quando questionado sobre o aumento do número de mortes no País. O texto estará disponível na edição do dia 9, mas acabou caindo nas redes mais cedo nesta quinta-feira.

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Esta é a segunda vez ao longo da pandemia que a revista critica a postura de Bolsonaro em editorial. A cobrança anterior, porém, foi mais suave. Em 27 de março, em meio a uma análise de outros líderes, foi dito que o presidente enfrentava "reação pública crescente pelo que é visto como sua fraca resposta". Agora a carga veio mais pesada.

"Ele não apenas continua a semear confusão, desrespeitando abertamente as medidas sensatas de distanciamento e bloqueio físico trazidos pelos governadores estaduais e prefeitos, mas também perdeu dois ministros importantes e influentes nas últimas três semanas", pontuou a revista, lembrando as quedas de Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Sérgio Moro, da Justiça.

A publicação afirma que Mandetta "foi demitido após uma entrevista na televisão, na qual criticou fortemente as ações de Bolsonaro e pediu unidade, sob o risco de deixar os 210 milhões de brasileiros totalmente confusos". A publicação pondera, no entanto, que mesmo se não houvesse esse "vácuo de ações políticas em nível federal", o País teria dificuldade em combater a covid-19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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