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O ex-deputado federal José Mentor (PT-SP), de 71 anos, morreu nesta madrugada vítima de Covid-19. Ele estava internado na UTI de um hospital da Capital e não resistiu às complicações causadas pela doença. Nas redes sociais, o PT de São Paulo lamentou a morte do correligionário: "Manifestamos profundo pesar elo falecimento do nosso querido companheiro José Mentor por conta do Covid-19".

O seu irmão Antonio Mentor, ex-deputado estadual, postou neste sábado em suas redes sociais: "Com muita tristeza e dor comunicamos que, depois de uma longa luta contra o Covid-19, o meu irmão José Mentor nos deixou. Agradecemos a todos que prestaram a sua solidariedade a ele e a nossa família neste momento difícil."

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Correligionários e amigos do ex-deputado também lamentaram a sua morte. O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto disse que recebeu com imensa tristeza a notícia do falecimento de José Mentor. "Exemplo na luta em defesa dos direitos do trabalhador, Mentor ajudou a construir a história do nosso partido e de nosso país. Meus sinceros sentimentos à família e aos amigos", escreveu em sua conta no Twitter. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) destacou: "Meus sentimentos à família do ex-deputado federal José Mentor, vítima do Covid-19. Parlamentar destacado na luta pelos direitos dos trabalhadores. Uma pena."

O senador Paulo Paim (PT-RS) também lamentou a morte de José Mentor e destacou sua "incansável defesa das causas sociais e dos direitos humanos". O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), postou em suas redes sociais: "Com muita tristeza e dor comunicamos que, depois de uma longa luta contra o Covid-19, o meu irmão José Mentor nos deixou. Agradecemos a todos que prestaram a sua solidariedade a ele e a nossa família neste momento difícil." A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) disse que "somente irmanados em solidariedade, conseguiremos superar este momento triste no qual o Brasil está imerso no luto por todos que perdemos. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) destacou a luta de Mentor "pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira (8) uma denúncia contra o deputado federal José Mentor (PT-SP), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusando-o de ter recebido propina no valor de R$ 380 mil por integrar um esquema criminoso para viabilizar a contratação da IT7 Sistemas pela Caixa Econômica Federal.

O inquérito foi aberto em março de 2015, com base na delação do doleiro Alberto Youssef, na primeira "lista de Janot", como ficou conhecida a série de investigações solicitadas pela PGR naquele mês. No esquema em que José Mentor teria participado, os outros envolvidos já foram denunciados pelo Ministério Público Federal no Paraná por não terem foro por prerrogativa de função.

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O doleiro Alberto Youssef afirmou que entregou pessoalmente a José Mentor R$ 380 mil no início do ano de 2014, no escritório de advocacia que ele mantém com associados em São Paulo. Os recursos teriam sido originários de operações fictícias que resultaram na disponibilização de valores em espécie, com ocultação de sua origem.

Segundo a PGR, o ex-deputado Federal André Vargas teria influenciado a contratação da empresa IT7 Sistemas para fornecimento e manutenção de software no valor de R$ 71 milhões por um período de 24 meses, a partir de licitação realizada pela Caixa Econômica Federal no início de novembro de 2013. Alberto Youssef afirmou ter sido procurado em dezembro de 2013 por Leon Vargas, após sugestão de seu irmão, André Vargas, em busca de dinheiro em espécie.

De acordo com a denúncia, Alberto Youssef pediu a Meire Poza, sua contadora, que providenciasse os recursos mediante a emissão de notas fiscais em favor da IT7 que, por seu turno, faria os depósitos ou as transferências de valores, os quais seriam sacados para posterior entrega em espécie. As notas foram geradas para prestar serviços fictícios de consultoria. A PGR diz ter provas de que, depois do primeiro crédito na conta da IT7 efetuado pela Caixa, a IT7 faz três transferências para empresas registradas em nome de Meire Pozza, ligada a Alberto Youssef.

"A contratação da IT7 não atendeu aos padrões legais previstos, tendo o contrato sido celebrado com quantidades de valores além do necessário, de modo a viabilizar o ganho por parte da contratada e o consequente repasse de vantagem indevida a André Vargas e ao seu aliado José Mentor", afirma Rodrigo Janot.

A PGR diz, ainda, que André Vargas confirmou sua relação de amizade com José Mentor, bem assim o fato de que os dois pertenciam à mesma corrente dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). Janot afirma que essa vinculação ficou clara quando José Mentor tomou medidas no curso do processo de cassação de André Vargas objetivando beneficiar o ex-colega de partido.

A denúncia relaciona extratos e documentos bancários, troca de mensagens entre os envolvidos, registro de ligações telefônicas, notas fiscais e várias outros elementos de prova.

Além da condenação do deputado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a denúncia oferecida no Inquérito 3995 pede a perda da função pública do deputado, que é detentor de mandato eletivo. O PGR também quer a reparação dos danos materiais no valor de R$ 380 mil, a ser destinado à Caixa Econômica Federal, e dos danos morais no valor de R$ 380 mil.

O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, declarou à Justiça Federal nesta quarta-feira, 24, que entregou "valores em espécie", entre janeiro e fevereiro de 2014, para o deputado José Mentor (PT/SP) a pedido do ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas (ex-PT/PR), cassado.

A entrega ocorreu, segundo o doleiro, no escritório de Mentor, na praça da Árvore, zona sul de São Paulo. Quando fez delação perante a Procuradoria-Geral da República o doleiro afirmou que repassou R$ 380 mil a Mentor. Por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, o deputado do PT negou ter recebido propina para sua campanha eleitoral de 2014.

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Segundo Youssef, que fez delação premiada nos autos da investigação sobre corrupção e cartel das grandes empreiteiras na Petrobras, os R$ 380 mil são relativos a uma parcela de propina de R$ 2 milhões sobre contrato de uma empresa de tecnologia. Parte, disse o doleiro, foi entregue pessoalmente a Vargas em Brasília - agora ex-deputado, Vargas é réu da Lava Jato e está preso em caráter preventivo, sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Youssef depôs como testemunha de acusação no processo criminal contra Vargas, por corrupção e lavagem de dinheiro. Na audiência de ontem, ele não citou o montante repassado a Vargas e a Mentor - mas, na delação perante a Procuradoria-Geral da República, Youssef relatou ter pago R$ 380 mil a Mentor.

A operação, segundo Youssef, havia sido acertada com um irmão de André Vargas, Leon Vargas, também alvo da Lava Jato em um esquema de desvios de verbas na área de publicidade com órgãos públicos.

"Disponibilizei parte dos recursos em São Paulo e parte em Brasília para o sr., na época, deputado André Vargas", disse o doleiro, que foi ouvido na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato.

Ele disse que "em Brasília entregou diretamente à pessoa dele (Vargas) e em espécie". "Em São Paulo, entreguei na Praça da Árvore no escritório do deputado José Mentor. O Sr. André Vargas me pediu que entregasse esse valor", relatou o doleiro.

Youssef confirmou ter recebido visita de Leon Vargas por 18 vezes em seu escritório de São Paulo. "Ele (Leon) me pediu que recebesse uma empresa, emitisse umas notais fiscais e pudesse fazer reais para ele. E assim foi feito, em dezembro de 2013, senão me engano", afirmou.

O doleiro relatou, ainda, que conheceu Vargas há muitos anos em Londrina (PR), onde residiram. Em 2013 ele disse que pediu ajuda a Vargas para apresentar uma empresa sua no Ministério da Saúde.

André Vargas nega recebimento de propinas e lavagem de dinheiro.

Indignação

O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de José Mentor, disse que o deputado petista "ficou muito indignado" com a informação. "Ele (Mentor) se dispõe a ir em qualquer foro, qualquer veículo da imprensa, a qualquer momento, narrar os fatos tais como eles ocorreram. Sua narrativa irá repor a verdade e desmentir a versão dada pelo delator (Alberto Youssef)", disse.

A Câmara dos Deputados vai prosseguir neste ano a discussão sobre a proposta que proíbe a transmissão de lutas de MMA pela televisão (Projeto de Lei5534/09). O projeto aguarda votação na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

De acordo com o autor do projeto, deputado José Mentor (PT-SP), o MMA, que ao pé da letra quer dizer mix de técnicas de lutas marciais, apenas estimula a violência e em nada se assemelhando a esporte. O deputado destaca que as lutas olímpicas pregam a autodefesa, enquanto o MMA enfatizaria a agressão. Para Mentor, é uma contradição o País proibir lutas de animais como galos e cachorros, e permitir a transmissão pela TV de um evento violento como o MMA.

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Na opinião do petista,  a televisão é uma concessão pública. Por esse motivo, ele questiona o uso de “um meio de comunicação de massa, que entra em todos os lares, indiscriminadamente, para fazer uma propaganda de violência desse tipo”, disse o parlamentar. “Eu acho que a sociedade tem de se atentar a isso. Ver se é esse o tipo de luta que vai formar o cidadão que o Brasil precisa”, completou.

 

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