A Fifa se manifestou após a suspensão do jogo entre Brasil e Argentina durante as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 neste domingo (5).
A partida foi interrompida logo aos cinco minutos após agentes da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) terem ido ao gramado da Neo Química Arena, em São Paulo, para exigir a deportação de quatro atletas argentinos que mentiram no formulário sanitário anti-Covid na entrada no país.
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"A Fifa pode confirmar que após a decisão dos árbitros, a partida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 entre Brasil e Argentina foi suspensa. Mais detalhes serão divulgados no tempo devido", escreveu no Twitter por meio de sua conta de mídia.
Após a confusão, a Anvisa atualizou o comunicado e disse que todas as partes envolvidas no caso do Brasil e da Argentina haviam sido informadas sobre as irregularidades ainda no sábado (4). Citando que estava acompanhando o caso desde a chegada da seleção argentina na sexta-feira (3), a agência reforçou as determinações sanitárias.
"Por força dessa comunicação, ainda na tarde de sábado (4/9) ocorreu a reunião já referida envolvendo o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, representantes da Conmebol, da CBF e da delegação argentina. Durante essa reunião, a Anvisa, em conjunto com a autoridade de saúde local, determinou a quarentena dos jogadores", diz o comunicado atualizado na manhã desta segunda-feira (6).
"Na manhã deste domingo (5/9), a Anvisa notificou a Polícia Federal e, até a hora do início do jogo, esforçou-se, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, sua segregação imediata e sua condução ao recinto aeroportuário. As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a Agência teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera", acrescenta a nota.
A Anvisa ainda informou que a decisão de interromper o jogo "nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da Agência".
"Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e que ainda prestaram informações falsas às autoridades, isso sim exigiu a atuação da Agência de Estado a tempo e a modo, ou seja, de maneira tempestiva e efetiva", finaliza.
O caso
O caso envolve a descoberta de que quatro atletas da seleção argentina mentiram na declaração sanitária ao entrar no Brasil.
Lo Celso, Martínez, Buendía e Romero não informaram que tinham passado pelo Reino Unido e, assim, não cumpriram uma quarentena de 14 dias por conta da pandemia de Covid-19. Os quatro entraram em campo no último fim de semana pela Premier League.
A Anvisa, então, emitiu uma ordem neste domingo para que eles fossem deportados, mas a Federação Argentina colocou os atletas em campo.
CPI
Após a confusão, o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre a Covid-19, Randolfe Rodrigues, afirmou que irá enviar um requerimento para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para solicitar quem do governo brasileiro fez um "acordo" para a liberação dos atletas "ATENÇÃO! Vamos enviar requerimento à CBF, através da CPI da Pandemia, solicitando resposta para o seguinte: - Com quais autoridades o Governo Brasileiro fez "acordo" para burlar as regras sanitárias da ANVISA?", escreveu em sua conta no Twitter.
Segundo fontes citadas pela mídia brasileira, haveria um "acordo" para que os atletas jogassem a partida e fossem embora.
A Anvisa nega que tenha liberado os quatro para a competição.
Da Ansa