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O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da Medida Provisória da Liberdade Econômica (881), disse que o texto será alterado e o empregador terá que permitir o descanso dos trabalhadores aos domingos pelo menos uma vez a cada quatro semanas. A mudança foi feita depois de o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrar, na última sexta-feira, que a última versão do texto havia previsto o descanso neste dia obrigatoriamente apenas a cada sete semanas.

"Embora não tenha mexido em direito nenhum, houve um erro de comunicação do governo que incluiu esse ponto e não explicou direito. Não tem como isso prosseguir e ser aceito pela sociedade", disse Goergen ao Broadcast.

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Segundo o relator, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, estão negociando alterações no texto para levar a votação. Segundo fontes do governo, a equipe está otimista com a votação ainda nesta terça-feira, provavelmente no fim do dia.

Os parlamentares, no entanto, ainda resistem principalmente a alterações na legislação trabalhista, por isso Marinho entrou nas negociações e tenta construir um texto consensual para levar a votação. Maia também não gostou do fato de ser uma medida provisória e chegou a defender que o governo reenvie as mudanças em um projeto de lei com regime de urgência.

Texto

Na sexta-feira passada, como mostrou o Broadcast, Goergen apresentou aos líderes um texto mais enxuto do que o que havia sido aprovado na Comissão Especial da MP da Liberdade Econômica. Acordado com o governo, a nova versão era uma tentativa de consenso para levar a medida a votação, já que ela caduca em 27 de agosto.

A nova redação manteve alterações na legislação trabalhista, como a permissão de trabalho em domingos e feriado, e aumentou o prazo para que o trabalhador descanse aos domingos. Se no relatório aprovado na Comissão Especial era obrigatória uma folga no domingo a cada quatro semanas, o novo texto previa que esse repouso se dê nesse dia pelo menos uma vez a cada sete semanas, o que deve ser revertido agora após a repercussão ruim.

Foram mantidas ainda alterações feitas pelo relator como a possibilidade de bancos abrirem aos sábados e de, após acordo, os trabalhadores baterem ponto "por exceção", marcando apenas horários de entrada e saída fora do habitual.

Outra alteração incluída no novo texto é a criação de um documento único para operação de transportes, que conterá todos os dados tributários, logísticos, sanitários e outros - o chamado Documento Eletrônico de Transporte. A unificação dos documentos havia sido prometida pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Godoy, em negociação com caminhoneiros.

A emenda retirou pontos que criaram polêmica e que haviam sido incluídos no relatório ainda na Comissão Especial, como, por exemplo, artigo que desobrigava empresas ou locais de obras com menos de 20 trabalhadores de constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Essa era uma das principais reclamações da oposição.

Também saíram do texto o fim do adicional de periculosidade para motoboys, a ampliação de receitas com corridas de cavalo, a possibilidade de termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista ter precedência sobre ajuste de conduta como os firmados pelo Ministério Público e a anistia a multas por descumprimento à tabela do frete.

A nova emenda manteve a redação mais próxima à original, enviada pelo governo. Foram preservados pontos dos quais o governo disse não abrir mão, como artigos da "declaração de direitos da liberdade econômica", que preveem, por exemplo, o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, e a proibição do "abuso regulatório", como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço.

A tradicional combinação entre o arroz e feijão poderá ganhar uma homenagem no Brasil: a criação da Semana Nacional do Feijão e Arroz. Ao menos é o que prevê um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. De acordo com o texto, o evento será comemorado a partir do dia de 16 de outubro de cada ano. A data é a mesma do Dia Mundial da Alimentação, que celebra a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 1945.

Pela proposta, do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), durante a semana serão promovidas ações de conscientização, em especial para crianças, sobre a importância desses dois alimentos.

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O texto também torna obrigatória a inclusão de feijão e arroz nas refeições escolares, custeadas com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae - Lei 11.947/09). O programa oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública.

Segundo Goergen, é salutar reforçar a importância desses alimentos na legislação que orienta a alimentação escolar das crianças e adolescentes. “Em especial para as famílias que ainda enfrentam insegurança alimentar nos rincões do Brasil”, declarou.

O deputado gaúcho afirmou ainda que arroz e feijão são importantes cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. A proposta, segundo Goergen, vai garantir “além do abastecimento do mercado interno, renda e estímulo da agricultura familiar e da economia local”.

*Com informações da Câmara dos Deputados

O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que consta na lista de políticos que serão investigados por suposto envolvimento na Operação Lava Jato, anunciou que irá interpelar judicialmente o doleiro Alberto Youssef por tê-lo citado em delação premiada como um dos beneficiários no esquema de corrupção da Petrobras.

"Não tenho outra alternativa que não seja recorrer à Justiça para que ele prove o que disse", afirmou a jornalistas em Porto Alegre. De acordo com depoimento do doleiro, Goergen e outros deputados da bancada gaúcha do PP recebiam uma "mesada" que variava entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.

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O parlamentar nega qualquer envolvimento com os delitos relacionados à Operação Lava Jato. "Espero que ele (Youssef) seja punido porque não vejo razão para meu nome aparecer na lista (da Procuradoria-geral da República)", disse. Na entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 9, Goergen revelou que "estranha" o fato de seu nome ter sido citado uma única vez na delação premiada, em fevereiro de 2015, justamente num momento em que fazia "alto enfrentamento" tanto à cúpula nacional do PP como ao governo federal.

"Quero saber se (a investigação) tem alguma motivação política", falou. O diretório estadual do PP não apoia a aliança do partido com a administração de Dilma Rousseff (PT) e chegou a entrar na Justiça no ano passado para tentar impedir o resultado da convenção nacional, que chancelou a participação da sigla na coligação petista.

Goergen alega que o esquema denunciado por Youssef é anterior à sua chegada a Brasília, em 2011. "Ele (o doleiro) cita recursos que eram dados a parlamentares líderes da bancada (que depois repassavam a 'mesada' a outros deputados) quando eu nem estava lá", conta.

O deputado se licenciou do diretório estadual do partido para se defender, porque não gostaria de prejudicar o PP/RS. Também abriu seus sigilos bancário e telefônico e se colocou à disposição da CPI da Petrobras para esclarecimentos. Além de Goergen, outros cinco políticos do PP/RS serão investigados - os deputados federais Luis Carlos Heinze, José Otávio Germano, Afonso Hamm e Renato Molling e o ex-deputado federal Vilson Covatti.

Quando perguntado sobre a conduta dos colegas, Goergen disse que "não pode falar pelos outros" e limitou-se a afirmar que a bancada gaúcha do PP é "extremamente desunida". Sobre o PP nacional, Goergen não poupou críticas. Disse que o envolvimento do partido com esquemas de corrupção é conhecido desde o processo do mensalão.

Segundo ele, a legenda utiliza "métodos diferentes" há bastante tempo. "Eu cobrava do meu partido que fizesse política, e a gente não tinha mais a condição de fazer (política)", falou ao explicar que chegou a pensar em deixar a legenda. "Não há dúvida de que o PP nacional acabou. Temos é que rever posição do PP/RS."

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